Novo BMW X3: fetiches da tecnologia

Sofisticados equipamentos de conforto e lazer ajudam a tornar mais sedutor a nova geração do SUV alemão


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– A antiga geração do X3 nunca foi um grande sucesso. Parecia um tanto perdida na tentativa de ser uma “mini X5”. Com um visual acanhado, o modelo não chegou a agradar nem no Brasil nem na Europa. Na hora de renovar o modelo, portanto, a BMW tinha que acertar em cheio. E procurou na concorrência a solução. Nos moldes do Audi Q5, criou um utilitário esportivo médio, mas com maior porte, agilidade e alta dose de tecnologia embarcada. O X3 ganhou personalidade e, enfim, virou um carro significativo.

E os resultados de mercado mostram a boa receptividade do novo modelo. Globalmente, suas vendas triplicaram em relação à geração anterior no terceiro trimestre de 2011. No Brasil, o crescimento também é marcante. Desde o seu lançamento, em abril, a BMW vendeu 231 carros, contra apenas 23 em 2010, 89 em 2009 e 74 no ano anterior. Ou seja, em sete meses, o novo X3 já vendeu mais do que três anos somados da geração antiga. Com 28 unidades mensais, já supera as 23 unidades mensais do X5 e quase empata com as 30 unidades/mês do X6, mas fica bem atrás do X1 e seus 398 emplacamentos mensais em 2011.

A evolução do modelo aconteceu principalmente na sua abordagem. A nova geração, apresentada no Salão de Paris de 2010, trouxe uma nova plataforma e uma carroceria maior. Agora, o X3 tem 4,64 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,66 m de altura e 2,81 m de distância entre-eixos. São 8 cm a mais no comprimento e 3 cm no entre-eixos em relação ao carro antigo. Ou seja, para achar o seu espaço dentro da linha BMW, o X3 teve de crescer e atingir quase o tamanho da primeira geração da X5 – as dimensões são praticamente as mesmas do precursor da linha X, apresentado em 1999.

Mecanicamente, o X3 também se aperfeiçoou bastante. O chassi é novo, mais moderno e ajuda a privilegiar a dinâmica, ao mesmo tempo em que a carroceria ganhou partes mais leves, para diminuir o consumo de combustível. No Brasil, existe apenas uma opção de conjunto mecânico. Ela alia o ótimo motor 3,0L de seis cilindros em linha com turbo de duplo fluxo com uma nova transmissão automática de oito velocidades. No total, são 306 cv disponíveis a 5.800 rpm e torque máximo de 40,7 kgfm entre 1.200 e 5 mil rotações. A tração é integral, mas, dependendo da situação, pode enviar toda a força para um eixo específico para aumentar a aderência.

A BMW também usou novas tecnologias para ajudar na parte mecânica do carro. Para diminuir o consumo, a BMW adotou o start/stop, sistema que desliga o motor automaticamente quando o carro está parado e o religa assim que se tira o pé do freio. Há também o Dynamic Drive, que permite escolher entre três acertos do carro. Dependendo da decisão do motorista entre os modos “Normal”, o “Sport” e o “Sport+”, a eletrônica muda o comportamento do motor e câmbio, altera a resistência da direção e enrijece a suspensão. No modo mais esportivo, até o controle de tração é desligado.

Mas foi entre os itens de conforto que a marca bávara mais caprichou no aparato tecnológico. Trouxe a tela de 8,8 polegadas que havia estreado no Série 5 e a colocou no painel. Ela mostra as informações do rádio/TV/DVD e GPS com mapas em 3D, além de outros sistemas do iDrive, como mostrar informações do manual do condutor. Outro destaque é o sistema Top View. Através de três câmeras na carroceria, ele simula na tela interna uma visão de cima do carro para ajudar nas manobras. Além dessas novidades, também há o trivial para um carro deste porte, como o ar-condicionado de duas zonas, seis airbags, teto solar panorâmico e bancos elétricos revestidos de couro, entre outros.

O X3 xDrive 35i é comercializado por R$ 273.050 e com isso, seu principal concorrente é exatamente o Audi Q5 3,2L V6 com seus R$ 285.890. Dentro da própria linha da BMW aparece o X5 com mesmo motor e preço de R$ 299.550. Nenhum dos dois, no entanto, com o apelo de ser novidade e a grande oferta de equipamentos que o X3 possui.

