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Mercedes-Benz C180 Flex não fica devendo

Desempenho e acabamento seguem padrões do modelo antes importado

por Marcelo Monegato

Em março de 2009, quando ainda engatinhava como jornalista automotivo, participei do lançamento do Mercedes-Benz CLC 200 Kompressor, um belíssimo cupê de duas portas que naquele momento deixava de ser importado da Alemanha e passava ser produzido em Juiz de Fora, Minas Gerais. Pouco mais de sete anos depois – caramba, estou ficando velho –, volto a acelerar uma máquina com a ‘estrela de três pontas tatuada no peito’ produzida em solo brasileiro, agora em Iracemápolis, interior de São Paulo. Estou me referindo ao best-seller Classe C180 Avantgarde, que custa R$ 162.900 – a versão de entrada C180 FF sai por R$ 148.900.


Naquela época, o CLC ‘nascia’ em sistema CKD. Quase tudo era importado e somente montado na cidade mineira. Hoje, a história é um pouco diferente. Existe um índice mínimo de nacionalização de peças no C180, que a Mercedes não revela por questões estratégicas. No entanto, algo que continua vindo de fora, mais especificamente da Alemanha, é o motor 1.6 16V turbo de quatro cilindros, que passa a ser bicombustível (156 cv). A transmissão é automática de sete marchas (7G-Tronic Plus) e a tração, traseira.


Rodando, o C ‘Tupiniquim’ não deve em nada para o modelo antes importado. Seu caminhar é suave – e elegante, como sempre. As trocas de marchas são rápidas e levemente perceptíveis – nada, porém, que prejudique o conforto. Como os saudáveis 25,5 kgf.m de torque máximo estão plenos entre baixos 1.200 rpm e 4.000 giros, o Mercedes também é ágil. Intenso. Basta pisar mais fundo no pedal da direita para o câmbio reduzir, a rotação subir e o ponteiro do velocímetro disparar. O ronco, neste momento, invade um pouco a cabine, mostrando que o bom isolamento acústico pode evoluir um pouco mais para atingir a excelência.



Em termos de desempenho, de acordo com a fabricante, a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 8,5 segundos e a velocidade máxima é de 223 km/h (limitada eletronicamente).


E mesmo com este propulsor bicombustível desenvolvido na Alemanha, o C180 conta com sistema Dynamic Select, que permite o motorista escolher entre cinco modos de condução: ECO, Comfort, Sport, Sport+ e individual. Todas atuam de maneira diferente na resposta do acelerador, da direção e das trocas de marcha. Para ajudar na eficiência, reduzindo o consumo de combustível, o Mercedes traz também sistema Start/Stop. De acordo com o Programa de Etiquetagem do Inmetro, o sedan faz 7,0 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada, com etanol. Já com gasolina, os números são 10 km/l urbano e 13 km/l rodoviário. Absolutamente dentro do satisfatório.



A direção elétrica agrega comodidade em manobras curtas e seu comportamento mais direto em altas velocidades tempera a condução. A empunhadura do volante multifuncional é excelente e as aletas atrás sugerem esportividade ao passeio. A coluna de direção tem ajustes manuais de altura e profundidade, e o banco revestidos em couro traz regulagens eletrônicas. É fácil encontrar tanto uma posição confortável para dirigir de segunda a sexta-feira quanto uma postura mais esportiva para se divertir em uma estrada sinuosa no final de semana.




A nacionalização de qualquer veículo premium é acompanhada da seguinte pergunta: “será que a qualidade será mantida?” No caso do C180, a resposta é sim. O nível do acabamento interno está muito bom. Materiais de qualidade e peças muito bem encaixadas. Até o interior claro, que não sou muito fã, admito, casou legal com o belíssimo azul Cavansite da versão avaliada. Aliás, as rodas de liga leve de 17 polegadas (pneus 225/50 R17) poderiam ter um desenho menos conservador.


O ar-condicionado é de duas zonas, pneus run-flat (não tem estepe), airbags dianteiros, laterais de cortina e de joelho (motorista), ISOFIX, limitador de velocidade e sensor de chuva são itens de série. A central multimídia, também de série, traz tela de 7 polegadas, não sensível ao toque e não é compatível com Apple CarPlay e Android Auto. Por meio de um touchpad no console central, próximo à manopla do câmbio, é possível selecionar as funções de som, telefone, climatização e navegação. É tudo muito intuitivo e de fácil compreensão – tudo em português.


O C180 Avantgarde fica devendo câmera de ré ou, pelo menos, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Por 162.900, um controle de velocidade de cruzeiro adaptativo ou um auxiliar de estacionamento também deixariam o Mercedes mais interessante.



Custos


A partir de uma cotação no AutoCompara, a apólice média do seguro do modelo ficou em R$ 12.100 e a franquia em R$ 6.825. Já as três primeiras revisões (até 30.000 km) ficam em R$ 3.650.


Revisões

10.000 km ou 12 meses

R$ 950,00

20.000 km ou 24 meses

R$ 1.750,00

30.000 km ou 36 meses

R$ 950,00

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Conclusão


O Mercedes-Benz Classe C180 Avantgarde nacional manteve a excelência do modelo que antes vinha importado da Alemanha. O motor flex perpetua o agradável desempenho, os principais itens de série e recursos tecnológicos são os mesmos, e o acabamento interno continua sóbrio e requintado na medida certa. As melhorias talvez estejam em um revestimento acústico mais eficiente e em uma maior quantidade de equipamentos de série focados em comodidade para conquistar o consumidor não apenas por ser um Mercedes-Benz, mas por entregar custo-benefício beirando a excelência. O preço é competitivo, tendo em vista que seus eternos rivais Audi A4 Attraction e BMW 320i Sport custam R$ 159.990 e R$ 163.900, respectivamente.


E ao contrário do CLC 200 Kompressor lá de 2009, que mais foi um sonho de verão, o C180 vem para ficar. E parece que em definitivo.



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