Peugeot 408 Griffe – questão de estilo

Peugeot busca na versão Griffe do 408 sofisticar a imagem da marca entre sedãs médios


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A entrada do Peugeot 408 no segmento de sedãs médios mostrou um problema instantâneo para a marca. Como o seu antecessor foi o 307 sedã, um modelo que pouco agradou, a marca francesa foi obrigada a praticamente recriar sua imagem neste nicho. Esta responsabilidade foi designada à versão topo de linha do 408, a Griffe. Isso porque é ela que conta com os diferenciais que atraem os clientes e chamam a atenção nas propagandas, como o GPS no painel e os faróis de xenônio autodirecionáveis.

Com este filão de mercado "superpopuloso", a briga foi complicada. O 408 iniciou as suas vendas em abril com tímidas 435 unidades. No mês seguinte já foram 607, enquanto que em junho chegou aos 705 exemplares. Não é suficiente para levar o sedã da Peugeot a escalar o ranking dos médios, mas já o põe no bolo, principalmente graças às recentes quedas de vendas de modelos mais antigos, como o Citroën C4 Pallas e o Nissan Sentra – os que mais sofreram com a nova concorrência.

A estratégia em relação à configuração topo de linha funcionou parcialmente. Ela é a responsável por 25% das vendas, contra 20% da intermediária Feline e 55% da de entrada Allure – com 25% com câmbio manual e 20% com automático. Ou seja, no último mês, apenas 176 carros completos saíram das concessionárias da marca, com o melhor em termos de tecnologia que a Peugeot do Brasil dispõe no segmento.

A aposta da Peugeot na tentativa de uma virada de jogo no segmento foi focar principalmente no design, um das principais reclamações em relação ao 307 sedã. A preocupação foi tanta que, diferentemente do modelo anterior, o 408 não tem visualmente nada em comum com o hatch no qual é baseado, o 308 – que deverá ser lançado no Brasil no início 2012.

O resultado foi um veículo de desenho harmonioso, com linhas fluidas que parecem aumentar o modelo aos olhos de quem vê. Na dianteira, fica a nova identidade visual de Peugeot, com a grade no formato "bocão" na parte inferior do para-choque. Ainda estão por lá os faróis alongados – vagamente inspirados em olhos de felino – e o leão rompante, símbolo da marca, envolvido por um arco cromado. De lado, o 408 se mostra um sedã contido, com poucos vincos ou ressaltos na carroceria. A traseira também traz ousadias – lembra a do 207 Passion, mas com proporções mais equilibradas. As lanternas são horizontais e se estendem da tampa do porta-malas até a lateral, com destaque, mais uma vez, à logomarca da fabricante.

O resultado é um carro elegante e bastante imponente, também graças às suas grandes dimensões. O médio da marca francesa tem 4,63 metros de comprimento e 2,71 m de distância entre-eixos. A título de comparação, o líder do segmento Toyota Corolla tem 9 cm e 11 cm a menos nas duas medidas, respectivamente.

Na parte mecânica, não há novidades. O 408 é dotado do mesmo motor do Citroën C4 Pallas. Um 2.0 16V que gera 143/151 cv de potência e 20/22 kgfm de torque. O propulsor pode ser gerenciado por uma transmissão manual de cinco marchas ou uma automática de quatro velocidades. No final do ano, o modelo deve receber uma configuração com motor 1.6 THP que já equipa o crossover 3008.

