O estilo, apesar de contemporâneo, não faz muitas concessões aos desenhos fluidos e arredondados dos crossovers. O X-Trail conserva os ângulos que dão a qualquer veículo fora-de-estrada a aparência de robustez necessária para decidir colocá-lo na lama ou não. Os muito arredondados, quase femininos, podem quebrar o “salto” em alguma pedra e ficar pelo caminho.
Apesar de não ser exatamente um off-road preparado para tudo, uma vez que não tem marcha reduzida, o X-Trail traz o sistema All-Mode, que permite escolher entre tração dianteira, automática com transferência de torque para a traseira quando for necessário e com bloqueio da embreagem central. Com esta última opção acionada, a distribuição de torque se fixa em 57% na dianteira e 43% na traseira. Pode não ser o ideal para os fãs das trilhas, mas ajuda, especialmente se os pneus forem os mais adequados para encarar a terra.
Os do X-Trail, da marca Bridgestone, são de uso misto, mas mais voltados ao asfalto. O rumor de rolagem está lá, mas é mais sutil do que se os pneus fossem realmente lameiros. E mais gostosos de dirigir no asfalto, com uma aderência que já surpreendia no modelo anterior do utilitário.
A responsabilidade por isso, evidentemente, não é apenas dos pneus, mas também da excelente suspensão do modelo, independente nas quatro rodas McPherson na frente e Multilink na traseira. Ela é suave sem ser molenga e firme sem ser desconfortável. O acerto proporciona prazer ao dirigir, mostrando que conforto não é uma maciez exagerada, pelo contrário. Qualquer motorista há de se sentir mais confortável num carro que não aderna demais numa curva, por mais que atravesse buracos e lombadas como se estivesse sentado numa cama d’água.
Apesar de ter 2,63 m de entreeixos, o X-Trail parece ser um carro maior, por dentro. Isso por conta da posição dos bancos, altos em relação ao assoalho do carro. O porta-malas, de 603 l, comporta bem a bagagem de uma família inteira. Espaço, como se vê, não é artigo em falta no utilitário da Nissan.
Ao volante
O interior do X-Trail, como o da maior parte dos carros da Nissan e de quase todos os modelos japoneses, é minimalista e bem acabado. Tem o necessário e nada mais. Os comandos dos vidros ficam na porta, o volante tem os comandos do controlador de velocidade e o painel de instrumentos, dividido em três mostradores circulares, tem boa visualização.
A posição de dirigir, boa, poderia ser melhor se houvesse regulagem de distância do volante. Ele só se ajusta em altura. O banco tem regulagem elétrica, mas só de altura. Bom seria se todos os ajustes fossem elétricos, uma conveniência que o Chevrolet Captiva oferece a um custo semelhante ao do X-Trail.
Para quem gosta de guardar coisas no carro, há porta-objetos por todos os lados. Mais do que o necessário, inclusive, mas o aproveitamento de espaços e nichos deve encher os olhos do público feminino, assim como a posição alta de dirigir.
Com o carro em movimento, o que primeiro se nota é a suavidade no rodar. O motor 2-litros poderia parecer insuficiente para os 1.513 kg do utilitário, mas ele está na medida. Anda direitinho e responde sempre que o pedal do acelerador exige.
Uma explicação para essa eficiência é o câmbio Xtronic, CVT, o mesmo usado no Sentra. CVT, sigla em inglês para câmbio continuamente variável, é um sistema que não tem marchas e, por isso, pode se ajustar sempre à melhor condição de torque e dirigibilidade. É um dos sistemas que melhor aproveitam a força de qualquer motor. Pena ele não ser muito popular e até andar sumindo do mercado, como aconteceu com o câmbio do Honda Fit, que deu lugar a um automático convencional de cinco marchas.
No trânsito carregado das grandes cidades, onde o recomendável seria um modelo menor e mais econômico, o X-Trail se comporta como se fosse um. Muito mais pela agilidade com que ele move entre outros carros do que pelo consumo e por suas emissões, naturalmente mais altas em um modelo tão grande e pesado.
Quem quer que tenha em mente a compra de um utilitário esportivo médio deve considerar o X-Trail entre suas opções. Não tanto pelo preço, que, a R$ 99,99 mil, é um tanto salgado, mas pelo conforto e pelo prazer que o carro proporciona a quem o dirige. Para quem gosta de dirigir e de utilitários, ele é uma das melhores pedidas.
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FICHA TÉCNICA – Nissan X-Trail
MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com sistema CVVTCS de controle variável de válvulas, refrigeração a água, 1.997 cm³ |
POTÊNCIA | 138 cv 102 kW a 5.200 rpm |
TORQUE | 198 Nm a 4.400 rpm |
CÂMBIO | Xtronic CVT com modo Sport |
TRAÇÃO | Dianteira, com seletor de tração nas quatro rodas |
RODAS | De liga-leve, em aro 16” |
PNEUS | 215/65 R16 |
COMPRIMENTO | 4,63 m |
ALTURA | 1,77 m |
LARGURA | 1,79 m |
ENTREEIXOS | 2,63 m |
PORTA-MALAS | 603 l |
PESO em ordem de marcha | 1.513 kg |
TANQUE | 65 l |
SUSPENSÕES | Independente do tipo McPherson na dianteira; independente Multilink na traseira |
FREIOS | A disco nas quatro rodas com ABS e EBD |
CORES | Preto Prestige, Prata Platinum e Cinza Precision |
PREÇO | R$ 99,99 mil |
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