Novo Volkswagen Jetta TSI: a face oculta

Visual comportado da versão topo de linha do sedã esconde desempenho feroz


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– A versão topo de linha do Jetta, a Highline, é um daqueles carros que não é o que parece. O desenho é bastante sóbrio e dá a impressão de que se trata de um carro pacato. Se o motorista quiser, o comportamento dinâmico pode até acompanhar essa aparente serenidade. Mas basta pisar fundo no acelerador que o sedã logo revela uma face diferente. Com um conjunto mecânico moderno, ele é afinado para oferecer um desempenho digno de um esportivo. Ou seja, a casca é a mesma do modelo de entrada – o realmente calmo Comfortline e seus 120 cv. Mas as semelhanças ficam por aí. São duas propostas dentro de um só carro.

Conseguir essa mudança de personalidade não é muito difícil. Basta cravar o pé no acelerador. Afinal, é assim que a Highline mostra os seus principais atributos, resultado da boa mecânica que a fabricante alemã introduziu no carro. Sob o capô está o já consagrado motor turbo 2,0L TSI. Neste caso, ele desenvolve 200 cv a 5.100 rpm e volumosos 28,5 kgfm de torque já aos 1.700 giros. Aliado a ele está a transmissão automatizada de dupla embreagem DSG. O conjunto consegue levar o sedã a 100 km/h saindo da imobilidade em 7,3 segundos e a uma velocidade máxima de 238 km/h, segundo a Volkswagen. Para melhorar a performance nas curvas, a suspensão traseira foi modificada. Sai de cena a do tipo eixo de torção, que está no Comfortline, para uma independente Multilink, mais refinada.

Para caracterizá-lo como uma versão topo de linha, o Jetta Highline também precisaria ter uma lista de equipamentos recheada. Portanto, lá estão airbags frontais, laterais e de cortina, ABS, controle de estabilidade, ar-condicionado dual zone, bancos parcialmente revestidos em couro, rádio com tela sensível ao toque e oito alto-falantes e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros. Entretanto, como muitas vezes acontece com configurações “top”, o visual do carro é o mesmo. É preciso um olhar bem atento para diferenciar o Highline do Comfortline: só mesmo o logotipo com o TSI – Turbo System Injection – na tampa do porta-malas denuncia a identidade. No resto, o Jetta mantém aquele visual conservador que se repete em diversos carros da Volks.

Essa duplicidade dentro da linha Jetta também garantiu um desempenho de mercado mais competitivo. Até a chegada do Chevrolet Cruze, em setembro, ele mantinha a terceira posição do segmento de sedãs médios. Agora, com as boas vendagens do modelo da marca norte-americana – que já superou os 2 mil exemplares mensais –, o Jetta caiu para quarto, com uma média mensal de 1.400 unidades. Toyota Corolla e Honda Civic se mantém na liderança, enquanto os franceses Renault Fluence, Peugeot 408 e Citroën C4 Pallas rondam os mil carros emplacados por mês. A divisão entre as versões está na maneira como a Volkswagen projetava no lançamento. A topo de linha é oferecida por R$ 89.250 – exatos R$ 23.495 a mais que a Comfortline – e fica com 25% do share. Entretanto, essa participação já chegou à 50% nos dois primeiros meses de vendas. Em números absolutos, significa que 350 unidades da configuração turbo saem das concessionárias por mês.

Ponto a ponto
Desempenho –
O conjunto formado pelo motor 2,0L TSI e a transmissão DSG de dupla embreagem é admirável. O torque máximo de 28,5 kgfm está disponível em praticamente qualquer situação já que fica em sua totalidade entre 1.700 e 5 mil giros. Isso deixa o sedã extremamente ágil no trânsito. Chegar em velocidades altas também não é uma tarefa complicada. Basta uma pisada no acelerador para o propulsor responder rapidamente e jogar o corpo do motorista contra o banco. As trocas de marchas são outras que jogam a favor do desempenho, graças à grande rapidez. Nota 9.

Estabilidade – A introdução da suspensão independente Multilink na traseira deixa um carro que já tem boa rigidez torcional ainda mais estável. Mesmo em curvas acentuadas, há pouca menção das rodas desgarrarem do asfalto. Em retas, a direção sempre se mostra bastante precisa e são necessárias poucas correções. Nas frenagens, a carroceria também afunda pouco. Nota 9.

Interatividade – Como na maioria dos carros feitos pela Volkswagen atualmente, não há mistério em relação à localização dos comandos do carro. São todos bem intuitivos e simples de serem usados. O volante multifuncional traz os comandos do computador de bordo e do rádio e ainda tem as aletas para as trocas manuais de marcha na parte de trás. O sistema de som com tela sensível ao toque também é um dos destaques. O carro ainda tem os sempre bem-vindos sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Nota 8.

Consumo – O Jetta Highline conseguiu um bom consumo de 10,5 km/l com gasolina em um percurso basicamente urbano. Não há medições do InMetro para o carro. Nota 8.

