Nissan Sentra 2.0SL x Honda Civic EXS

Afinal, o Sentra tem atributos para enfrentar o Civic?


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Luís Figueiredo
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- Sim, o Sentra é capaz de brigar com o Civic. No lançamento do modelo, o diretor Comercial da Nissan, Nélio Bilate, afirmou categórico: “nosso principal concorrente é o Honda Civic”. Embora com meta modesta de vender 700 carros por mês, Bilate acreditava no pacote de seu mexicano vem de Aguascalientes como apto a roubar vendas do sedã fabricado em Sumaré, SP – que vende mais de 3 mil unidades mensais.

Quais são as qualidades do Sentra? Para este comparativo optamos pela versão de topo 2.0SL, disponível apenas com câmbio automático CVT, de forma a conferir tudo o que o carro pode oferecer. O modelo mais procurado nas concessionárias é o intermediário com a caixa automática – sua primeira qualidade – justamente pelo preço: R$ 68.500,00. A versão avaliada custa R$ 81.700,00.

Com relações infinitamente variáveis, o câmbio CVT é uma exclusividade no segmento. Garante agilidade ao Sentra no trânsito urbano e na estrada é igualmente eficiente. A 120 km/h o conta-giros mostra que o motor trabalha a apenas 2.100 rpm, o que colabora para o baixo nível de ruído a bordo e o menor consumo. Seu funcionamento, no entanto, é peculiar – numa arrancada é estranho ver o ponteiro do conta-giros estacionado em 4.000 rpm enquanto o carro ganha velocidade; nessa rotação o Sentra também se torna ruidoso.

Outra qualidade: o novo motor quatro-cilindros de 2 litros de cilindrada. Com bloco e cabeçote em alumínio, tem potência de 142 cv a 5.500 rpm e 20,3 kgfm de torque a 4.800 rpm – sendo que 90% deste total estão disponíveis já a 2.400 rpm, de acordo com a fábrica. Para conseguir esse desempenho, a Nissan aplicou ao motor o sistema CVVTCS, de variação das válvulas de admissão. Segundo a Nissan, o Sentra que pesa 1.369 kg na versão SL com a caixa CVT atinge 188 km/h e vai da imobilidade aos 100 km/h em 10,4 segundos.

E tem mais. Segundo estudo feito pelo CESVI, Centro de Experimentação e Segurança Viária, o Sentra atingiu 18 pontos no ranking CAR Group, a melhor entre os veículos da categoria avaliados. Esse levantamento categoriza os veículos de acordo com a sua facilidade e custo de reparo. Quanto menor a nota, melhor a classificação do veículo. Na prática, esse ranking afeta o preço do seguro do carro. Quanto menos for gasto para reparar uma colisão, menos custará o prêmio do seguro.

De acordo com o CESVI, o diferencial do Sentra não foi o numero de peças afetadas, mas sim a estratégia da Nissan de baixar os preços das peças mais afetadas no impacto capô, pára-lama e pára-choque, radiador, farol e tampa traseira, entre outros.

No ranking, o Sentra ficou à frente do Ford Fusion e Renault Mégane, ambos com 19 pontos, Toyota Corolla 22 pontos e Chevrolet Vectra, com 25. A Honda não submete seus veículos ao estudo de reparabilidade. Para Emerson Feliciano, coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do CESVI, esse comportamento dá a entender que os custos de reparo do Civic podem ser maiores do que o da Nissan.

O pacote de equipamentos é outro atrativo do Sentra. Na versão avaliada traz airbag duplo, freios ABS, computador de bordo com funções essenciais, eficiente ar-condicionado, controlador de velocidade e faróis de neblina, além de bancos de couro, toca-CD com capacidade para 6 discos e leitor de MP3 e teto solar com acionamento elétrico. Detalhe é que já na versão básica o Sentra vem com grande parte desses itens.
O painel tem iluminação laranja e desenho mais tradicional do que o ousado que equipa o Civic; traz os instrumentos necessários e com boa visibilidade, no entanto.

A posição de dirigir é correta, embora não haja regulagem de distância para o volante. O Sentra tem bom apoio para o pé esquerdo e seu banco acomoda perfeitamente o motorista. Tem direção rápida e agradável e seu volante tem boa empunhadura, mas a alavanca para regulagem de altura é muito dura e difícil de operar – verdadeira inimiga do público feminino, que vai sofrer para mexer ali.

