Jeep Compass Blackhawk: a vida começa aos 272 cv

O Jeep Compass é um verdadeiro fenômeno. É um SUV médio, mas vende mais que muitos modelos compactos. Reflexo do pacote bem equilibrado de atributos, que inclui a bela lista de equipamentos em todas as versões e espaço interno adequado para um carro familiar.

Faltava algo? Talvez um motor mais apimentado. Pois a marca de utilitários da Stellantis ouviu as nossas preces e acaba de lançar, na linha 2025, versões do SUV com o propulsor Hurricane de 272 cv.

Já adianto que essa era a pimenta que faltava para o Compass - um carro que, mesmo nas versões equipadas com o motor 1.3 turbo flex de 185 cv, não é um canhão em forma de SUV. Confira a seguir as minhas primeiras impressões ao volante do utilitário esportivo da Jeep com o novo motor.

Como ficou o Jeep Compass 2025?

Retoques no exterior

O novo motor não foi a única novidade que a Jeep preparou para o Compass 2025. Por fora, as versões equipadas com o motor Hurricane saem de fábrica com grade frontal retocada - agora tem aletas horizontais nas tomadas de ar. Além dessa sutil alteração na parte dianteira, a Jeep lançou novas rodas para as versões Longitude (com 18 polegadas), Limited e Série S (com 19 polegadas).

Para lançar o propulsor Hurricane, a Jeep incluiu novas configurações: a luxuosa Overland e a nova topo de linha Blackhawk. Esta última tem visual esportivo com rodas de 19 polegadas e pneus auto vedantes, pinças de freio na cor vermelha e diversos elementos escurecidos na carroceria. Apesar dessa diferença de propostas, ambas são equipadas com o mesmo escape duplo na traseira.

Volta também o pacote Night Eagle, que é exclusivo da versão Longitude T270 e deixa o SUV com a cara do Blackhawk, mas com o motor 1.3 turbo flex. Por outro lado, a versão trilheira Trailhawk sai de cena na linha 2025.

Como é o Compass Blackhawk por dentro?

Daqui pra frente eu vou focar no Compass Blackhawk, a versão com a qual eu tive mais contato no test-drive de cerca de 100 quilômetros organizado pela Jeep nas rodovias e estradas da região de Punta del Este, no Uruguai.

Justamente por ser o novo topo de linha, o Blackhawk tem acabamento interno bem bacana, todo escurecido e com forração de couro no painel e bancos com revestimento em couro e suede. O layout interno é o mesmo desde a linha 2022, por isso mesmo o espaço não mudou. Ou seja: ainda é bem adequado para levar quatro adultos e bagagem (porta-malas de 476 litros) com folga.

Nesta versão, o painel de 10,25 polegadas ganhou a opção de mostradores Performance Pages, que exibem informações como a utilização de torque e potência, pressão do turbo e força G. Legal. Só acho que a tela poderia ter uma resolução mais alta,  para exibir os dados com mais clareza.

A central multimídia é a de 10,1 polegadas, combinada ao sistema de som premium Beats, com oito alto-falantes e subwoofer. O Compass tem ainda o pacote de serviços conectados Adventure Intelligence Plus e a assistente virtual Alexa integrada.

Equipamentos do Compass Blackhawk

Começando pelos itens de conforto, o Compass Blackhawk 2025 tem ar-condicionado automático de duas zonas, bancos com forração parcial em couro e ajustes elétricos nos assentos dianteiros, teto solar panorâmico, retrovisores externos com rebatimento automático, carregador de celular por indução, chave presencial e tampa do porta-malas com acionamento por sensor.

Já o pacote tecnológico e de segurança inclui sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), monitores de pontos cegos e de tráfego cruzado na traseira, sistema de estacionamento semiautônomo, faróis de LED com facho alto automático e o sistema de direção semiautônomo, que ficou mais inteligente.

Além de itens como frenagem automática com detecção de pedestres e ciclistas e do assistente de manutenção em faixa, o sistema semiautônomo do Compass 2025 agora é capaz de manter a centralização na pista e também fazer curvas de maneira autônoma.

Qual é a motorização do Compass Blackhawk?

O Compass Blackhawk usa o motor Hurricane, um 2.0 turbo a gasolina, que desenvolve 272 cv de potência e 40,8 kgf.m de torque. É o mesmo propulsor usado no Jeep Grand Cherokee e na picape RAM Rampage R/T.

Esse propulsor é combinado a um câmbio automático de nove marchas e ao sistema de tração integral. Permite que o modelo acelere de zero a 100 km/h em 6,3 segundos e atinja 228 km/h. Essas marcas transformam o Compass no SUV médio mais ágil do mercado brasileiro.

Já os números oficiais de consumo são bem comedidos, se levarmos em consideração os dados de desempenho: médias de 8,3 km/l (cidade) e 11 km/l (estrada).

Como anda o Compass Blackhawk?

A expectativa era grande antes de dar a partida no Compass Blackhawk. Afinal, o pessoal da Jeep já havia passado os números de desempenho e eu esperava encontrar um selvagem em forma de carro familiar.

Mas o Compass Blackhawk não é um carro de arrancadas impressionantes. Mesmo com os mais de 40 quilos de torque no motor, a calibração do acelerador e as respostas do câmbio são bem mansas em baixas velocidades.

O carro tem um seletor de terrenos que configura a tração, acelerador e câmbio automaticamente, de acordo com o tipo de solo. Porém, senti falta de uma opção Sport, para deixar as respostas em baixas rotações um pouco mais espertas.

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E bem que o escape poderia emitir um ronco mais alto, já que o 2.0 turbo soa bem parecido ao 1.3. Mesmo com o escape duplo e sendo de uma família totalmente distinta. Vai entender...

Parecia que eu ia me decepcionar. Mas eu me enganei. Bastava continuar pisando no acelerador. Conforme o conta-giros vai se aproximando de 3.000 rpm, o Compass Blackhawk vai embalando com mais agilidade.

Sabe aquela impressão de motor infinito? É bem isso. Rodando em estrada, esse motor parece ser aquele cara bombadão capaz de rebocar uma carreta sem fazer muito esforço.

Para segurar a cavalaria extra, a Jeep mexeu também no acerto da suspensão (com novas molas e amortecedores) e nos freios, que receberam novas bomba de vácuo, pinças e discos maiores na dianteira.

A impressão é de um carro com mais chão que as versões com o motor 1.3 turbo. Faz curvas e freia de maneira impecável, mas mantendo o mesmo nível de conforto ao trafegar por pisos irregulares.

Conclusão

A Jeep mexeu bastante na linha 2025 do Compass para abrir espaço para as novas versões. Agora, são quatro configurações com o motor 1.3 turbo, tração 4x2 e câmbio de seis marchas (Sport, Longitude, Limited e Serie S) e uma com o 2.0 turbo diesel de 170 cv, 4x4 e transmissão de nove velocidades (Limited TD350), além das duas com o novo motor Hurricane.

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Dá para dizer que, agora sim, o Compass está com a linha completa. Preservando as versões mais acessíveis e com belo custo-benefício e mantendo a opção do motor diesel, a Jeep passa a oferecer também opções para aqueles que fazem questão de desempenho mais esportivo.

Nesses tempos em que todo mundo quer um carro altinho, certamente havia um bom número de pessoas à espera do Compass Hurricane. Não sou muito fã de utilitários esportivos. Mas não dá para deixar de bater palmas quando vemos um carro como esse daqui. E que ainda é feito no Brasil.

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