Jaguar XF 2.0L se mantém elegante em sua versão plebeia

Depois de sete anos de mercado, modelo continua a ser referência pelo estilo e design


  1. Home
  2. Testes
  3. Jaguar XF 2.0L se mantém elegante em sua versão plebeia
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon


Já se vão sete longos anos desde a chegada do Jaguar XF ao mundo. Tempo suficiente para tornar a maioria das novidades meros espectadores obsoletos da concorrência. O XF não segue esta regra, pelo menos em se tratando de estilo e design, o sedã de estirpe inglesa se mantém integro e jovial. O modelo projetado por Ian Callum ainda transpira modernidade e refinamento frente aos alemães mais racionais e óbvios (leia-se Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E).

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

Há alguns meses, testamos a variação mais completa do XF, a Portfólio (com exceção da esportiva XFR), que trazia um estupendo V6 3.0L com 340 cavalos de potência máxima sob o capô ao preço de R$ 312.000. Hoje, a mesma versão sai por R$ 285.000 (desconto de 27 mil, mesmo com o dólar nas alturas). Sinal que o envelhecimento trouxe mais sensatez para este Jaguar. Outra configuração que também teve o preço reajustado foi a de entrada, chamada Sport Luxury, que em maio saia por R$ 231.700 e agora (novembro/2015) está disponível por R$ 204.900 (menos R$ 26.800).

IMAGE

Para fazer um contraponto à variação mais aristocrata do sedã, desta vez tiramos para teste a versão mais, digamos, plebeia, a Sport Luxury. O desenho elegante e fluído permanece presente, mas um detalhista perceberá tímidas, mas importantes, diferenças. As grandes rodas aro 19 da Portfólio, por exemplo, deram lugar às rodas aro 18 (245/45) também imponentes, mas menores. Ainda no exterior, é possível observar que o teto solar ficou de fora, uma pena, já que mesmo sendo mais em conta, ainda estamos falando de um carro de R$ 200 mil. Pelo menos os faróis bi-xenon adaptativos com lavadores, as luzes de LED diurnas, assim como a abertura das portas por sensor de aproximação foram mantidos.

No interior, o sistema de som não é tão refinado quanto o conjunto Meridian, que conta com onze alto falantes e 380 w de potência da versão mais cara, porém entrega bons 250 W de potência e uma qualidade acima da média. Já o botão start de acionamento do motor e as saídas do ar-condicionado que se abrem quando o equipamento é ligado foram conservados nesta versão. Assim como o elegante botão giratório que faz as vezes da alavanca de câmbio. Completam a lista de equipamentos o freio de estacionamento elétrico, o piloto automático (que não é adaptativo como na concorrência), o ar-condicionado digital bizone, os sensores de estacionamento traseiro com câmera de ré e os retrovisores externos elétricos com aquecimento e repetidores de seta.

IMAGE

Talvez a maior diferença para a versão Portfólio está embaixo do capô. O V6 de 340 cv de potência máxima deu lugar a um 2.0L GTDI de 240 cavalos de potência máxima a 5.500 rpm e torque máxima de 34,6 kgf.m entre 2.000 e 4.000 rpm. A transmissão automática de oito velocidades é da alemã ZF, uma das melhores do mundo.

Uma das graças deste representante da realeza inglesa é a tração traseira. O 2.0L não tem a brutalidade do V6, mas é valente em empurrar os 1.660 quilos do Sport Luxury. O sedã não tem aptidão para ganhar provas de arrancada, mesmo assim cumpre a aceleração de 0 a 100 km/h em bons 7,9 segundos. A velocidade máxima é limitada a 240 km/h. Porém, é rodando em uma estrada bem asfaltada a 120 km/h que se extrai o maior prazer deste XF. O sedã parece levitar de tão suave que é o seu comportamento dinâmico, quase não se houve ruídos externos e a suspensão macia embala com maestria os ocupantes. Esqueça uma tocada esportiva, a tranquilidade é o que reina neste bom Jaguar.

IMAGE

A marca traz interessantes informações sobre o consumo do 2.0L. Mesmo pesando mais de 1,5 toneladas, o sedã é capaz de fazer 16,3 km/l na estrada e 8,6 km/l na cidade, segundo a Jaguar. Em circuito misto o XF são 12,3 km/l. No nosso teste percorremos cerca de 200 km em uso na cidade e a média ficou abaixo do indicado pela marca. Utilizando o computador de bordo como medidor e com velocidade média de 23,4 km/h aferimos um consumo de beberrão: 5,37 km/l. 

Nas dimensões, o XF não é nada discreto. São quase cinco metros de comprimento (4,96 m, mais precisamente), sete a mais que o BMW Série 5, 2,90 metros de entre-eixos (seis a mais do que no Mercedes-Benz Classe E) e quase dois metros de largura (1,93 m). O porta-malas também é vantajoso, capaz de acomodar até 500 litros de bagagem (20 L a mais que o Classe E). Apesar do tamanho, o XF foi feito para levar quatro pessoas, não mais do que isso. Parte por causa do túnel central elevado (o Jaguar tem tração traseira) e parte por conta da caída acentuada do teto (culpa do design esportivo), que dificulta a vida para quem vai no assento traseiro e tem mais de 1,80 m de altura.

Porém, um dos pontos altos do XF é sem dúvida o conforto, mesmo nesta versão de entrada. Os assentos dianteiros, por exemplo, além de lembrarem ótimas poltronas são forrados com um dos melhores couros (Bondgrain) da indústria e contam com seis ajustes elétricos, além de função de memória. O acabamento também é primoroso. As costuras são perfeitas. Há couro por toda a cabine, inclusive atrás do console central, onde dificilmente se colocará a mão.

IMAGE

Comparado à concorrência, o Jaguar XF Sport Luxury entrega a idade avançada na lista de equipamentos e no espaço interno (apesar de ser grande nas dimensões). Já o rostinho bonito ainda cativa, assim como o ótimo acabamento interno, mas o preço acima dos R$ 200 mil é alto pelo que o sedã de estirpe inglesa entrega.

 

Comentários