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O veterano Volvo XC90 ainda vale a pena?

Com 10 anos de mercado, o XC90 de segunda geração acaba de estrear uma reestilização para conviver com o elétrico EX90

por Evandro Enoshita

De maneira incomum para um SUV de luxo, a Volvo decidiu manter o XC90 em linha mesmo após o lançamento do carro que seria o seu sucessor, o elétrico EX90.
Aliás, mais do que isso: a Volvo optou por fazer apenas um segundo - e levíssimo - retoque no visual no XC90 de segunda geração. Isso apesar de o modelo já ter completado uma década de vida. Um ciclo de vida excepcionalmente longo.
Se o Volvo XC90 fosse um modelo de entrada, não haveria problema algum. Mas estamos falando de um dos automóveis mais caros de uma marca premium, que concorre diretamente com modelos mais novos e tão prestigiosos quanto. Dito isso, será que ainda vale a pena comprar um Volvo XC90? Confira a seguir a minha avaliação.
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Teste: Volvo XC90 Ultra

Tinta nos cabelos

Eu e o XC90 somos velhos conhecidos. Já havia testado o SUV em outras ocasiões. Então esse teste com o XC90 reestilizado foi como reencontrar um velho amigo que eu não via há alguns anos.
E como normalmente acontece nesses reencontros de amigos dos velhos tempos, ou o camarada está totalmente diferente ou ele tem aquela mesma cara de sempre, apenas com umas marcas do tempo e/ou um cabelo tingido escondendo os fios brancos. O XC90 se enquadra nesse último perfil.
As belas - ainda que bastante sóbrias - linhas dos Volvo dos anos 2010 estão lá, mas com uma dianteira levemente retocada para aproximar esse cara do visual futurista do line-up atual da marca.

Entraram em cena faróis, grade frontal, para-choque, capô e para-lamas novos. Já na traseira as lanternas mantiveram inclusive a mesma assinatura visual característica, mas com a inclusão de uma máscara escurecida. Coloque novos jogos de roda - de 20, 21 ou 22 polegadas - nas laterais e está pronto o XC90 2025.
De resto, esse é o mesmo carro que já conhecíamos. Um automóvel de visual elegante e que ainda é um dos maiores SUVs da gama da Volvo: mede 4,95 m de comprimento, 2,01 m de largura, 1,77 m de altura e tem 2,98 m de entre-eixos.

Os velhos - e bons - tempos

Na cabine, o XC90 passou por mudanças ainda mais leves do que por fora: apenas a adoção de uma central multimídia com tela maior, de 11,2 polegadas. Mas como o painel não mudou, agora a tela fica destacada em relação ao conjunto, e não mais integrada.
Uma cara mais, digamos, retrô e bem distante do padrão "clean" ditado pelos novos EX30 e EX90. E o fato de a Volvo não ter mexido mais na cabine do XC90 para aproximá-lo do "SUVão" elétrico é uma ótima notícia, já que livrou o SUV veterano de perder uma das suas principais qualidades: os comandos físicos incrivelmente intuitivos para um automóvel da sua categoria.
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Com tantos equipamentos de conforto e tecnologias de condução, é normal levar um tempo a mais para se acostumar com as particularidades desses automóveis de luxo.
Mas o XC90 nunca foi assim. Seja para regular o ar-condicionado ou ajustar os assentos, é possível acessar os comandos básicos já nos primeiros segundos de contato. Literalmente. O acabamento ainda é um dos pontos fortes desse XC90, com materiais refinadíssimos. Assim como o espaço interno.

Com espaço para sete pessoas, o SUV da Volvo oferece uma ampla área para os passageiros e confortáveis assentos dianteiros, com ventilação, aquecimento, ajustes elétricos e memória de posição.
Inclusive, o XC90 tem luxos que sumiram de cena no EX90, como as persianas contra sol integradas nas janelas laterais traseiras e o teto, que também é panorâmico, mas não é composto por um vidro fixo.
E vamos falar no porta-malas: tem 640 litros de capacidade com os bancos de porta-malas rebatidos. E a tampa do bagageiro tem acionamento elétrico e comando por sensor. É claro!

