Para começar, ainda que vá sair de linha no ano que vem, o Classe E tem linhas muito atuais. Seu ar de novidade se mantém por seus baixos volumes de venda, e não porque ele não venda bem em relação aos concorrentes. Vende. A questão é preço: há poucos carros de R$ 299 mil nas ruas.
Com isso, o E 350 chama a atenção por onde quer que se passe com ele, mesmo nos lugares mais refinados de qualquer cidade. As linhas são clássicas, mas arredondadas, o que não dá ao carro nenhum peso de idade, ainda que a dele, no mundo dos automóveis, já seja avançada.
Contribui para isso o porte do sedã. Longo 4,85 m, baixo 1,48 m e largo 2,06 m, ele sugere ser voltado à esportividade, o que se reforça com as saídas de escapamento AMG, cromadas, e com as rodas de aro 18”, com pneus 245/40 ZR18 na dianteira e 265/35 ZR18 na traseira.
Antes de nos colocarmos atrás do volante, convém espiar o que esse carro nascido clássico oferece àqueles que podem colocá-lo na garagem. O espaço interno, com um entreeixos de 2,86 m, é bastante generoso para as pernas dos ocupantes.
Duas pessoas com mais de 1,80 m conseguem viajar com bastante conforto se uma estiver dirigindo e a outra estiver no banco logo atrás do do motorista. O passageiro do meio é que acaba tendo de conviver com o túnel central da carroceria e viaja razoavelmente pior do que os outros dois passageiros. Deve ser por isso que modelos muito mais luxuosos que o Classe E têm apenas dois lugares nos bancos de trás.
Seja como for, os passageiros do banco traseiro contam com regulagem individual do ar-condicionado na traseira. Assim, pode-se dizer que o sistema de ar condicionado no E 350 é quadrizona, já que motorista, passageiro do banco dianteiro, passageiro do banco traseiro direito e o do esquerdo conseguem estabelecer temperaturas diferentes umas das outras. O porta-malas, de 540 l, carrega todas as bagagens dos passageiros com sobra de espaço.
A regulagem dos dois bancos dianteiros é elétrica e traz três memórias cada um, o que facilita bastante quando o carro é dirigido por mais de uma pessoa. Tudo fica armazenado na memória: posição dos bancos, dos retrovisores e do volante que tem regulagem elétrica de altura e distância. Até o encosto de cabeça tem regulagem elétrica.
O extremo do carro fica por conta dos assentos dianteiros, que também regulam o tamanho do apoio da coxa e as laterais dos bancos, para um suporte mais correto. Apoio lombar também está entre os comandos elétricos do carro.
Os encontos de cabeça traseiros podem ser rebatidos pelo motorista, ao toque de um botão no console central. Ali também está o acionamento da persiana do vidro traseiro, que protege os passageiros do banco de trás.
As falhas no interior do carro ficam por conta de algumas ausências importantes. Apesar de o sistema de som ser bastante sofisticado, da Harman Kardon, ele não vem com Bluetooth nem com o navegador por GSM. Para usar o telefone integrado ao carro, basta conectá-lo a uma entrada dentro do console central. E essa é a parte difícil. Seria algo rápido não fosse o fato de a entrada para o celular ser muito específica e não servir a qualquer celular, como o Bluetooth. Em um carro tão sofisticado, é o tipo de coisa que faz falta.
Ao volante
Encontrar a melhor posição de dirigir no E 350 é a coisa mais fácil que existe, considerando a quantidade de comandos possíveis. Com tudo regulado, a chave com sistema infravermelho pode ser girada no miolo. Alguns modelos do Classe E trazem o sistema Keyless Start, que permite ligar o carro com a chave no bolso. Basta apertar um botão que fica sobre a alavanca do fantástico câmbio automático 7G-Tronic.
