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Jeep Wrangler Rubicon: o SUV mais poderoso do país

Construção mais bruta do utilitário, para quem curte um off-road, é aliada ao conforto necessário para rodar na cidade

por Gabriel Aguiar

O novo Jeep Wrangler Rubicon talvez seja o SUV mais poderoso à venda no Brasil – ao menos para quem prefere as trilhas ao shopping. Para levar a versão topo de linha, será necessário desembolsar R$ 439.590. E, em troca, você ainda leva suspensão mais alta, proteção sob a carroceria, bloqueios dos diferenciais e barra estabilizadora com acoplamento eletrônico.

E não é que boa parte da brutalidade desse utilitário já vem de berço? Isso porque a estrutura segue uma receita à moda antiga, com direito a chassi de longarinas, suspensões rígidas e direção de esferas recirculantes (ou seja, praticamente um caminhão). Dá também para remover portas, teto e até o para-brisas, exatamente como acontece desde a primeira geração, que chegou às lojas em 1987.

Jeep Wrangler Rubicon evolui com novo motor

Se quase não há mudanças no visual em relação à última encarnação – só se prestar atenção dá para notar os para-lamas com novas tomadas de ar e o vidro mais inclinado na dianteira –, o novo motor 2.0 turbo com 272 cv de potência e 40,8 kgf,m de torque, sempre associado ao câmbio automático de oito marchas com reduzida, representa um gigante salto evolutivo para o modelo.

De acordo com a marca, o conjunto é capaz de acelerar até os 100 km/h em 8,1 segundos e à máxima de 180 km/h. Esse é um belo feito se considerarmos que o grandalhão supera duas toneladas. Pena que o consumo ainda lembre os gigantescos V8 que costumavam ser escolhidos para os Wrangler nas últimas encarnações: 7,3 km/l na cidade e 7,8 km/l na estrada pelo Inmetro.

O todo-poderoso se tornou civilizado

Não dá para negar que, com o passar dos anos, o todo-poderoso se tornou civilizado. Se já parecia inimaginável a configuração com entre-eixos maior, o utilitário recebeu acabamento mais bem-cuidado e novos equipamentos de série. Então não será preciso abrir mão de mimos como ar-condicionado de duas zonas, sensor de ponto cego e até aviso de colisão frontal.

Para quem dirige, a boa notícia é que a construção mais bruta não significa que o conforto está comprometido na cidade. Isso porque o novo Wrangler é melhor para dirigir que boa parte das picapes médias: se os pneus lameiros fazer muito ruído no asfalto e perdem aderência sob chuva, pelo menos têm altura suficiente para compensar o ajuste firme das suspensões.
Basta um leve toque no acelerador para receber como resposta um puxão digno de carro esportivo. Não há borboletas para trocas de marchas atrás do volante, mas, convenhamos, isso quase não deve ser notado no dia a dia. Só que dois detalhes merecem atenção. Primeiro, a lentidão para as respostas do volante, que exige bons reflexos do motorista, e a facilidade de escapar traseira em curvas.

Por outro lado, o SUV é praticamente insuperável na terra. Ficou preso em algum atoleiro? É só acionar a tração nas quatro rodas. Isso porque, no uso urbano, só é possível utilizar a tração traseira – faltou o diferencial central para o uso integral. No mais, todas as funções criadas para fora de estrada são acionados com botões.

GPS dispensa internet para funcionar

Com as evoluções do grandalhão, até a central multimídia recebeu recursos para facilitar a vida longe do asfalto. É por isso que, além de Android Auto e Apple CarPlay, o sistema com tela de 8,4 polegadas tem GPS integrado que dispensa internet para funcionar. Há também uma série de mostradores para indicar inclinação da carroceria e “sinais vitais” do veículo.

Só não dá para ignorar o fato de que alguns detalhes exigem adaptação do futuro proprietário, como é o caso dos acionamentos dos vidros no painel e o até mesmo o vazamento pelas frestas do teto – na unidade que testamos, a vedação não evitou uma chuva forte. Fora isso, não há itens básicos, como piloto automático adaptativo, retrovisor eletrocrômico e até mesmo sensor dianteiro.
Entre falhas e virtudes, o grandalhão consegue conciliar habilidades para a terra como poucos e ainda sobrevive com dignidade em meio à civilização. Ou seja: se você busca um brinquedo para se divertir aos fins de semana e não está disposto a abrir mão da vida mansa no dia a dia, talvez esse Jeep seja a escolha ideal (e ainda dá para levar toda a família junto).

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