Mégane Grand Tour x Corolla Fielder

Perua Renault mostra por que é melhor do que a rival Toyota


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Luís Figueiredo
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- É fato que as station wagons peruas combinam espaço para a família com dirigibilidade superior à das minivans. Está justamente aí seu trunfo – satisfazer uma necessidade sem descuidar do prazer. Mas também é fato que os modelos disponíveis no mercado nacional têm vendas modestas, à sombra daqueles de que derivam, em especial no segmento de veículos médios.

Lançada no final de 2006, a Renault Mégane Grand Tour teve 216 unidades comercializadas em janeiro deste ano. O objetivo da marca é atingir e manter a média de 400 unidades mensais. É modesta se comparada ao sedã, que tem a meta de 1.000 unidades/mês – embora tenha vendido bem menos do que isso, apresentando agora tendência de alta nas vendas.

A Grand Tour repete os traços físicos e “psicológicos” do Mégane, o que é muito bom. Tem duas opções de motor, mas apenas uma de acabamento, a Dynamique, topo-de-linha da marca. Agrada já de início pelo desenho moderno de linhas retas, tendência atual repetida em outros recentes lançamentos.

O porta-malas tem 520 litros de capacidade, volume adequado para acomodar toda a bagagem de uma família. Seu acabamento é muito bem cuidado, em que o isolamento acústico é referência, dado o baixo nível de ruído da cabine. O painel de instrumentos integra o completo computador de bordo, além de ter boa iluminação laranja tida como mais adequada para viagens noturnas, pois cansa menos a vista do motorista.

Os bancos acomodam confortavelmente passageiros e o motorista, que tem à disposição regulagem em distância e altura para o volante e de altura para o banco. Posição de dirigir é perfeita e os 2,69 metros de entreeixos permitem que mesmo passageiros mais altos encontrem conforto no banco traseiro. Destaca-se também pela direção, que tem ótima assistência elétrica sensível à velocidade – embora seja tão boa que para alguns motoristas passa a sensação de ser artificial. Traz de série airbags para motorista e passageiro e sistema de freios antitravamento ABS, com distribuição eletrônica das forças de frenagem.

No entanto, faz falta ar-condicionado digital mais adequado para um carro cujo preço inicial é de R$ 64.490,00, na versão com motor 1,6-litro flexível em combustível de 115 cv, ou ao menos com saída para o banco traseiro. E o ventilador faz barulho em demasia se utilizado já na 3ª velocidade na 4ª é mesmo ruidoso. O toca-CD com comando remoto na coluna de direção é de série, mas não lê arquivos MP3 – recurso que já se tornou diferencial em acabamento.

Tem bons motores e câmbio, com opção de manual de 6 marchas para a versão 2-litros, ou o automático de 4 marchas e acionamento seqüencial, também para o motor de maior cilindrada. Esta foi a versão avaliada pelo WebMotors. Sua suspensão repete a configuração do sedã, independente tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Tem acerto que privilegia o conforto, proporcionando rodar mais macio, felizmente sem o molejo característico das antigas peruas. Sua frente é baixa e raspa em saídas de garagens, valetas ou lombadas. Oferece boa disposição para quem gosta de andar pouco mais rápido numa sucessão de curvas, com comportamento tranqüilo – a despeito do maior peso na traseira. Para isso colaboram os pneus 205/55 R16, com rodas de 16 pol.

Diante da real ameaça no segmento, para conter o avanço da concorrente desde o início de fevereiro a Toyota está vendendo a Fielder já com IPVA pago. O modelo teve 453 unidades vendidas em janeiro.

Da mesma forma que a concorrente, a Fielder repete as boas e más características do sedã de que deriva. No primeiro grupo estão o ótimo acerto de suspensão, independente na dianteira e por eixo de torção na traseira. A perua Toyota passa ilesa por lombadas e valetas sem raspar a parte dianteira inferior. E garante rodar confortável, ainda que algo firme, com possibilidade de encarar curvas com desenvoltura em alta velocidade. Seus pneus são 195/60 R15, com rodas 15 pol e a direção tem boa assistência hidráulica, mais “verdadeira” do que a da Grand Tour. Destaca-se ainda pela sensação de robustez e durabilidade que transmite.

Entre os pontos negativos estão o reduzido espaço para passageiros, embora os bancos sejam confortáveis. Os 2,60 metros de distância entre eixos são insuficientes para se ter conforto; a má acomodação para motoristas mais altos, devido à falta de regulagem em distância para o volante apenas em altura e a falta de mais equipamentos eletrônicos – nada de computador de bordo ou ar-condicionado digital na Fielder. Seu toca-CD é de série, mas não lê arquivos MP3. O acabamento é apenas honesto para o preço do carro. Os vidros têm comando elétrico nas quatro portas, mas apenas a do motorista é acionada por um-toque. Enquanto isso, na Grand Tour há um-toque para as quatro portas, com suave sistema antiesmagamento.

