Logan, o “carro do povo” da Renault

Francesa aposta em modelo de baixo preço (e custo) para retomar mercado


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Luís Figueiredo
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- Carro de custo baixo o bastante para que seu preço seja acessível à massa emergente, a classe média. Um automóvel para a família, adquirido com esforço – e certamente financiado, com opção de plano que integra até seguro contra desemprego. Acabamento simples, sem refinamentos ou itens de luxo. Acima de tudo, interior funcional, espaçoso e capaz de levar muita bagagem. O desenho é um mero detalhe, supérfluo para os objetivos; antes, a função e a facilidade de construção. Afinal, não foi feito para a vaidade, mas para permitir o transporte.

Parece a Alemanha do pós-Guerra, mas é o novo Renault Logan. A antiga fórmula foi revisitada pela marca francesa para conquistar espaço no Brasil e no mundo. A ambição é aumentar em 1 milhão de unidades, até 2009, as vendas mundiais. Aqui a expectativa é mais modesta: 1.500 unidades até o final do ano.

Como seu desenho pode não agradar à primeira olhada, que se ressaltem as qualidades do “carro do povo” Renault. O modelo é fabricado em São José dos Pinhais, no Paraná, será exportado à Argentina e é o primeiro dessa família construída na plataforma “90”.

A primeira boa característica é a distância entre eixos de 2,63 metros. Essa medida não é de carro compacto, segmento em que se enquadra o Logan – mas de médio-compacto, em que estão modelos como o Toyota Corolla 2,60 m, VW Jetta 2,58 m e GM Astra Sedan, com 2,61 metros. Em relação aos concorrentes diretos a vantagem é mais evidente. Fiat Siena tem 2,37 metros, GM Classic e Prisma, 2,44 m; Ford Fiesta Sedan mede 2,49 metros.

O grande entreeixos colabora para sejam atendidos dois pontos cruciais no objetivo do Logan: o bom espaço interno para até cinco ocupantes e grande porta-malas, com 510 litros de capacidade. O compartimento é também maior do que a maioria dos carros em ambos os segmentos. Por contenção de gastos, no entanto, a fábrica dispensou as dobradiças pantográficas e adotou os “pescoços de ganso”, que roubam espaço do interior. Ainda assim há lugar para bastante bagagem.

É bom também em largura, com 1,74 metro – sem os retrovisores. E tem 4,25 metros de comprimento, 1,53 m de altura e, de acordo com a Renault, 1,42 metro de largura interna para os ombros, no banco traseiro. Durante a avaliação ficou evidente: não se pode reclamar de falta de espaço no interior do Logan.

O acabamento do Logan brasileiro é bem melhor do que o modelo europeu, que tivemos a oportunidade de conhecer no Salão de Bolonha, na Itália, em dezembro de 2006. Aquele Logan é fabricado na Romênia e nasceu destinado aos países do leste do continente, com mercados de menor poder aquisitivo – semelhantes ao do Brasil. Mas ele também sai das linhas de montagem na Rússia, Colômbia, Marrocos, Índia e Irã. É atualmente comercializado em mais de 50 países. Detalhe: na Europa o Logan ostenta a insígnia Dacia, subsidiária da Renault.

Mas ser melhor do que o europeu não significa destacar-se no quesito acabamento. Ali tudo visa o funcional e o baixo custo. Comandos de vidros elétricos estão no centro do painel, o que economiza na instalação, sem chegar a ser um problema; o banco traseiro é fixo, sem a possibilidade de rebater-se; há bastante plástico nos painéis de portas e o revestimento dos bancos é de tecido de qualidade razoável. Ainda assim o isolamento de ruído na cabine é bom e os assentos são confortáveis.

São três as versões disponíveis. A básica é a Authentique, equipada com motor de 1 litro, 16 válvulas, flexível em combustível de 76/77 cv a 5.850 rpm gasolina/álcool. Além dos itens essenciais a um automóvel, traz como requintes apenas preparação para som, protetor de cárter e conta-giros. Custa R$ 27.990,00. Por mais R$ 390,00 pode ser equipado com ar-quente e desembaçador do vidro traseiro. Ar-condicionado custa R$ 3.500,00.

A versão intermediária é a Expression, também com o motor 1-litro 16V, que agrega o ar-quente e o desembaçador, mais regulagem de altura para o banco do motorista, porta-copos no console central para o banco traseiro, regulagem interna dos retrovisores e revestimento da tampa do porta-malas. Sairá por R$ 29.480,00, mas a Renault acredita que a maioria dos consumidores optará pelo pacote de equipamentos com ar-condicionado, direção hidráulica e travas e vidros dianteiros, apenas elétricos. Adicionando-se o chamado Pack o preço vai a R$ 34.480,00. O Expression Pack deverá responder por 45% das vendas do Logan.