Nas versões, a Peugeot resolveu apostar no custo/benefício, pelo menos na básica Allure. Ela custa R$ 59.500 e já vem com airbag duplo, ABS, ar-condicionado manual, direção eletro-hidráulica, computador de bordo, rádio/CD/MP3/Bluetooth, trio elétrico e rodas de liga leve de 16 polegadas. O câmbio automático eleva a conta para R$ 64.500. As outras configurações se distanciam dessa proposta. A intermediária Feline ainda adiciona airbags laterais e de cortina, teto solar elétrico, ar-condicionado dual zone, bancos de couro, sensor de estacionamento traseiro, rodas de 17 polegadas, controle de estabilidade e sensores de chuva e luminosidade por R$ 74.900. Enquanto que a "top" Griffe, como o carro testado, conta com GPS com tela retrátil, sensor de estacionamento dianteiro, faróis de xenônio autodirecionais e banco do motorista com regulagem elétrica por R$ 79.900. É bastante, mas é o que se pega para ter o carro da propaganda.

Instantâneas

# O hatch no qual o 408 é baseado, o 308, foi lançado na Europa em 2007 e já passou por uma reestilização. É esse modelo que é esperado para chegar ao Brasil no início de 2012.

# A Peugeot aproveitou a lacuna deixada pelo fim do médio-grande 407 para criar o médio 408. A escolha do "nome" foi estratégica, pois ajuda a passar a impressão de que é um carro maior.

# Segundo a Peugeot, a criação do 408 reuniu profissionais dos centros tecnológicos da marca de Paris, Xangai e São Paulo.

# O lançamento do 408 aconteceu no Salão de Pequim de 2010.


PONTO A PONTO

Desempenho – No papel, os 151 cv de potência despejados pelo motor 2.0 16V parecem suficientes para deixar o 408 com um desempenho interessante. Mas o câmbio automático de quatro velocidades amortece demais o propulsor. As marchas são abertas e longas e as trocas acabam sendo feitas em rotações muito elevadas, prejudicando o consumo. Nem quando se opta pelo modo manual sequencial o resultado fica satisfatório.

Estabilidade – Nesse ponto, o Peugeot foi bem preparado para o gosto brasileiro. Com um acerto de suspensão rígido, o sedã da marca francesa é um carro bastante firme nas curvas e transmite segurança. A direção precisa e direta, mesmo em velocidades elevadas, também se mostra a favor do 408.

Interatividade – Não há como entrar no 408 e não reparar na imensa área envidraçada, principalmente na dianteira. Isso significa que o motorista consegue ter uma ótima visão do trânsito a sua frente e aos lados. A posição de dirigir é achada facilmente na configuração Griffe, graças aos ajustes elétricos do banco do motorista. O restante dos comandos é bastante intuitivo, inclusive do navegador – que conta com tela retrátil.

Consumo – O fato de o câmbio ter apenas quatro marchas e ser mal escalonado também prejudica o consumo. O Peugeot 408 conseguiu a média de 6,2 km/l com etanol no tanque.

Conforto – A área envidraçada amplia a sensação de conforto para os ocupantes. Os bancos de couro são bem-acabados e ergonômicos. O ar-condicionado dual zone ainda conta com saídas independentes para os ocupantes do banco traseiro. O único porém é na rodagem. Como a suspensão é dura e os pneus são de perfil baixo, as imperfeições das ruas são passadas para o interior sem a menor filtragem.

Tecnologia – O 408 conta com uma plataforma atualizada do 307 – a mesma que já equipa o Citroën C4 Pallas. Além disso, traz uma boa lista de equipamentos desde a versão de entrada. O porém fica no conjunto mecânico. O motor até tem boa força, mas o consumo de combustível é alto, enquanto a transmissão se mostra bastante defasada.

Habitabilidade – Não há como negar que a vida a bordo do 408 é fácil. Os 2,71 metros de entre-eixos deixam qualquer ocupante com espaço suficiente para viajar confortavelmente. Os vãos das portas são satisfatórios. O 408 também conta com porta-malas com amortecedores na tampa, que não invadem os 526 litros de espaço do bagageiro.

Acabamento – A Peugeot caprichou no interior do seu sedã. É só passar os olhos e as mãos para notar os materiais emborrachados de ótimo toque. Os itens cromados, como a alavanca do câmbio e as saídas do ar-condicionado ajudam a passar um ar ainda mais requintado para o 408. Frente à concorrência, é um diferencial importante.

