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Novo Kia Soul é caro e não empolga ao volante

Modelo que parte de R$ 88.900 tem motor 1.6 16V Flex de 128 cv e pesa 1.392 kg

por Marcelo Monegato

Pensando em trocar seu Kia Soul 2010 pela nova geração do modelo, que acaba de chegar ao Brasil? Bom, separe uma boa grana ou prepare-se para encarar conviver com um carnê de financiamento. O crossover, que quando aportou por aqui em julho de 2009 tinha preço inicial de R$ 51.490 e disputava mercado com Ford EcoSport e Renault Duster, hoje não sai por menos de R$ 88.900 e tenta bater de frente com veículos considerados premium, como Audi A1, Mercedes-Benz Classe A, Mini Cooper e Peugeot 3008.

De acordo com José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil, a explicação para esta elevação de preço passa por diversos fatores, como a forte valorização do dólar perante o real, a mudança das regras de importação com o Programa Invar-Auto, e até o IPI (Imposto sobre Produtos Importados), que antes não era repassado ao consumidor e agora é. No entanto, para o executivo, um dos principais influenciadores é os quase R$ 10.000 em equipamentos que o novo Soul recebe em comparação ao outro.

Diante deste cenário, Gandini acredita que serão emplacadas apenas 400 unidades até o fim do ano – número realmente baixo para um veículo que em 2011 beirou as 26 mil unidades vendidas.

RECHEIO
De fato, a nova geração do modelo, que passou por uma atualização interessante no visual – ganhou em esportividade -, cresceu um pouco e manteve o mesmo conjunto mecânico, representado pelo motor 1.6 16V Flex de até 128 cv (etanol), está mais recheado.

O Kia Soul 2015 traz ar-condicionado digital, bancos e volante revestidos em couro, botão Start/Stop, conexão Bluetooth, rádio MP3 com entradas USB e auxiliar, rodas de liga leve de 18 polegadas, airbags laterais, frontais e de cortida, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, direção com assistência elétrica, freios com ABS e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), e Isofix. Na versão topo de linha, que custa R$ 92.900, o Soul entrega a mais teto-solar duplo panorâmico e luzes de leitura no teto com LED.

DESIGN
Em linhas gerais, o novo Soul manteve a mesma silhueta da geração anterior, algo já esperado, pois uma das qualidades do modelo é realmente seu visual mais moderninho e que agrada o público mais jovem. No entanto, os designers da Kia conseguiram dar mais esportividade ao crossover a partir da adoção de vincos mais marcantes nos para-choques dianteiro e traseiro e nas laterais. Na frente, a grade inferior ganhou moldura que se funde com as luzes de neblina e os faróis ficaram mais afilados. Já o conjunto óptico traseiro está maior e mais evidente.

Um ponto que ajudou ao Soul estar mais, digamos, arrojado em comparação ao anterior são suas medidas. O modelo atual está 2 centímetros maior (4,14 metros), 1,5 centímetro mais largo (1,80 metro) e 1 centímetro mais baixo (1,60 metro). A distância entre os eixos também foi ampliada em 2 centímetros (2,57 metros), mantendo bom espaço interno do modelo, especialmente para quem viaja no banco traseiro – joelhos e cabeça vão bem acomodados.

Ponto positivo para o acabamento. As peças estão muito bem encaixadas e mesmo as de plástico, que não são muitas, não apresentam rebarbas. Destaque para o painel de instrumentos com excelente visualização de todas as funções do veículo e para os detalhes em cromado, que são pontuais.

RODANDO
Maior e com mais equipamentos, o Kia Soul ficou mais pesado – são 1.392 quilos. O problema, no entanto, não são apenas os quilos a mais, mas a manutenção do conjunto mecânico da geração anterior, o que o deixa moroso, com arrancadas e retomadas nada ligeiras. O motor 1.6 16V Flex até que entrega interessante torque máximo de 16,5 kgf.m (etanol), o porém é que está disponível somente a elevados 5.000 rpm. O mesmo acontece com a potência, que é de agradáveis 126 cv, mas que estão disponíveis a 6.000 giros.

Parte deste comportamento insosso também passa pelo escalonamento do câmbio automático de seis velocidades, que tem funcionamento suave e confortável. As primeiras marchas poderiam ser mais curtas para compensar a falta de ‘fôlego’.

O comportamento da suspensão agrada. Com foco no conforto, o setup é firme o suficiente para impedir inclinações exageradas da carroceria em curvas mais fechadas ou em frenagens mais bruscas.

Com ajuste de altura do banco do motorista, a posição ao volante é elevada e agrada. Com regulagem de profundidade e também de altura da coluna de direção, ‘vestir’ o Soul é fácil e rápido. O volante multifuncional tem excelente empunhadura e a direção com assistência elétrica é um daqueles ‘mimos’ que reverenciamos quando estamos fazendo aquela baliza apertada. Ponto negativo para o computador de bordo, que tem apenas quatro funções, abrindo mão de uma das mais importantes: economia média de combustível.

CONCLUSÃO
Independentemente das justificativas da Kia, o novo Soul está caro. E apesar de a lista de equipamentos estar muito interessante – ficou faltando, por exemplo, um sistema de navegação por GPS com tela central sensível ao toque -, a alta do preço não venho acompanhada, por exemplo, de uma evolução mecânica mínima para conquistar aquele que busca mais que o conforto interno. Busca também o prazer ao volante. Fato é que, de símbolo POP, o novo Kia Soul está condenado ao esquecimento.

Consulte preços do Kia Soul na Tabela Fipe WebMotors.


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