Novo Ford Fusion V6 FWD: entre cilindros e cifrões

Versão com tração dianteira do sedã médio-grande alia pujança de um V6 a preço mais acessível


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- Carro com motor V6 é uma espécie de ícone. O logotipo na traseira ostenta a força que os seis cilindros organizados em “V” e dão a um modelo status e dirigibilidade. E, dentre os diversos automóveis vendidos no Brasil com essa característica, um dos mais emblemáticos é o Ford Fusion. Não apenas pelo seu desenho imponente e o seu bom desempenho de mercado. Mas porque agora, com uma versão com tração dianteira vendida a R$ 94.360, passa a ter um custo/benefício ainda mais interessante.

São expressivos R$ 9 mil a menos em relação à versão com tração integral. E isso foi rapidamente absorvido pelo mercado. Antes do lançamento desta configuração mais barata, a versão com motor V6 do Fusion só representava 8% do share de vendas do carro. Hoje, chega a 15% – sendo que 10% são da com tração dianteira. Ou seja, da média de 800 unidades mensais vendidas do sedã mexicano, 120 são do V6. O principal rival do Fusion era o Hyundai Azera. Entretanto, o modelo sul-coreano está em um momento de troca de geração – em muitas concessionárias já não é mais achado – e, enquanto a antiga era vendida por cerca de R$ 80 mil, o novo modelo vai bater nos R$ 110 mil – ou seja, vai encarar outros rivais. Até o atual momento, o Azera acumula uma boa média de 757 carros por mês. Mas, como o preço deve subir, a tendência é que este desempenho mude bastante.

Um dos principais problemas de vendas do Fusion V6 está exatamente dentro de sua linha. A versão com motor 2.5 é comercializada por R$ 83.660 e tem visual quase idêntico. Ou seja, o argumento de vendas da configuração com motor maior está exatamente aí. E isso é bem justificável. Afinal, sob o capô está um propulsor V6 com bloco e cabeçotes de alumínio, duplo comando no cabeçote e sistema de abertura variável das válvulas na admissão. No total, ele gera 243 cv de potência a 6.550 rpm e generosos 30,8 kgfm de torque a 4.300 giros. A transmissão é automática, tem seis velocidades e permite trocas manuais através de um botão localizado na alavanca do câmbio.

A oferta de equipamentos também é interessante. O Fusion V6 FWD já vem com bancos revestidos em couro, ar-condicionado digital dual zone, seis airbags, ABS, controles de estabilidade e de tração, ajustes elétricos dos bancos dianteiros e cruise control. Ainda há a tela de oito polegadas sensível ao toque acoplada com o sistema de entretenimento Sync, que permite realizar algumas funções via voz. O sistema de som tem 12 alto-falantes e tem conectividade com Bluetooth, USB, iPod e tem 10 GB de memória interna. Em relação ao V6 com tração integral, só perde o sistema de monitoramento de ponto cego, câmara de ré e sensor de chuva.

Além do Hyundai Azera, a briga do Fusion V6 é com modelos como Honda Accord V6 e Toyota Camry V6, que custam em torno de R$ 130 mil. Ainda existe o Volkswagen Passat, que não tem o motor V6 no Brasil, mas tem um moderno conjunto mecânico. Nesse caso, no entanto, o simbolismo dos seis cilindros em “V” é mais importante até que o seu desempenho.

Ponto a ponto
Desempenho –
O motor V6 de 243 cv consegue fazer o Fusion acelerar de maneira bem convincente. Os generosos 30,8 kgfm de torque ajudam a levar os mais de 1.600 kg do sedã mexicano a velocidades elevadas sem grandes dificuldades. O grande peso do carro só atrapalha mesmo em rotações muito baixas, quando a força máxima do propulsor ainda não está disponível. Nesse caso, é só pisar fundo e ver o câmbio automático de seis marchas reduzir as relações e aumentar o giro para o sedã voltar a ser ágil. Nota 9.

Estabilidade – É neste ponto que a ausência da tração integral é mais sentida. Apenas com tração dianteira, a grande massa do Fusion mostra uma ligeira tendência ao subesterço. Mesmo assim, o Fusion torce pouco e a sensação de segurança ao volante do sedã é constante. Em retas, a comunicação entre rodas e volante se mostra precisa mesmo, em grandes velocidades. Nota 7.

Interatividade – O painel de instrumentos do Fusion é completo e de visualização simples. A grande tela central que reúne informações do sistema de som e ar-condicionado é sensível ao toque e com funcionamento bastante intuitivo. O que demora um pouco para se acostumar é o fato de que a Ford juntou as alavancas que ficam atrás do volante em uma só – os comandos ficam todos do lado esquerdo. Os botões para trocas de marchas manuais estão posicionados na alavanca do câmbio – um local estranho. A versão também não conta com câmara de ré, importante para um carro grande e com pouco visibilidade traseira. Nota 7.

