Peugeot 206 Escapade

“Cross station” coloca a Peugeot no mundo “off-road light”


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Gustavo Ruffo
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- Desde que foi criado em 1999 com a Palio Adventure, o segmento dos “off-road light” não pára de crescer, especialmente em vendas. Como mercado que cresce não pode ser desprezado, muitas empresas investiram na idéia, como a Ford, com o EcoSport, e a Volkswagen, com o CrossFox, mas algumas outras, na tentativa de conseguir uma fatia deste mercado, se perderam incorporando aos carros meros acessórios estéticos. Excluindo a Citroën, que fez isso com o C3 XTR e se deu bem, as outras não tiveram um resultado satisfatório exatamente por ignorar o que o consumidor deseja: um carro bonito e gostoso de dirigir, sim, mas também com suspensão reforçada, capaz de resistir aos pisos brasileiros, na cidade ou fora dela. Depois de dois anos de desenvolvimento, a Peugeot dá sua resposta aos clientes com um carro que não comete o mesmo erro: o 206 Escapade.

Ao contrário do que o nome possa sugerir, não se trata de uma versão do 206 nem da perua 206 SW, mas sim de um novo modelo, assim como a Palio Adventure, derivada da Weekend, é um produto diferenciado. Isso porque a 206 Escapade traz suspensão reforçada e de curso mais longo, com altura maior em relação ao modelo normal da 206 SW em 2,5 cm. No total, o carro é hoje 4,5 cm maior que a versão européia e tem, segundo a marca, 24 cm de altura livre em relação ao solo.

Antes de tocar na questão estética ou de dirigibilidade do carro, vale citar seu preço: R$ 49,85 mil, isso para as duas cores sólidas, o preto e o vermelho. Nas duas metálicas, prata e amarelo, o preço sobe em R$ 750, para R$ 50,6 mil. Na única opção perolizada, ou metálica especial, uma espécie de chumbo, o preço vai para R$ 50,75 mil, com incremento de R$ 900.

É um valor mais alto que o cobrado pela sua concorrente mais direta, a Fiat Palio Weekend, que custa R$ 49,43 mil e oferece, por esse preço, direção hidráulica e ar-condicionado de série. A pintura metálica sai por R$ 790 a mais, o que eleva seu preço para R$ 50,22 mil. O Ford EcoSport, por sua vez, custa R$ 49,29 mil, valor que também inclui ar e direção. Mas a Peugeot oferece, na 206 Escapade, ABS e discos nas quatro rodas. O primeiro é um equipamento que encarece a Palio em R$ 2.752, que passa a custar R$ 52.182; já o freio a disco nas quatro nem está disponível. Com isso em mente, pode-se dizer que o valor da 206 Escapade não é apenas competitivo, mas atraente.

A favor da concorrente da Fiat é possível citar o porta-malas mais generoso 460 l, contra 313 l da Peugeot, sem dúvida um fator importante para quem precisa do máximo espaço possível. O motor 1,8-litro da Weekend seria outra vantagem, mais por seu torque 18,5 kgm a 2.800 rpm, contra 15,5 kgm a 4.000 rpm da Escapade que pela potência 114 cv a 5.500 rpm, contra 113 cv a 5.600 rpm, nos dois casos com álcool, mas isso não se nota na dirigibilidade da 206, pelo menos não nas situações em que foi possível avaliá-la, descarregada e em pisos planos.

O mesmo não se pode dizer da primeira Palio Weekend, que sofria por ter um motor inadequado a sua proposta off-road. Apesar de ele também ser 1,6 16V, como o motor Peugeot, sua faixa de torque era menos homogênea.

Falha, nas duas, é a falta de oferta de vidro elétrico nas portas traseiras como item de série. Um carro na faixa dos R$ 50 mil, qualquer que seja, não pode deixar de trazer um equipamento tão barato como item de série. A Peugeot, neste ponto, poderia ter saído na frente e oferecido os equipamentos, mas perdeu a chance de fazê-lo.

Esteticamente a nova perua fora-de-estrada, ou “cross station”, como a Peugeot prefere chamá-la, traz elementos que os produtos da concorrência também consagraram, como protetores de pára-choque, de pára-lamas e de carroceria, mas deixa de lado outros, populares, mas ruins para a segurança, como o quebra-mato e os estribos laterais. O primeiro, por ameaçar ainda mais os pedestres e ambos por alterar a forma como a carroceria se deforma em caso de acidente. Estepe na tampa do porta-malas, então, nem pensar. Apesar de não contar com esses “mimos” estéticos, o resultado final agrada e deve render boas vendas à perua.

A estimativa da marca é vender 800 unidades por mês, o que tornará a Escapade responsável por metade do mix de vendas, que a empresa projeta para 1.600 unidades. Há planos de exportação para países já atendidos pela filial brasileira, como México e Chile.

Escapando com a 206

O roteiro programado pela Peugeot, apesar de não trazer subidas nem descidas, foi dos melhores, com um bom trecho de avaliação, de 120 km em pistas asfaltadas e de terra entre Porto de Galinhas, em Pernambuco, e Porto de Pedras, em Alagoas. Além da paisagem, foi possível conferir de leve o trabalho dos engenheiros brasileiros da Peugeot, que desenvolveram o carro sem interferências da matriz francesa, mas com seu aval.

Em trechos urbanos da estrada, com lombadas e valetas, a 206 Escapade não chegou ao curso final de sua suspensão nem uma vez. Mesmo em buracos mais profundos isso não aconteceu, o que demonstra o bom acerto do carro neste aspecto. A contrapartida de um curso longo de suspensão normalmente é uma perda de estabilidade, com a carroceria “adernando” mais em curvas. A 206 Escapade não apresenta esse comportamento, mas sim a conhecida boa estabilidade.

Seja como for a reação do público à mais nova “cross station” do mercado, a atitude da Peugeot em modificá-la de acordo com o que se espera já é louvável. Sucesso, como se sabe, depende principalmente de trabalho duro. Quando ele é bem-feito, como é o caso da Escapade, ele é conseqüência natural.

Gustavo Henrique Ruffo viajou a convite da Peugeot


Gosta dos “off-road lights”?

Então veja abaixo as melhores ofertas dos veículos deste segmento:

  • Fiat Palio Adventure

  • Fiat Doblò Adventure

  • Volkswagen CrossFox

  • Volkswagen Parati Crossover

  • Volkswagen Saveiro Crossover

  • Ford EcoSport

    Leia também outros testes:

    Bugatti Veyron 16.4

    Fiat Idea Adventure

    Fiat Mille Way

    BMW R 1200 GS Adventure

    Citroën C4 VTR
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