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Mercedes-Benz GLC 220d aposta no motor a diesel

Único da categoria com propulsor a óleo, SUV tem bom consumo, mas é quase R$ 100 mil mais caro que rivais

por Lukas Kenji

Enquanto boa parte dos SUVs de luxo já aposta em modelos híbridos e até elétricos, a Mercedes-Benz ainda coloca as fichas em um carro turbodiesel, o GLC 220d Enduro. Tabelado em R$ 507.900, o carro chega a ser aproximadamente R$ 90 mil mais caro em relação aos concorrentes diretos.

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No mercado externo, o modelo até entrega motorizações híbridas. Já no Brasil, existe apenas uma versão a diesel e uma a gasolina. No entanto, esta última já tem preparação AMG, ou seja, está em outro patamar de desempenho e preço.

Pode até não parecer, mas o GLC tem uma pegada off-road na parte estética. Está empregada nos para-choques cromados, além dos estribos que adoram sujar calças. A grade com dois filetes cromados também é bastante utilizada pela Mercedes em modelos com caráter aventureiro.

Mas a dedicação fora-de-estrada fica mais evidente quando falamos sobre desempenho. O modelo, que carrega motor 2.0 de 194 cv a 3.800 rpm, tem dois modos de condução específicos para o off-road. O mais severo limita a velocidade máxima em 45 km/h para encarar superfícies rochosas, enquanto a outra configuração é dedicada a terrenos arenosos ou repletos de lama.

Mas, a verdade é que a maioria dos compradores do Mercedes-Benz GLC 220d Enduro vai mesmo usar o carro em ruas e estradas de asfalto. Por isso, vale destacar que os usuários tendem a ficar bem impressionados em relação ao bom desempenho do SUV, muito por conta da entrega de 40 kgf.m entre 1.600 e 2.800 rpm, gerenciada pela transmissão automática de nove velocidades.

Isso quer dizer que a Meca emana força motriz relevante em baixas rotações. É pisar no acelerador para que o utilitário-esportivo de 1.835 quilos desenvolva velocidade rapidamente. A aceleração de 0 a 100 km/h é cumprida em 7,9 segundos.

O índice é bom para um turbodiesel, mas aquém da concorrência. O BMW X3, por exemplo, é 1,1 s mais rápido, graças a um conjunto híbrido de 292 cv de potência.

Silêncio e conforto

O que mais chama atenção no modelo da Mercedes é o isolamento acústico. Você só lembra que está a bordo de um carro a diesel quando acelera forte ou quando bate o olho no painel de instrumentos e repara que a autonomia ultrapassa os 700 quilômetros quando o tanque de 50 litros está cheio.

O consumo de 9,6 km/l na cidade não é nada mal, assim como a média de 12,7 km/l na estrada. A eficiência energética é o ponto dinâmico forte do carro junto ao ajuste de suspensão confortável e ao mesmo tempo sólido, ótimo para um bichão de 4,66 metros de comprimento e 1,64 m de altura.

Também dá para destacar como positivo o conforto para os ocupantes traseiros. Com 2,87 metros de entre-eixos, o GLC tem espaço relevante para as pernas. Mas é bom deixar claro que apenas dois passageiros viajam de boa atrás uma vez que o túnel central é alto.



Uma ausência importante para quem viaja atrás é uma porta USB para carregar o celular. Aliás, o SUV conta apenas com entradas do tipo USB-C, que são mais modernas, que ficam localizadas apenas na parte da frente do habitáculo.

Este é um detalhe importante porque o pareamento de Android Auto e Apple CarPlay com a central multimídia de 10,25 polegadas só rola por meio de cabo.

Em contrapartida, há carregamento de celular por indução. Outros itens de destaque são ar-condicionado de duas zonas, câmera 360º, assistente de estacionamento semi-autônomo, monitor de ponto cego, assistente de manutenção em faixa, piloto automático adaptativo, bancos revestidos em couro com ajustes elétricos, teto solar panorâmico, faróis full LED e rodas de 19 polegadas.



Também vale destaque para a abertura do porta-malas com o pé, por meio de um sensor que fica abaixo do para-choque. Ajuda bastante o acesso ao bagageiro de 560 litros quando as mãos estão cheias de compras, coleira do cachorro, bebê no colo e por aí vai. A capacidade do compartimento é relevante, mas fica atrás do Land Rover Discovery Sport, superior a 900 litros.

Outro recurso importante do GLC 220d Enduro é o painel de instrumentos digital que pode ser gerenciado por meio de comandos sensíveis ao toque no volante multifuncional. O sistema é rico em informações e tem visual atraente.

Com 12,3 polegadas, é mais chamativo do que a central multimídia. Aliás, em termos de design, a tela central perdeu notoriedade diante dos novos displays desenvolvidos pela Mercedes-Benz e já empregados em modelos como o Classe C.


Falta impacto

Na real, é possível ir além nesse papo. Todo o interior do sedã citado acabou por deixar outros modelos da gama desprovidos de um ‘tchan’. Não chega ao caso de ousar dizer que o interior do GLC é sem graça, mas já não tem o mesmo brilho de outrora.

É verdade que essa impressão também é causada pela pegada monocromática. O único tom discrepante é o do teto claro. O material mais chamativo é a madeira escurecida que enfeita portas e painel.

Há ainda couro, alumínio, preto brilhante e cromados. Tudo é bem encaixado e tem boa sensação ao toque. Lendo assim parece até que reclamamos de barriga cheia. Mas a verdade é que o GLC tem interior superior a boa parte dos concorrentes, mas inferior ao que a Mercedes pode e já entrega.



Por falar em concorrência, é possível dizer que o único diferencial do GLC 220d é o motor a diesel, o que não significa algo positivo ou negativo. Depende do gosto do consumidor. Embora seja um veículo de performance sólida e com recursos avançados de tecnologia, o modelo alemão não entrega muito mais do que a concorrência, mas pede investimento maior.

O adversário mais caro é o híbrido Volvo XC60, que custa R$ 467 mil na versão topo de linha que conta com diversos recursos esportivos. O BMW X3 também já é baseado no casamento de motor a gasolina com propulsor elétrico e está tabelado em R$ 437 mil na configuração que já é equipada com pacote M Sport.

Já em relação ao pós-venda, temos uma notícia boa e uma ruim. A positiva é que o seguro tem valor inferior a muito carro popular. A apólice mais em conta no plano básico do AutoCompara é de R$ 1.504,70. Por outro lado, o preço somado das cinco primeiras revisões é de R$ 15.850. O fato de o GLC ter motor a diesel tem bastante relevância nesta conta porque a manutenção dele é mais cara do que propulsores a gasolina.


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