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Novo Fiesta: Ford importa sexta geração a partir de R$ 49,90 mil

A versão hatch da nova geração do Ford chega no primeiro semestre de 2011

por Auto Press

Para uma marca que desde o slogan valoriza o novo, fica difícil explicar a presença de modelos desatualizados nas vitrines das concessionárias. Como manter no mercado um Fiesta da quinta geração, lançada em 2002, enquanto o da sexta já roda há dois anos lá fora.
Ainda mais quando essa sexta geração do compacto é feita no México, país com o qual o Brasil tem acordo alfandegário. Só que as estratégias mundiais da montadora ajudaram a Ford daqui a atenuar estas contradições. A marca enxergou espaço para seu compacto no mercado dos Estados Unidos – desde que fosse em uma versão sedã. E a filial brasileira viu no modelo, batizado por aqui de New Fiesta, a chance de investir no segmento de compactos premium com um projeto bastante moderno. Ou seja: quer manter o volume de vendas do Fiesta baiano – agora com o sobrenome Rocam –, e ganhar com a chegada do New Fiesta.
Além disso, a opção por trazer inicialmente apenas a versão três volumes tem outras razões mercadológicas. Uma delas, é claro, é preparar terreno para o hatch, que chega no primeiro semestre do ano que vem. Só que evitando inicialmente uma canibalização muito forte do Fiesta Rocam hatch feito em Camaçari, na Bahia, que vende uma média de 6.700 unidades/mês, bem maior que as 3.100 unidades/mês do atual Fiesta sedã nacional. Também desta forma, evita conflitar de cara com a linha Focus hatch, que usa o mesmo motor Sigma 1.6 16V flex de 110/115 cv e torque máximo de 15,8/16,2 kgfm a 4.250 giros.
Com preço inicial de R$ 49.900 para o New Fiesta sedã, a Ford também tratou de distanciar o modelo do Focus sedã, que só é vendido com motor 2.0 16V e a partir de R$ 61.620. Com isso, tenta evitar uma migração de consumidores, como aconteceu com o Honda Civic, após a chegada do City – sedã com quem, aliás, o novo compacto tenta brigar. Outra providência é oferecer o New Fiesta sedã apenas com câmbio manual – será o único no nicho premium sem opção de transmissão automática ou automatizada. No raciocínio da Ford, quem quiser se livrar do pedal da embreagem, opta por um Focus.
O New Fiesta é bem pragmático em relação aos itens de série: traz o mínimo exigido do segmento para manter um preço competitivo. A configuração única SE tem ar-condicionado, direção elétrica, trio, ajustes de altura e de profundidade do volante e do banco do motorista, computador de bordo, rádio/CD/MP3 e alarme, entre outros. O modelo, porém, tenta se diferenciar no nível de segurança. Com ABS e EBD chega a R$ 51.450 e adicionado a sete airbags – duplo frontal, laterais dianteiros, do tipo cortina e até para joelhos do condutor –, além do revestimento em couro, alcança R$ 54.900.
Desta forma, fica um pouco mais caro que o Volkswagen Polo sedã – iniciais R$ 45.720, mas sem itens como som e alarme –, e também que Renault Symbol, Peugeot 207 Passion 1.6 16V e Nissan Tiida sedã – por volta de R$ 45 mil –, só que fica mais barato que o Honda City, o líder do segmento dos premium, que parte dos R$ 57.420. E ainda pode beliscar vendas de sedãs que tentam brigar com os médios, como Fiat Linea – R$ 57.450 – e Kia Cerato – R$ 49.900. Mas o modelo da Ford conta com um outro item de diferenciação primordial para o mercado brasileiro: o design bastante moderno.