Responsável por 25% das vendas, segundo a fábrica, a versão Privilège é a mais “requintada” e será oferecida apenas com motor de 1,6 litro, 16 válvulas com duplo comando no cabeçote de 109/112 cv a 5.750 rpm. Tem preço de R$ 39.790,00 e traz computador de bordo, retrovisores com acionamento elétrico, rodas de 15 polegadas são de 14 pol nas versões anteriores e vidros traseiros também elétricos. Por mais R$ 3 mil pode-se equipar o Logan Privilège com airbag duplo, toca-CD e rodas de liga-leve. Sistema de freios antitravamento ABS não é oferecido para o Logan, nem como opcional. Embora esse recurso seja mais importante para a segurança do que as bolsas infláveis, a Renault argumenta que tem pouca saída. Sua inclusão dependerá da demanda dos consumidores – preparado para recebê-lo, ao menos o Logan já está.

Para comprar o Logan a Renault elaborou dois planos de financiamento. O primeiro prevê entrada de 35% do valor total do veículo, com saldo dividido em 72 parcelas de R$ 399,00. Mais atraente, o segundo plano requer entrada de 40% do preço total, com o restante financiado em 36 pagamentos de R$ 599,00. Neste valor estão incluídos seguros do carro e prestamista, este para caso de perda de emprego. Faz parte desse plano a aquisição de um Logan novo ao cabo dos três anos de financiamento, mediante pagamento de mais 20% do valor do carro.

São propostas ousadas que visam mais do que alavancar as vendas do sedã. Associadas à garantia de 3 anos, têm a proposta de fundo de mudar a imagem da Renault perante os consumidores. A marca ainda carrega estigmas de ser “difícil de vender” ou “frágil”.

O volante do Logan tem desenho que lembra o do Mégane. A imagem do sedã médio Renault também aparece em outros detalhes, como o quadro de instrumentos, alavancas de pisca, de acionamento do limpador de pára-brisa ambas na coluna de direção e de câmbio.

O motor de 1 litro é refinado, mas carece de força em baixas rotações – característica do cabeçote multivalvulado. Os 10 kgfm de torque máximo aparecem apenas a 4.350 rpm e o Logan demonstra hesitação em arrancadas. Em compensação, se tem melhor rendimento em regimes pouco mais elevados. A Renault aponta aceleração de 0 a 100 km/h em 14,3 segundos abastecido com gasolina; com álcool é 0,1 segundo mais rápido e velocidade máxima de 160 km/h com gasolina 161 com álcool.

O sedã é agradável de guiar, é estável em curvas e tem direção precisa, com carga adequada em baixas ou altas velocidades. Sua caixa de câmbio é a do Clio, com modificações que a melhoraram. Os engates de marchas ficaram mais fáceis e precisos, principalmente. E a caixa é a mesma para ambos os motores, sendo utilizada também no modelo equipado com motor a diesel, comercializado na Argentina. Neste caso, suporta mais de 17 kgfm de torque, o que mostra seu superdimensionamento para os motores flex das versões brasileiras. As relações foram encurtadas em relação às do Clio, medida necessária para lidar com o maior peso do Logan. O contraponto foi a rotação mais elevada em velocidade de cruzeiro: na versão Expression avaliada, a 100 km/h o conta-giros já está a 3.750 rpm.

De acordo com a Renault, o Logan equipado com motor de 1-litro percorre na cidade 13,5 km com um litro de gasolina ou 8,7 km/l com álcool. Na estrada, com o ar-condicionado desligado, faz 18,3 km/l gasolina ou 11,9 km/l álcool.

Já o Logan 1,6-litro percorre 10,9 km/l gasolina na cidade, ou 7,6 km/l com álcool. O consumo em percurso rodoviário também com o ar desligado é de 15,9 km/l gasolina ou 10,7 km/l álcool.

O 1,6-litro rende melhor, como é de esperar. Os 15,5 kgfm de torque máximo, quando abastecido com álcool, vêm a 3.750 rpm. Esse motor permite também perceber o bom acerto de suspensão do Logan. Na verdade, este é outro aspecto a ressaltar. A construção é conhecida do brasileiro: dianteira independente, tipo McPherson; traseira por eixo de torção. Há uma pequena diferença entre as versões: se equipado com direção assistida, o Logan tem barra estabilizadora no eixo dianteiro; sem a assistência hidráulica fica de fora a barra e o Renault utiliza molas mais rígidas, com amortecedores de acerto pouco diferente. Freios são a disco na frente e a tambor no eixo traseiro.

E há mais pela frente. Da plataforma “90”, em que é construído o Logan, virão outros modelos: pode-se esperar pela perua da família, que seguirá os mesmos traços e características do sedã. O Clio Sedan, que custa mais caro e tem menor entreeixos permanece à venda. Segundo a fábrica, destina-se a um “público diferenciado, de maior poder aquisitivo”, e do sexo feminino.Quer um sedã pequeno?
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