Outro descuido: o comando de travamento remoto das portas não é integrado à chave na perua Toyota. Na Grand Tour é apenas um cartão, fácil de carregar e que não ocupa espaço no bolso. E seu porta-malas é substancialmente menor do que o da Grand Tour, com 411 litros de capacidade.

A Fielder equipada com câmbio automático não estava disponível para avaliação. De qualquer forma, permitiu atestar uma característica em que a japonesa deve melhoras: comando de câmbio. Na Toyota, a troca de marchas no câmbio manual é dura, chega a lembrar a picape Hilux.

E o câmbio automático de 4 marchas da Toyota fica devendo em recursos eletrônicos, trazendo apenas sobremarcha overdrive, que pode ser desligada por meio de botão na alavanca. Em comparação, a caixa automática da Grand Tour tem recursos talvez até em excesso. Na verdade essa foi a forma encontrada pela fábrica para otimizar a utilização do câmbio de também apenas 4 marchas. Com possibilidade de operação manual/seqüencial, tem pronta resposta quando exigido o acelerador e redução de marchas para auxílio de frenagem. No modo manual o câmbio sobe marcha quando o motor passa das 5.000 rpm e impede redução caso avalie que a rotação é inadequada para a marcha selecionada.

Na estrada, cruzando a 120 km/h, o motor da perua Renault está trabalhando a baixas 3.100 rpm. É um bom regime de rotação, que colabora para o menor nível de ruído e para a economia de combustível. Na mesma velocidade o motor da Fielder está a 3.750 rpm, desagradando pelo nível de ruído, que passa a sensação de se estar estrangulando o motor. O maior giro pode impactar também no consumo de combustível, com tendência de ser maior na Toyota.

Embora a fábrica não declare os números de desempenho da Fielder e de nenhum outro seu modelo, pode-se esperar por resultados semelhantes aos da Grand Tour. A perua Toyota é 130 kg mais leve do que a Renault, ambas em versão automática 1.250 kg na Fielder ante 1.380 kg da Grand Tour, o que pode colaborar para tempo semelhante na aceleração de 0 a 100 km/h, a despeito do menor torque produzido pelo 1,8-litro da Fielder.

Seu motor vibra bem mais do que o da Grand Tour, que é silencioso e suave mesmo tendo maior cilindrada. Na Toyota, é o quatro-cilindros de 1,8 litro de cilindrada e 4 válvulas por cilindro, com sistema VVTi de variação no tempo de abertura das válvulas de admissão, e potência de 136 cv a 6.000 rpm. O torque máximo é de 17,5 kgfm a 4.200 rpm. Na Renault, o 2-litros tem idênticas 4 válvulas por cilindro e conta com comando variável na admissão. Sua potência máxima é de 138 cv, apenas 2 cv a mais do que o Toyota, e o torque é igualmente maior 19,2 kgfm, surgindo em rotação mais baixa – 3.750 rpm, com boa disposição em giros menores.

Aferindo pelo computador de bordo, a Grand Tour percorreu 5 quilômetros com um litro de gasolina na cidade. Na estrada, foram 10 km/l. Multiplicado pela boa capacidade do tanque de combustível 60 litros, tem-se autonomia estimada de 600 km. Os números da Fielder devem ser pouco superiores a isso, mas a Toyota não os divulga e a perua não tem computador de bordo, que permitiria a aferição. Seu tanque tem 55 litros de capacidade.

A perua Toyota tem 3 anos de garantia de fábrica, uma grande vantagem e tipo de “atestado de qualidade”. A Grand Tour tem 2 anos de garantia, mas a Renault oferece ao consumidor a opção por mais um ano, que pode ser adquirido no ato da compra do carro por R$ 990,00. Esse maior prazo está disponível até 6 meses, mas seu valor será maior com o passar do tempo. Mas a garantia menor é compensada pela rede de concessionárias maior. São 146 pontos em todo o Brasil, frente 118 concessionárias Toyota.

A Fielder é oferecida por R$ 66.019,00 em versão única, tendo como opcionais apenas câmbio automático, que acresce R$ 4.585,00 ao preço do modelo R$ 70.604,00 e pintura metálica mais R$ 815,00. Com motor de 2 litros a Grand Tour é vendida por R$ 67.490,00 na versão manual e R$ 71.490,00 na automática. Seus opcionais são pintura metálica R$ 860,00 e toca-CD com capacidade para 6 discos R$ 1.050,00, também sem leitor de MP3.

Exceto se você é fã da Toyota ou busca a resistência inabalável da marca, opte pela Grand Tour, a melhor perua deste comparativo.

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