O modelo talvez seja o que melhor incorpora o estilo Kinetic, tendência de design da Ford, que mescla linhas angulosas bem definidas com saliências musculosas. Isso fica evidente logo na frente. O parachoque e a saia dianteira do New Fiesta são parrudas e largas, enquanto o capô é mais estreito e proeminente e acompanha o estilo dos faróis, bastante angulosos e agressivos. As laterais passam a sensação de movimento, com cortes fluidos, linha de cintura em cunha acentuada e um vinco na altura das maçanetas. Destaque para o caimento acentuado do teto e para o portamalas curto, o que disfarça o jeitão sedã. Atrás, lanternas com contornos arredondados e detalhes bojudos completam o visual. Um estilo que faz jus ao “Viva o Novo” dos anúncios da Ford e pode pesar a favor do New Fiesta.
Instantâneas # A sexta geração do Fiesta nasceu como o conceito Verve no Salão de Frankfurt de 2007. # O New Fiesta é feito na fábrica da Ford em Cuautitlan, no México. É produzido em outras quatro unidades industriais no mundo: Colônia, na Alemanha, Valencia, na Espanha, Naissing, na China, e Rayong, na Tailândia. # A direção elétrica do New Fiesta conta com um sistema de compensação de deriva. O carro detecta se o motorista está puxando o volante mais para um lado que para o outro e contrabalança o esforço. Além disso, tem outro sistema chamado de cancelamento de vibrações, que monitora e inibe as trepidações na direção. # No Brasil, o New Fiesta sedã tem garantia de três anos e será vendido em oito opções de cores. # A linha Fiesta feita em Camaçari continuará em produção com o sobrenome Rocam, em uma alusão à gama de motores Zetec Rocam desenvolvida para o compacto.
Ponto a ponto
Desempenho - O motor Sigma mostrou-se bem disposto nas arrancadas. E responde bem ao pedal do acelerador ao jogar os 115 cv nas rodas dianteiras do New Fiesta com certa facilidade. O zero a 100 km/h, segundo a Ford, é cumprido em 11,5 segundos. Em um circuito fechado na região paulista de Campinas, depois dos 70 km/h, o modelo "perdeu o embalo" e demorou mais que o necessário para atingir os 100 km/h. Contribui para isto as relações de 4ª e 5ª marchas, bastante longas. De qualquer maneira, a Ford garante que a máxima do compacto é limitada eletronicamente em 190 km/h, por conta dos pneus escolhidos para o Brasil. Para aumentar esta velocidade, seria necessário alterar as especificações radiais. Nota 6.
Estabilidade - O New Fiesta se mostrou um carro bastante acertado nesse ponto. Nas poucas curvas do circuito, revelou que possui uma rigidez torcional elogiável. A carroceria torce o mínimo e o modelo não faz menção de rolar. Nas retas, a comunicação entre rodas e volante é bem precisa até os 120 km/h. Nota 8.
Interatividade - O compacto mexicano foi bem pensado por dentro. O quadro de instrumentos e o display central – com informações do computador e som – são de fácil visualização. A operação dos principais comandos também é bastante prática, principalmente os do som, no tablier central, e dos vidros, no descansa-braço da porta. O volante oferece ajustes de profundidade e de altura com extensa amplitude, algo que deixa a desejar no Fiesta brasileiro. O câmbio tem engates curtos e precisos, mas não é muito macio. A visibilidade traseira é prejudicada pela tampa elevada do portamalas. Nota 8.
Consumo - A Ford fala em média combinada de 12,3 km/l com gasolina e 8,5 km/l com etanol. O computador do modelo testado acusou 8,4 km/l com etanol, mas em trecho predominantemente reto e de velocidades médias. Nota 7.
Tecnologia - Esta sexta geração do Fiesta utiliza uma das plataformas mais recentes e modernas da Ford. Combina aços especiais e oferece o também moderno motor Sigma 1.6 16V. O modelo traz o esperado em termos de itens de conforto para o segmento dos compactos premium. Já os itens de segurança como sete airbags e ABS só são oferecidos como opcionais. Nota 8.