Com sete marchas, ele tem trocas manuais por meio de aletas atrás do volante. Mas nem precisa. Qualquer cutucadinha no pedal do acelerador faz o motor reagir e o câmbio reduzir as marchas para extrair do V6 3,5-litros tudo que ele oferece. E não é pouca coisa.
Em termos de potência, são 272 cv, mais do que suficientes para fazer o E 350 atingir a velocidade máxima de 250 km/h e um 0 a 100 de apenas 6,9 s, segundo a Mercedes-Benz. O torque, de 350 Nm, também garante acelerações vigorosas. O consumo, segundo a marca alemã, é de 6,9 km/l na cidade e de 12,8 km/l na estrada.
Em marcha, o sedã mostra o que uma engenharia competente é capaz de realizar. Como pode um carro de 4,85 m parecer um carro pequeno? Como pode ele esterçar completamente em uma rua de no máximo 6 m? Como pode um carro de 1.690 kg acelerar como se pesasse 500 kg? Pois é. O E 350 faz tudo isso e algumas coisas a mais.
A suspensão, por exemplo, é baixa e os pneus não ajudam o carro a ficar nada mais alto. Em pisos irregulares, nota-se que o sedã sofre um bocado, mas ele não conta para ninguém, nem para o motorista. Só se o esforço for muito grande, o buraco, muito fundo, a lombada, mal feita e apagada.
Depois de enfrentar percalços assim com o carro da Mercedes-Benz, podemos dizer que a empresa disfarçou um Panzer de sedã. A resistência dele é impressionante, o que valoriza o investimento feito em sua compra. Não é qualquer pancada de um asfalto capenga que vai colocar esse guerreiro fora de combate.
Em piso liso, habitat do E 350, ele mostra todo o seu brilho. A direção é ágil, o que permite ao sedã encontrar lugar em qualquer brecha no trânsito. Mesmo as curvas mais fechadas não o assustam. O motor, primoroso, dá a ele o fôlego necessário para atender até aos motoristas mais afoitos.Basta pedir que o E 350 atende. Com folgas.
Um carro assim, mesmo prestes a sair de linha, vale R$ 299 mil? Se considerarmos que quem compra um sedã desse naipe não consegue não se apaixonar por ele, nem pensar em vendê-lo tão cedo, a natural desvalorização que ele sofrerá pode não ser um empecilho. Ela pode ser diluída pelo prazer que existe em dirigir um automóvel tão especial.
FICHA TÉCNICA – Mercedes-Benz E 350
| MOTOR | Quatro tempos, seis cilindros em “V”, longitudinal, refrigeração a água, 3.498 cm³ |
| POTÊNCIA | 272 cv a 6.000 rpm |
| TORQUE | 350 Nm de 2.400 a 5.000 rpm |
| CÂMBIO | Automático de sete velocidades 7G-Tronic com trocas manuais por aletas atrás do volante |
| TRAÇÃO | Traseira |
| DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira; hidráulica |
| RODAS | Aro 18” de liga-leve |
| PNEUS | 245/40 ZR18 na dianteira e 265/35 ZR18 na traseira |
| COMPRIMENTO | 4,85 m |
| ALTURA | 1,48 m |
| LARGURA | 2,06 m |
| ENTREEIXO | 2,86 m |
| PORTA-MALAS | 540 l |
| PESO em ordem de marcha | 1.690 kg |
| TANQUE | 80 l |
| SUSPENSÃO | Dianteira independente tipo four link; traseira independente, tipo multilink |
| FREIOS | Discos ventilados na dianteira e na traseira, com ABS |
| CORES | Preto Obsidian, Verde Periclasse, Azul Tanzanita, Cinza Flint, Vermelho Carneolita, Prata Cubanita, Cinza Tenorita, Prata Iridium, Cinza Indium, Preto Columbita, Preto Formal, Preto, Bege Cashmira, Preto/Bege Sahara, Preto/Marrom Cognac, Cinza Sierra |
| PREÇO | R$ 299 mil |
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