Versões, preços e equipamentos

O Volvo XC90 2025 estreia no Brasil em três versões: Plus (R$ 639.950), Ultra (R$ 689.950) e Ultra Dark (R$ 699.950).
A Plus tem sete airbags, faróis do tipo LED matrix, banco do motorista com ajustes elétricos e memória de posição, painel digital com tela de 12,3 polegadas, ar-condicionado de quatro zonas, porta-malas elétrico e com abertura e fechamento por sensor, teto solar panorâmico, pacote ADAS e carregador de celular por indução. Completo, mas poderia ser melhor.
Para compensar, a versão Ultra adiciona ajustes elétricos para o banco do passageiro, além de ventilação e aquecimento dos assentos dianteiros, head-up display, som premium Bowers & Wilkins, câmera 360°, revestimentos em couro perfurado, suspensão a ar e rodas de 21 polegadas.
Já a topo de linha Ultra Dark combina o pacote visual da Ultra com rodas de 22 polegadas e o acabamento escurecido da carroceria.

Mecânica

A única opção de motorização para o XC90 no mercado brasileiro é a híbrida plug-in, que combina um motor 2.0 a gasolina com um propulsor elétrico. Conjunto que entrega a potência combinada de 462 cv e 72,3 kgf.m de torque. O câmbio é automático de oito marchas e a tração é integral.
O XC90 acelera de zero a 100 km/h em 5,3 segundos e atinge 180 km/h de velocidade máxima. Equipado com uma bateria de 19 kWh, tem uma autonomia no modo 100% elétrico de 47 quilômetros. Marca que não chega a impressionar frente a outros híbridos plug-in no mercado.

Como é guiar o Volvo XC90?

Principalmente nas versões Ultra, que têm um conjunto de suspensão a ar, o XC90 entrega um belíssimo equilíbrio entre conforto e estabilidade. Mesma pegada do sistema de direção, que é bem direta, porém leve na medida certa.
Já o conjunto motriz entrega força e potência de sobra, com direito até a uma dose de emoção nas arrancadas. Mas está bem claro que essa não é a pegada do XC90. Esse é um SUV grandalhão, feito para rodar em velocidade de cruzeiro, aproveitando a maciez da suspensão e dos bancos.
Com um belíssimo isolamento acústico - que segundo a Volvo foi reforçado na linha 2025 - o XC90 entrega muito conforto. Aquele típico carro agradável de rodar e que dá vontade de guiar ou ser guiado até o combustível - e a bateria - acabarem, sempre aproveitando o conforto do sistema de som premium e do ar-condicionado de quatro zonas.
O pacote de tecnologias de condução também é irretocável, cauteloso até demais em suas reações. Algo compreensível, já que esse é um Volvo e a segurança está em primeiro lugar. Há até um sistema que manobra o carro automaticamente ao detectar o risco iminente de uma colisão frontal. Coisa fina!
Tudo isso pode ser monitorado pelo quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas - com grafismos bonitos e apresentação clara das informações - e pelo head-up display. E a multimídia de 11,2 polegadas, apesar da tela pequena para um carro dessa categoria, tem sistema operacional Google e a mesma lógica de funcionamento de um tablet Android. Ou seja: bem fácil de usar.
Mesmo com os 10 anos de vida, o XC90 não fica devendo em nada aos concorrentes mais novos no quesito prazer ao dirigir.

Ainda a pena comprar um Volvo XC90?

Eu sei que esse não é um ponto decisivo para alguém disposto a pagar mais de R$ 600 mil em um carro. Mas vale pela curiosidade. Na tabela de preços do site da Volvo, o custo das revisões do XC90 até os 50 mil quilômetros é de R$ 9.295. Vale lembrar que a garantia é de três anos, sem limite de quilometragem.
E o preço do seguro? Fiz a cotação no Auto Compara dentro do meu perfil - casado, 37 anos - e o valor da cobertura completa variou entre R$ 11.967,16 e R$ 27.716,60. Não custa nada lembrar que esse valor não inclui possíveis bônus ou descontos.
Respondendo à pergunta do início do texto, o XC90 ainda oferece um pacote competitivo. Na comparação com o concorrente direto Audi Q7, por exemplo, o SUV da Volvo pode até ser ligeiramente mais na versão Ultra Dark, mas tem a vantagem da motorização híbrida plug-in.
Mas essa vantagem do XC90 diminui quando o modelo é comparado a concorrentes de mesmo porte, mas com apenas cinco lugares, como o Lexus RX 450H+. De projeto mais atual e também plug-in, o Lexus vai mais longe que o Volvo, embora seja menos potente. Por outro lado, é bem mais barato: R$ 609.990.
É como eu sempre digo: tudo vai depender do que você espera de um carro.

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