Ponto a ponto
Desempenho –
O singular motor 3.0 turbo de seis cilindros em linha anima o X3 a ter um desempenho muito interessante. O “volumoso” torque máximo de 40,7 kgfm disponível logo a 1.200 rpm – e que continua pleno até 5 mil rotações – dá agilidade ao utilitário, tanto na cidade como na estrada. Para se ter ideia, o SUV atinge os 100 km/h em 6,5 segundos. Uma marca muito boa para um veículo de quase duas toneladas. Chegar a velocidades elevadas também é fácil, graças à ajuda do moderno câmbio automático de oito marchas, com trocas praticamente imperceptíveis. Nota 10.

Estabilidade – Nesse ponto, o X3 tem um comportamento distinto, dependendo do ajuste do Dynamic Drive. Mesmo assim, é sempre um carro bem equilibrado e que raramente perde a aderência em curvas. No modo Normal, com foco no conforto, a carroceria rola um pouco, com ligeira perda de trajetória. Nos modos mais esportivos, no entanto, o ajuste da suspensão é ainda mais fino, com favorecimento à dinâmica. Nesse caso, com a suspensão mais rígida, é possível até fazer algumas curvas improváveis com o SUV da BMW. Nota 9.

Interatividade – Os comandos “vitais” do carro são todos razoavelmente bem posicionados e intuitivos. Os eventuais “mal entendidos” entre o motorista e o carro se concentram na imensa tela de 8,8 polegadas que mostra informações do GPS, TV, DVD, rádio e até do manual do proprietário, onde existem algumas funções difíceis de se realizar. Já o programa que controla o sistema de entretenimento iDrive está mais avançado e com funcionamento mais simples. O quadro de instrumentos tem disposição clássica, com um pequeno visor digital que mostra o consumo instantâneo e a carga da bateria que regula o start/stop. A visibilidade traseira é limitada, mas o espetacular sistema de câmaras Top View torna até divertidas as manobras. Nota 8.

Consumo – Apesar de ser dotado do sistema start/stop, o X3 se revelou um beberrão. Em um percurso majoritariamente urbano, fez uma média de 6,1 km/l de gasolina. Não há medições do Inmetro para o veículo. Nota 5.

Tecnologia – A plataforma é nova, lançada com o carro no fim de 2010. O motor é moderno e conta com soluções interessantes, como o turbo de duplo fluxo que aumenta a força em baixas rotações. A lista de equipamentos é das mais recheadas, com direito a tela de 8,8 polegadas, três câmaras de ré com sistema Top View e start/stop, além do “básico” para um carro deste segmento. Não deixa nada a desejar. Nota 10.

Conforto – Na troca de geração, o X3 ganhou em tamanho. Ou seja, o espaço interno foi muito beneficiado. Os 2,81 metros de entre-eixos são suficientes para dar conforto a cinco ocupantes. Quando o Dynamic Drive está no modo Normal a suspensão é mais macia e passa poucos solavancos para o interior da cabine. Nos modos mais esportivos, o conforto é prejudicado pelo acerto mais duro. Nota 9.

Habitabilidade – No console central, a preferência é mostrar o acabamento em madeira. Não há grandes porta-objetos no veículo, apenas um porta-copos na frente da alavanca de câmbio. O apoio de braços esconde um bom compartimento. O porta-malas é um dos destaques. Leva 550 litros com os bancos em posição normal e 1.600 com eles rebaixados. Nota 8.

Acabamento – O interior do X3 não é dos mais chamativos. Mas os encaixes e o acabamento das peças são de altíssima qualidade. Em todo lugar que se pode tocar se encontram peças de couro, madeira ou plástico emborrachado. Transmite uma sensação de muito esmero e competência na montagem do carro. Honra as melhores tradições da BMW. Nota 10.

Design – A mudança de geração fez muito bem para o X3 em termos estéticos. Saiu de cena o desenho pouco harmonioso para entrar um automóvel bastante imponente e muito bem resolvido visualmente. Destaque para a dianteira, com o longo capô cheio de vincos e com a indefectível grade bipartida. Nota 8.

