"Elétrico" e "AMG" eram duas palavras que, até há pouco tempo, não se viam em uma mesma frase. Pois a Mercedes lança neste mês de julho no mercado brasileiro o EQS 53 4Matic+, o primeiro automóvel movido a bateria com a chancela da divisão esportiva da marca alemã.
O sedã de linhas aerodinâmicas chega ao Brasil com preço sugerido de R$ 1.350.900. Com 5,22 m de comprimento, 2,13 m de largura e 1,51 m de altura, o EQS 53 impressiona pelo tamanho e também pela cavalaria. São dois motores elétricos (um para cada eixo) com potência combinada de 658 cv e torque de 96,9 kgf.m, alimentados por uma bateria de 107,8 kWh.
A combinação permite ao modelo rodar até 586 quilômetros com uma carga e acelerar de zero a 100 km/h em 3,8 segundos. Segundo a Mercedes, é possível obter um alcance de 300 quilômetros com o veículo plugado por 19 minutos em um carregador rápido com corrente contínua de 200 kW.
Achou pouco? Pois por mais R$ 60 mil o comprador pode pedir o pacote AMG Dynamic Plus, que eleva a potência do motor para 761 cv e o torque para 104 kgf.m. Sem mexer no alcance, permite ao EQS acelerar até os 100 km/h em 3,4 segundos. E ainda vem acompanhado de controle de largada e do AMG Sound Experience (sistema que emula - parte - da experiência sonora dos AMG a combustão).
O pacote é um dos itens de personalização oferecidos pela Mercedes para o EQS no mercado brasileiro, numa lista que inclui também opções de rodas de até 22 polegadas. Outros elementos presentes no modelo são as rodas traseiras direcionais e a suspensão pneumática com amortecedores adaptativos.
Como não poderia deixar de ser em um AMG topo de linha, os acabamentos internos são de alto nível. O interior tem forrações em couro Artico e napa, enquanto o porta-malas leva bons 580 litros. Já o volante multifuncional tem botões de atalho para o seletor de modos de condução, para alterar a sonoridade do automóvel e borboletas que, diferentemente do que acontece de um carro automático comum, não trocam marchas: são usadas para variar a atuação do sistema de frenagem regenerativa.
Mas o grande destaque do EQS 53 é a Hyperscreen, que transforma o painel do carro em uma superfície plana de vidro. Embaixo dela são instaladas três telas de alta resolução.
Uma é dedicada aos instrumentos, outra à multimídia e a terceira ao passageiro, que pode usá-la como atalho para acessar uma série de funcionalidades do veículo, como o sistema de navegação GPS e o sistema de massagem nos bancos.
Além dessa espécie de "outdoor digital" à disposição dos ocupantes dos bancos da frente, o motorista pode ainda consultar as informações essenciais de condução por meio do Head-Up Display, que as projeta no para-brisa.
Tivemos um brevíssimo contato com o Mercedes-AMG EQS 53, em um passeio de cerca de 30 minutos (como motorista e passageiro) pelas ruas e em meio ao trânsito da região de Vila Nova Conceição, na capital paulista.
Apesar do conforto e da cabine que agrada ao olhar, um ponto que pode gerar incômodo para os motoristas mais baixos (tenho 1,65 m) é justamente o painel Hyperscreen, que fica em posição bem alta e obriga o condutor de baixa estatura a elevar bastante a altura do assento para olhar o mundo exterior.
Por outro lado, a experiência sonora fornecida pelo AMG Sound Experience (em seu modo Powerful) é digna de nota. Você sabe que aquilo tudo é artificial, já que um carro elétrico não tem o mesmo ronco de um carro a combustão.
Mas o característico som (uma mistura de esportivo V8 com nave espacial) anima o motorista a pisar fundo no acelerador. Ao que o carro responde com um coice digno dos mais de 100 quilos de torque (e apesar dos 2.655 quilos de peso).
Com tudo isso, ficou a sensação de que faltou uma estrada (na verdade, algumas estradas) no caminho do "meu" AMG. E aquele gostinho de quero mais. Fica para a próxima, EQS 53!