Conforto - O novo Fiesta até surpreende, com um espaço para pernas do motorista e carona além do esperado para um compacto. Atrás, contudo, o vão é limitado e apenas dois adultos viajam com folga. O espaço para cabeças, por sua vez, é suficiente apenas para ocupantes de estatura mediana. O isolamento acústico se mostrou eficiente, mesmo a 120 km/h. Já o asfalto liso não permitiu conferir o comportamento da suspensão, mas com os pneus em cima das zebras do pequeno circuito deu conta que ela filtra bem as irregularidades. Nota 7.
Habitabilidade - Como bom projeto dirigido ao mercado norte-americano, o interior do Fiesta oferece mais praticidade para carregar copos do que objetos. São cinco porta-copos, sendo três no console central. O portamalas comporta 440 litros e condiz com o segmento. Os acessos são facilitados pelas amplas portas. Mas os porta-trecos das portas são diminutos e há poucos espaços para colocar pequenos objetos. Nota 6. Acabamento - A Ford optou por texturas emborrachadas no painel, o que agrada ao toque e aos olhos. Os fechamentos e encaixes se mostram precisos na maior parte do tempo, com pequenas falhas nas emendas do forro do teto com o acabamento em plástico das colunas. Feios mesmo são os parafusos expostos na parte interna da base da direção. Nota 7.
Design - O novo Fiesta parece ser a essência do conceito Kinetic, da Ford. Mescla linhas fluidas e angulosas que lhe conferem robustez e arrojo ao mesmo tempo. O caimento acentuado do teto lembra até um cupê e não deixa o carro com cara de sedã comportado. E é o mesmo Fiesta que roda nos quatro cantos do mundo. Nota 9. Custo/benefício - Os preços dos chamados compactos premium sofrem de hipervalorização. O New Fiesta começa em R$ 49.900 e chega até R$ 54.900 completo de tudo. Uma forma de se posicionar próximo ao Polo sedã e ficar mais barato que City e sedãs como Cerato e Linea. Nota 7.
Total - O Ford New Fiesta somou 73 pontos em 100 possíveis.
Primeiras impressões
Campinas/SP - O Ford New Fiesta sedã inegavelmente traz um design que se sobressai no nicho de compactos premium. O Kinetic design empresta ao modelo construído no México um aspecto, ao mesmo tempo, robusto e arrojado. Mas mesmo em um circuito fechado no interior paulista, esse arrojo fica mais na aparência. Não que o motor Sigma 1.6 16V seja incompetente, mas ele se mostra mais bem disposto para uma condução no anda e para do trânsito das grandes cidades.Isso porque, quando mais exigido, o propulsor deixa um pouco a desejar. Um exemplo foi na reta principal do circuito. Tudo bem que trata-se de um motor de 115 cv com etanol. Mas chegar aos 100 km/h na reta exigiu paciência e esforço, com o pé grudado no pedal direito. Os 120 km/h só foram alcançados no fim da reta em uma das voltas no test drive. O mesmo se percebe nas retomadas. O propulsor só enche mesmo próximo aos 4 mil giros e a relações da 3ª para 4ª e depois para 5ª são muito abertas, com muita perda de rotações nas passagens. Daí o Fiesta demorar a embalar. É preciso reduzir a todo instante para não deixar o giro cair e o modelo perder força.
Por outro lado, o equilíbrio da sexta geração do Fiesta surpreende positivamente. Abusando um pouco do carro nas curvas do circuito e em um estreito S improvisado com cones, foi possível perceber que o carro da Ford oferece uma boa rigidez torcional. Não faz menção de sair de frente em nenhum momento. Nas freadas um pouco mais fortes, o modelo também não mergulha em demasia. E também não apresentou sinais de flutuação em retas.
Por dentro, o novo Fiesta revela ser um automóvel bem pensado. O espaço para pernas é o imaginável para um compacto. A ergonomia é eficiente em quase todo o tempo, com os principais comandos bastante intuitivos e ao alcance das mãos e olhos do motorista. A posição de dirigir elevada contribui para a vida a bordo e só mesmo a visibilidade traseira deixa um pouco a desejar. Fruto de uma atenção maior para o design. Aliás, é neste quesito que o novo Fiesta promete sobrar em seu segmento.
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