Seu porta-malas tem capacidade maior do que o Civic. São 371 litros ante 340 L do concorrente, sendo que no Sentra há uma prática divisória com ganchos, além da rede para objetos. Cria dois subcompartimentos, um ao fundo, próximo dos bancos, de 100 litros; o outro fica com os 271 litros restantes. A tampa possui dobradiças pantográficas, que não roubam espaço do compartimento.

Há pontos em que o Sentra se esforça, mas perde para o Civic, ainda que por pouco. Seus bancos são mais macios, acomodando confortavelmente passageiros, mas o espaço traseiro é adequado para duas pessoas apenas. O túnel central é elevado e incomoda quem se senta no centro do banco, a despeito dos 2,68 metros de distância entre eixos, que garantem espaço para as pernas.

Os vidros elétricos nas quatro portas têm acionamento por um-toque apenas para o motorista – característica desagradável encontrada também no Civic –, não há travamento automático das portas e os retrovisores têm desenho que os torna pouco piores em sua função, com mais pontos cegos.

O sedã mexicano tem bom acabamento, porém inferior à excelência do Civic nesse quesito. Notam-se algumas imperfeições nos encaixes de peças no painel e maior aplicação de plástico.

Os freios são equipados com sistema antitravamento ABS e distribuição das forças de frenagem EBD, mas na traseira são a tambor. Poderia ter disco nas quatro rodas, como no Civic. Sua suspensão apresenta perfeita absorção das irregularidades do piso, ainda que os pneus Bridgestone Turanza 205/55 R16 transmitam alguma aspereza ao volante. Diferente do Civic, no entanto, só a dianteira é independente, tipo McPherson. A traseira utiliza eixo de torção.

Mas o Honda Civic não é perfeito e também tem seus percalços. Seu porta-malas, como dito acima, é o menor da categoria, com apenas 340 litros – e a tampa ainda utiliza os chamados “pescoços de ganso”, que tornam complicada a tarefa de acomodar objetos grandes.

Seu banco traseiro é bipartido em 2/3 e 1/3, mas o sistema de rebatimento é mais complicado. A coluna dianteira “A” é grossa e muito inclinada, o que atrapalha a visibilidade – no Sentra, embora seja grossa, atrapalha menos. E seu computador de bordo traz apenas consumo médio, temperatura externa e hodômetro parcial;

O Civic é superior em acabamento, espaço traseiro para o que colabora o assoalho plano, por ter freios a disco e suspensão independente nas quatro rodas – tipo McPherson na dianteira e por braços triangulares superpostos na traseira. O modeo avaliado também estava calçado com pneus Bridgestone Turanza, de medidas 205/55 R16, mas de índice de carga maior 91, ante 89 do Sentra e bons para até 240 km/h código V, enquanto os do Nissan, de código H, são para até 210 km/h. Leia aqui nossa dica sobre pneus.

Seu câmbio automático de 5 marchas tem acionamento seqüencial por meio de aletas no volante. É pouco mais lento do que o do Sentra e o motorista vai sentir os trancos nas trocas de marchas – mas poderá se divertir com as trocas manuais. Operado dessa forma, o câmbio permite que se acelere na marcha até o limite de rotação, sem efetuar mudança ascendente.

O motor quatro-cilindros tem 1,8 litro de cilindrada e é equipado com o sistema i-VTEC de variação do comando de válvulas, em que o i significa “intelligent”. Sua potência é de 140 cv a 6.300 rpm, com torque máximo de 17,7 kgfm a 4.300 rpm, sendo que 80% desse valor estão disponíveis a partir da 2.000 rpm. Benefício do comando de válvulas variável, como o Sentra.

O carro traz, em todas as versões, freios ABS de 4 canais, que atua nas quatro rodas de forma independente com distribuição eletrônica de frenagem, ar-condicionado digital apenas no EXS e toca-CD com leitor de MP3. Tem freios a disco nas quatro rodas, airbag duplo, volante revestido em couro – agora com regulagem de altura e de profundidade, evolução em relação ao modelo anterior – e travamento automático das portas a 20km/h.

Sim, o Sentra tem atributos para enfrentar o Civic. Mas o modelo Honda ainda é melhor – difícil será encontrar um nas concessionárias até o começo de junho, quando as ampliações da fábrica estiverem prontas e a produção finalmente aumentada. Quem estiver com pressa e optar pelo mexicano estará bem resolvido.Chevrolet Vectra

Renault Mégane

Toyota Corolla

Volkswagen Jetta

Honda Civic

Nissan Sentra

Ford Fusion Volvo C30

BMW X5

Citroën C6

VW Golf 2008

VW Polo GTi
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