Conforto – O espaço interno do Jetta é apenas satisfatório. Dentre os sedãs médios, a distância entre-eixos de 2,65 metros é maior apenas que o Toyota Corolla. Ela permite que quatro ocupantes fiquem de maneira confortável, sem grandes apertos. Um quinto adulto, no entanto, gera incômodo generalizado no banco traseiro. Como na maioria dos Volkswagen, a suspensão tem um acerto mais duro, o que significa que algumas pancadas são passadas para a cabine sem cerimônias. Nota 7.

Tecnologia – O destaque é para o conjunto mecânico formado pelo moderno motor com turbocompressor e injeção direta e pela transmissão de dupla embreagem. A plataforma é nova e própria do sedã médio. Para esta versão topo de linha, a lista de equipamentos é bem completa. Inclusive com itens de segurança interessantes, como o controle de estabilidade e seis airbags. Nota 8.

Habitalidade – O vão de abertura das portas é bom e garante acesso satisfatório para o interior do veículo em todas as situações. Por dentro, a sensação também é boa. Na frente há bons espaços para guardar objetos, inclusive com uma gaveta embaixo do banco do motorista. O lado negativo é que atrás falta um pouco de espaço para as pernas. Além disso, os ocupantes ficam um tanto afundados no banco. O porta-malas leva 510 litros, mas tem braços que invadem a área da bagagem. Nota 7.

Acabamento – É o mesmo acabamento que existe na versão de entrada. Isso significa que os materiais são de boa qualidade, inclusive com plásticos emborrachados no painel. Em alguns lugares, no entanto, existem pedaços com plásticos muito rugosos, pouco agradáveis ao tato. O volante e os bancos são forrados de couro. Nota 7.

Design – Praticamente nada denota que esta é a versão topo de linha do Jetta. Portanto, é o mesmo visual da versão mais barata do sedã. Ou seja, um carro com design sóbrio, bem equilibrado, mas sem muita graça. Nota 6.

Custo/benefício – Ao comparar com às versões topo de linha do sedãs médios concorrentes, o Jetta tem ao seu favor o conjunto mecânico moderno e bem voltado para a esportividade. As versões “top” Toyota Corolla Altis e Honda Civic EXS, por exemplo, mantém os mesmos propulsores e só ganham equipamentos em relação às configurações mais baratas de Corolla e Civic. Mesmo assim, quase R$ 90 mil em um sedã médio é um preço bem alto para se pagar. Nota 6.

Total – O Volkswagen Jetta Highline somou 75 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões: aparências que enganam
A versão Highline do novo Jetta faz basicamente o que a antiga geração do sedã médio fazia. Atrai quem busca um três volumes com apelo esportivo. A diferença principal fica no conjunto mecânico. O novo carro é um belo exemplo do chamado “downsizing” – redução do tamanho dos motores, com aumento do rendimento. Enquanto o anterior tinha um motor de cinco cilindros, 2,5 litros e 170 cv, o atual tem quatro cilindros, 2,0L turbo e 200 cv. E o ganho vem logo na primeira arrancada. Basta pisar para que a unidade de força mova o carro com grande competência. O ótimo torque de 28,5 kgfm está disponível logo aos 1.700 giros e continua lá até às 5 mil rotações. Isso significa que existe força suficiente para deixar o sedã de mais de 1.300 kg com uma agilidade impressionante, tanto no trânsito urbano, quanto nas estradas.

Elogiável também é a transmissão automatizada de dupla embreagem. Ela faz as trocas de maneira muito rápida e explora muito bem a potência do propulsor. Em alguns momentos, é impressionante a velocidade com que o ponteiro do conta-giros cai enquanto a marcha sobe. Entretanto, mesmo com essa ferocidade que o conjunto mecânico consegue fornecer, é possível manter um comportamento bastante comportado com o Jetta Highline. O carro aceita uma tocada mais amistosa “sem reclamar”, com um comportamento igualmente interessante. As marchas são trocadas em rotações baixas e o consumo consegue ficar na faixa dos 10 km/l. Muito bom, num mercado de carros normalmente beberrões.

Nas curvas, o Jetta também se dá muito bem. A suspensão traseira do tipo Multilink ajuda a manter o carro bem estável e sempre em sua trajetória correta. O modelo quase não faz menção de sair de frente ou de traseira e mantém uma boa sensação de segurança ao volante. Em caso de exageros, o controle eletrônico de estabilidade entra em ação para devolver o carro ao seu rumo correto.

A suspensão mais refinada também oferece mais conforto ao rodar. Mesmo tendo um ajuste rígido – como é comum em carros da Volkswagen –, ela consegue absorver algumas pancadas com competência. Mesmo assim, o aspecto geral é que se trata de um carro duro de se rodar na cidade. O interior é bem correto. Tem acabamento com peças bem encaixadas, mas peca por não ter nenhuma diferenciação em relação ao modelo de entrada. Ou seja, algumas peças de plástico um tanto hostis ao toque continuam lá. O espaço interno não impressiona, mas também não é uma falha. É suficiente para quatro pessoas viajarem com bastante conforto a bordo do sedã da Volks. É exatamente essa combinação de um ótimo comportamento dinâmico com um carro de boa qualidade que fizeram o Jetta Highline conseguir uma fatia do mercado, mesmo com preço alto.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.
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