O Renault Kwid é o carro zero-quilômetro mais barato do Brasil. Por isso causa tanta comoção o fato de o modelo ter preço de tabela que ultrapassa os R$ 65 mil na configuração topo de linha. Para ser preciso, o Kwid Outsider custa R$ 66.790. Será que o investimento vale a pena diante do que a versão entrega?
O apelo do produto é trazer, de série, todos os itens que o compacto pode oferecer, além de um visual mais chamativo, com alguns diferenciais estéticos e interior com acabamento mais caprichado.
A grade frontal tem um detalhe cinza que acompanha a linha dos LEDs de uso diurno. Já os projetores principais foram posicionados para uma parte mais baixa do para-choque, o que confere uma musculatura mais parruda ao elemento.
A versão tem ainda skid plates, que formam uma espécie de escudo para a base do carro e estão disponíveis tanto na frente, quanto atrás. Outro material diferente é o preto brilhante que decora as capas do retrovisor.
O Kwid Outsider tem ainda um adesivo nas portas frontais com o nome da versão, rodas diamantadas de liga leve de 14 polegadas, além de um raque de teto. No entanto, este item é meramente estético e não suporta peso.
O único opcional da versão é a pintura externa, que varia entre R$ 700 e R$ 1.500. Seria legal que também estivesse disponível no Outsider a opção de teto preto, ofertada somente da configuração Intense Pack Biton, que é R$ 1.000 mais barata do que a topo de linha.
Por dentro, os protagonistas da versão são os bancos com revestimento em couro sintético nas laterais. Na parte central, os assentos têm tonalidade cinza e textura agradável. Ostentam ainda costuras em verde Citron, que decoram ainda a coifa do câmbio. Outra exclusividade interior é a saída de ar-condicionado na cor cinza Cassiopée.
Daqui por diante, todos os itens citados já podem ser encontrados em outras versões do Kwid. É o caso, por exemplo, do painel de instrumentos com novo visor digital e que tem cores que lembram a bandeira da França, país de origem da Renault.
Já a central multimídia ficou um pouco maior no facelift. Tinha 7, agora tem 8 polegadas. Tem Android Auto e Apple CarPlay, que podem ser pareados apenas por meio do cabo USB. O sistema é intuitivo e bem organizado, mas já está defasado em relação às últimas novidades do mercado.
Outros componentes de destaque são vidros frontais elétricos, ar-condicionado, monitoramento da pressão dos pneus, 4 airbags e câmera de ré.
Em relação a medidas, nada de novidade. O compacto segue com 3,68 de comprimento, enquanto o entre-eixos é de 2,42 m. Definitivamente, é um carro para quem não precisa de espaço. O público-alvo do Kwid é composto por jovens solteiros em busca do primeiro carro novo e motoristas de aplicativo.
O porta-malas também foi mantido e oferece 290 litros de capacidade. Apesar de pouco chamativo, leva a melhor contra o Fiat Mobi, que tem bagageiro de 215 litros.
O motor também não mudou. É o 1.0 SCe de três cilindros. Em contrapartida, recebeu alterações para entregar um pouco mais de desempenho e economia de combustível. A potência subiu para 68/71 cv (na ordem gasolina e etanol). É um ganho médio de 1 cv, ou seja, irrisório.
O comportamento do Kwid segue aguerrido para cumprir com o corre em cidades grandes. O compacto que entrega 10 kgf.m de torque a 4.250 kgf.m tem câmbio manual de cinco velocidades de engates curtos.
A posição de dirigir é um pouco elevada e até passa uma sensação mais amena diante de terrenos mais deteriorados. Mas não há nada de SUV por aqui, embora a montadora continue com tal apelo em propagandas.
Se a entrega maior de potência faz pouca diferença na prática, o mesmo não pode ser dito em relação à economia de combustível. O hatch que já era eficiente agora pode ser até 5% mais econômico graças ao implemento do sistema start-stop.
Além disso, o motor ganhou o auxílio da regeneração da força de frenagem. O termo é comum em carros elétricos e tem funcionamento um pouco diferente em automóveis à combustão. A energia das desacelerações é transferida para a bateria e utilizada quando o carro volta a acelerar. Isso significa que o alternador não precisa “roubar” energia do motor, o que dá uma economia de combustível de cerca de 2%.
Desta forma, o consumo médio do Kwid 2023 chega a 15,3 km/l com gasolina, na cidade. No mesmo cenário, com etanol, a média é de 10,8 km/l. Os números também são chamativos no ciclo rodoviário: 15,7 km/l e 11 km/l, respectivamente.
Ainda sobre questões que interferem diretamente no bolso, há boa oferta de serviços pós-venda. A apólice de seguro mais em conta no AutoCompara é de R$ 2.391,63. Já o valor somado das seis primeiras revisões é de R$ 3.728,79.
Em suma, o Renault Kwid Outsider é uma opção legal para quem valoriza os quesitos racionais de compra, mas também quer ter um carrinho estiloso e com interior mais caprichado.
O problema é que, com um pouco mais de grana, o consumidor já tem acesso a modelos maiores como o Fiat Argo e o Hyundai HB20. Neste caso, é preciso escolher bem qual a demanda por espaço e quais equipamentos são primordiais para você a fim de escolher o compacto certo para sua garagem.
RENAULT - KWID - 2022 |
1.0 12V SCE FLEX OUTSIDER MANUAL |
R$ 62990 |
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