- A história das picapes compactas começou com a Fiat, quando em 1978 ela lançou a primeira picape derivada de um automóvel. Na ocasião, a Fiat acabou criando uma categoria inédita no mundo. Depois que a picape do 147 começou a ser vendida, vieram as outras. Entre elas estava a percussora do Montana, a Chevy 500. Como disse o nosso colunista Joel Leite, em 2006: “A picape derivada de carro de passeio fez sucesso: o Corcel virou Pampa, o Chevette virou Chevy e o Gol virou Saveiro. Depois vieram a picape Corsa, o Courier, o Strada e o Montana”. A vantagem do Chevy diante das suas concorrentes, daquela época modelo teve produção encerrada em 1995, era a tração traseira. Com capacidade para levar 500 kg daí o nome, o modelo derivado do Chevette foi encerrado para a entrada da picape do Corsa.
Para os mais saudosistas, era o começo de uma decadência no mundo das picapes da GM. Afinal, a utilitária pequena perdia aquilo que era de mais importante, a sua tração traseira, fundamental para levar peso e trabalhar com maior eficiência. Por outro lado, outros a acusavam de obter manutenção “salgada”, tudo por causa do carda e sua delicada atenção. Outro item fatal era a não verificação do óleo do diferencial, podendo ocasionar até em um caro e irreversível dano no eixo traseiro.
Com o ingresso da Pick-Up Corsa ao mercado de utilitários compactos, a GM resgatou aos poucos o mundo dos picapeiros “mirins”. Afinal, fale o que quiser, mas o antiquado S10 está eternizado no topo de vendas da categoria. Então sejamos justos e passamos a ele o título dos picapeiros “juniores”. Acontece que a Corsa Pick-Up não vingou tão bem quanto o Chevy. Um dos motivos pode ser dado pelo fato de ela ter chegado em um momento que VW Saveiro e Fiat Fiorino, depois Strada, já reinavam na ponta do ranking.
Para criar algo mais forte e que combatesse a concorrência, a GM pensou e criou. Lançou uma picape baseada no novo Corsa e com uma caçamba de enorme capacidade volumétrica. Resultado: visibilidade mediana e a ausência da tão sonhada cabine estendida. Mas mesmo com esses pequenos percalços, a Montana antiga vendeu, em 2010, cerca de 30 mil unidades.
O WebMotors ficou uma semana com o novo Montana para identificar se as acusações, de que ela piorou, dos nossos leitores, faziam sentido, e concluímos: o Montana antigo é melhor que o novo. Para isso fizemos um comparativo entre Montana velha e Montana nova.
Desempenho – O Montana “Agile” acelera de 0 a 100 km/h em 12,1s etanol e 12,3s gasolina. A velocidade máxima do novato é de 170 km/h. O Montana Conquest 1.4 de 8V chega aos 100 km/h em 12,2s etanol e 12,6s gasolina. A antecessora consegue chegar a velocidade máxima de 180 km/h. No quesito aceleração a picape do Agile vence. No tema velocidade máxima, quem vence é a antiga. Empate técnico: Montana/Agile 0 X 0 Montana/Corsa
Desenvoltura – Peso/Potência A picape do Agile tem um peso em ordem de marcha de 1.092 kg. Com os 102 cv de potência, extraídos do motor 1,4 litro quando abastecido a álcool, a relação fica em 10,7 kg/cv. O Montana antecessor tem um peso declarado em 1.078 kg. Com um motor de mesma capacidade volumétrica igual mesmo de 105 cv, quando está abastecido com etanol, esta relação fica em 10,2 kg/cv. Ou seja, a programação do chip da nova está mais indicada para entregar potência. No Montana anterior os torques são praticamente iguais, só que a entrega aparece em 2.800 rpm, contra os 3.200 rpm da atual. Vitória da antiga. Montana/Agile 0 X 1 Montana/Corsa
Capacidades – Na atual, a capacidade volumétrica da caçamba é de 1.180 litros, na anterior o volume era de 1.143 litros. A carga útil da derivada do Agile é de 758 kg, contra 722 kg da antiga. Montana/Agile 1 X 1 Montana/Corsa
Consumo – O consumo – todas as situações com gasolina - do Chevrolet Montana/Agile é de 12,2 km/l na cidade e 16 km/l na estrada, conforme a GM. Com o WebMotors a novata fez 11 km/l em um percurso combinado. O Montana/Corsa tem um consumo urbano declarado pela GM de 12,6 km/l na cidade e 17,5 km/l na estrada. Com o WebMotors a antecessora fez 12 km/l na cidade 8,5 km/l com álcool e 16 km/l na estrada 11 km/l quando rodando com álcool. Montana/Agile 1 X 2 Montana/Corsa
Dirigibilidade – Tanto o Montana antiga como a nova utilizam o clássico arranjo de suspensão independente McPherson na frente e o dependente eixo de torção atrás. Os pneus também são iguais, 175/70 R14. O diâmetro de giro da Agile é de 11,3 m, já a da Montana é de 10,75 m. Ou seja, a Montana antiga é um pouco melhor nas manobras. O entre-eixos da picape recém-chegada é de 2,67 m, enquanto a mesma distância da Conquest é de 2,71 m. Como está mais próxima do solo 153 mm que o Montana atual 170 mm, a antiga oferece maior dirigibilidade. O Montana antiga venceu essa parada. Montana/Agile 1 X 3 Montana/Corsa
Duelo final preço – O preços sugerido do Montana 1.4 Econo.Flex é de R$ 32.374, o valor de tabela de um Montana Conquest 1.4, modelo 2010, é de R$ 29 mil. Se fossemos calcular o valor do Montana antiga nos dias de hoje, ele sairia por R$ 32.650. Conseguintemente, a versão antiga é um pouco mais cara, mesmo se for levado em conta o valor real. Um Montana/Agile 2011 tem um valor de mercado de R$ 31.450. Vitória apertada! Montana/Agile 2 X 3 Montana/Corsa
Ficha Técnica