Consumo – O computador de bordo do Ford Fusion marcou que o motor V6 consumiu 6,5 km/l de gasolina. O InMetro não tem medições para esta versão do Fusion. Nota 5.

Conforto – O espaço interno é bom dentro do sedã feito no México. Todos os ocupantes têm espaço para cabeças, ombros e pernas. A suspensão tem um ajuste muito correto e absorve com grande competência os impactos. O isolamento acústico do carro é bem feito e poucos barulhos do exterior entram na cabine do modelo da Ford. Nota 8.

Tecnologia – A plataforma do Fusion, de 2005, ainda é recente e tem boa rigidez torcional. O motor V6 é moderno e tem bloco e cabeçotes feitos de alumínio e abertura variável das válvulas na admissão. A lista de equipamentos é recheada e conta com seis airbags, ABS, ESP, sistema de som com tela sensível ao toque de oito polegadas e HD interno de 10 Gb. Faltam sistemas de segurança mais sofisticados. Nota 7.

Habitalidade – A cabine do Fusion reserva uma decente quantidade de porta-trecos. Além dos mais tradicionais, há um no apoio de braço e outro na parte superior do painel – este último, pouco útil por causa de sua localização. Os acessos ao interior são fáceis e o porta-malas leva ótimos 530 litros de bagagem. Nota 8.

Acabamento – Para um carro que beira os R$ 100 mil, o acabamento do Fusion é apenas aceitável. O encaixe das peças é perfeito, mas existe uma grande quantidade de plásticos espalhados pelo interior. Os bancos são de um couro de boa qualidade, assim como o revestimento do volante. Nota 6.

Design – A reestilização de 2009 fez muito bem ao sedã médio-grande da Ford. O desenho em geral ficou muito mais imponente e agressivo. Destaque para a dianteira, com a impactante grade cromada e os faróis bem angulosos. Nota 8.

Custo/benefício – Claro que pagar R$ 94.360 em um carro não é pouco, mas o Fusion apresenta uma boa relação custo/benefício para o que se propõe. Tem boa lista de equipamentos e um belo desempenho dinâmico. Os rivais mais tradicionais como Honda Accord, Volkswagen Passat, Chevrolet Malibu e Toyota Camry ou são menos equipados, ou são bem mais caros. Nota 8.

Total – O Ford Fusion V6 FWD somou 73 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões: o “V” da questão
A fama do Fusion no mercado brasileiro é de carro de executivo. E o visual mostra bem isso. É um sedã bem desenhado, mas sem exageros e que, à sua maneira, chama a atenção. Mas é pisando no acelerador que ele se mostra realmente interessante. Na versão FWD com motor V6, o desempenho é muito bom. Os 30,8 kgfm de torque se mostram empurrar os mais de 1.600 kg do sedã. A aceleração até os 100 km/h é feita em menos de 9 segundos. Se não fosse a limitação eletronica da Ford a 180 km/h, o Fusion teria fôlego para ir muito além. A transmissão automática de seis velocidades tem trocas suaves e é bem escalonada. Só o botão para troca manual é pequeno mal localizado – na lateral da alavanca do câmbio.

Dinamicamente, o Fusion mostra um bom acerto, mas as curvas não são superadas tão facilmente quanto na versão com tração integral. O carro mostra uma leve tendência a sair de frente, mas nada que comprometa a segurança ou a estabilidade do veículo – inclusive pela presença do controle eletrônico de estabilidade. Mesmo sem ele, no entanto, basta aliviar o acelerador para que o sedã retorne ao controle. Em retas, a direção é precisa e não há sinais de flutuação até onde o limitador de velocidade permite chegar.

No interior, o Fusion mostra a sua vocação mercadológica. Como é feito para ser vendido nos Estados Unidos, o habitáculo não recebe um acabamento tão primoroso quanto o de um modelo europeu do mesmo segmento. Existem plásticos rígidos à mostra e nem tudo é “soft touch”. Entretanto, os encaixes são perfeitos e não há rebarbas aparentes. Ao menos, espaço é o que não falta. Os 2,72 metros de entre-eixos garantem que qualquer um dos cinco ocupantes se posicione de maneira confortável. Os dos bancos dianteiros ainda contam com mimos como o ajuste elétrico e aquecimento. A tela de oito polegadas sensível ao toque junto com o sistema Sync – feito em pareceria com a Microsoft – ajuda a passar uma sensação de requinte, mas a Ford demorou para disponibilizar o GPS no Brasil. O sistema só será oferecido no Fusion e no Edge a partir do modelo 2012.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.

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