Custo/beneficio – A BMW cobra caro pelo X3. São R$ 273.050 pela única versão disponível, a xDrive 35i. Dentro da própria BMW, aparece a concorrência do X5 xDrive 35i, com o mesmo motor, que sai por R$ 299.550. Entre as marcas rivais, há o Audi Q5 3.2 sai por R$ 285.890 e pode alcançar R$ 360.225. A tradicional rival Mercedes-Benz oferece o GLK 300 por R$ 196.500, enquanto que a Volvo vende o XC60 por R$ 143.410. Ou seja, a marca bávara cobra muito, apesar de inegavelmente alta dose de tecnologia embarcada. Nota 5.

Total – O BMW X3 xDrive 35i somou 82 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões: em todos os sentidos
O primeiro olhar para o X3 traz uma inequívoca lembrança do companheiro maior, o X5. O desenho lembra bastante o precursor da linha X, mas melhor acabado e mais refinado. De toda forma, é muito diferente da antiga geração do X3, pouquíssimo inspirada esteticamente, que se refletiu nas tímidas vendas do modelo no Brasil e no mundo. O espaço interno também remete ao mais antigo membro da gama de SUVs da BMW. Com um crescimento considerável em relação ao carro antigo, o X3 leva cinco ocupantes com muito conforto. A arquitetura clássica da carroceria dá boa sensação de espaço também para cabeça e ombros.

Quem vai na frente é brindado com o que a BMW sabe fazer com muita competência. O acabamento é excelente. O couro é de alta qualidade e é pespontado com uma costura branca. Os plásticos são emborrachados e de bom toque, além de terem encaixes precisos. É o clássico capricho alemão. Entretanto, é a telona de 8,8 polegadas que denuncia que este se trata de um carro de última geração. Comandada pelo sistema iDrive, bem mais intuitivo, ela mostra imagens dos GPS com mapas 3D, DVD e até TV – que funciona apenas quando o carro está parado.

Na hora de manobrar o grande utilitário, a tecnologia regala o motorista com outro mimo: o sistema de câmaras espalhadas pela carroceria. Aliadas ao sistema Top View, simulam no monitor uma visão instigante e inusitada – como se o carro estivesse sendo filmado do alto, de uns três metros acima do teto. Com essa “ajudinha”, o motorista nem precisa se preocupar em estacionar o X3. Basta estacionar direito o carrinho em miniatura que aparece na tela no painel que o carro original também se posiciona com segurança na vaga, de um modo totalmente lúdico. É mais um dos sistemas “fool proof” – a prova de bobagens – que chega à indústria automotiva. Mas esse é inegavelmente efetivo e divertido.

Depois de sair da vaga com facilidade, o X3 exibe também a sua competência em movimento. O motor 3,0L turbo na clássica configuração de seis cilindros em linha é dos melhores de sua categoria. Oferece um ótimo torque de 40,7 kgfm na imensa faixa entre 1.200 e 5 mil rpm. Ou seja, basta sair do sinal e acelerar um pouco que o motorista dispõe da força máxima disponível. As retomadas também são vigorosas. Os 306 cv lançam o carro a velocidades elevadas com facilidade e sempre com boa reserva de energia. Chegar aos 160 km/h com o SUV é algo quase natural. Ponto também para a transmissão automática de oito marchas. As relações são bem curtas e ajudam a explorar a competência do propulsor. As trocas são rápidas e praticamente imperceptíveis.

Dinamicamente, o carro se mostra muito acertado. Mesmo com o seletor interno acertado como “Normal”, o X3 se mantém colado no chão nas curvas. As opções Sport e Sport+ endurecem a suspensão e deixam o comportamento ainda mais divertido. Em curvas mais fechadas, os 1.880 kg tendem a levar ao subesterço, mas a tração integral joga a força para as rodas traseiras e situação logo se normaliza. Caso o ânimo do motorista seja muito, basta dar uma tirada do pé do acelerador que o carro volta a apontar para a direção correta.

Motor forte combina com vontade de pisar fundo e isso leva, invariavelmente, a um consumo alto. Para tentar diminuir a sede do X3, a BMW usou o sistema start/stop. O problema é que o seu funcionamento é um tanto quanto brusco. As constantes religadas do motor nos engarrafamentos acabam balançando o carro mais que o desejado.

Além do elevado consumo de combustível, existem outras falhas pontuais. Como a falta de ajustes elétricos para o volante, a pequena capacidade off-road e o alto preço. Mas mesmo assim, a BMW mostra que sabe bem como fazer a tecnologia jogar a seu favor.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.
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