Design – A Peugeot resolveu não inventar desta vez. Portanto, sai de linha um carro com visual estranho e pouco harmônico, como o 307 sedã, e entra outro contido, mas muito elegante. Não é que o 408 vá chamar a atenção nas ruas, mas definitivamente não vai fazer feio.

Custo/Benefício – Na versão topo de linha Griffe, a Peugeot cobra altos R$ 79.900. É bastante, mas o carro já vem bem equipado frente à concorrência. Conta com itens exclusivos como GPS rebatível e faróis de xenônio autodirecionáveis. A título de comparação, o líder do segmento Toyota Corolla, em sua versão topo de linha, a Altis, atinge R$ 86.870, enquanto que o Honda Civic EXS sai por R$ 86.750.

Impressões ao dirigir

Um primeiro olhar no 408 revela que, pelo menos no lado estético, a Peugeot conseguiu tirar a má impressão que o 307 sedã causou. Apesar de manter a mesma proposta visual, o novo modelo é um carro mais imponente e mais elegante. Destaque para a alta difusão de cromados no exterior. E essa boa impressão vai também para a parte de dentro. Com um entre-eixos bastante generoso, não é difícil para qualquer um dos ocupantes achar uma posição confortável. O mesmo vale para o motorista, que conta com ajustes elétricos dos bancos e mecânicos da coluna de direção – em altura e profundidade.

O acabamento é outro que merece elogios. A Peugeot equipou o seu sedã médio com painéis com plásticos emborrachados, macios ao toque. Os detalhes cromados também ajudam a passar um bom aspecto para o habitáculo. Além disso, a imensa área envidraçada proporciona uma sensação de conforto.

No entanto, os "mimos" que o 408 entrega aos seus passageiros quando está parado, não aparecem no desempenho. O motor até que oferece boa força e potência – 22 kgfm e 151 cv –, mas apenas em rotações muito elevadas. Além disso, o câmbio automático de apenas quatro marchas é muito lento e hesita na hora das reduções. O resultado disso é que o zero a 100 km/h, por exemplo, é cumprido na faixa dos 12 segundos, próximo do Volkswagen Jetta, que conta com apenas 120 cv de potência.

Ao menos, o 408 se mostra um carro acertado quando encara trajetos sinuosos. A suspensão é rígida e permite que o sedã de Peugeot fique sempre na mão do motorista. Outro ponto positivo é a direção, bastante direta e precisa. O lado negativo é que a dureza da suspensão se paga no conforto ao rodar, principalmente na hora de superar a buraqueira das cidades, onde o carro balança sem nenhuma cerimônia.

Ficha técnica – Peugeot 408 Griffe

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com comando variável de válvulas. Bloco em alumínio. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Câmbio automático Tiptronic de quatro marchas à frente e uma a ré, com opção de acionamento manual na manopla. Tração dianteira.

Potência: 143 cv com gasolina a 6.250 rpm e 151 cv com etanol a 6 mil rpm.

Torque: 20 kgfm com gasolina e 22 kgfm com etanol, ambos a 4 mil rpm.

Diâmetro e curso: 85 mm X 88 mm. Taxa de compressão de 10,8:1.

Suspensão: Dianteira independente pseudo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados e barra estabilizadora desacoplada. Traseira por travessa deformável, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos pressurizados. Oferece controle de estabilidade de série na versão.

Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS, EDB e EBA.

Pneus: 225/45 R17 em rodas de liga leve.

Carroceria: Sedã em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,69 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,52 m de altura e 2,71 m de entre-eixos. A versão testada oferece airbag duplo frontal, airbags laterais e de cortina.

Peso: 1.527 kg em ordem de marcha.

Capacidade do porta-malas: 526 litros.

Capacidade do tanque de combustível: 60 litros.

Produção: Palomar, Argentina.

Lançamento: 2010 na China e 2011 no Brasil.

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