Peugeot 508: para fazer bonito

Sedã francês chega para enfrentar a dura concorrência alemã


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– A Peugeot quer fazer diferente – mas não muito. Em um segmento de médio-grandes dominado por alemães, a marca francesa lança seu mais novo modelo com indisfarçável inspiração germânica. Trata-se do 508, que sucede o 407 e assume a ambição de ser protagonista em um mercado controlado atualmente por Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen. Com o objetivo declarado de vender 200 mil unidades no mundo em seu primeiro ano de comercialização, o 508 chega à Europa a partir de abril nas configurações sedã e station wagon. A Peugeot do Brasil não esconde a vontade de importar o modelo, em ambas as configurações. Mas diz que vai concentrar suas forças nos próximos dois anos no recém-lançado 408. Como o mercado de médio-grandes por aqui não é tão movimentado, o 508 serviria mais como um produto de imagem do que propriamente um veículo de venda.

Já na Europa, a marca francesa coloca o 508 nas concessionárias com convicção. O sucessor do 407 terá duas motorizações a gasolina – 1.2 VTi de 120 cv e câmbio manual de seis velocidades e 1.6 THP de 156 cv com caixa manual ou automática de seis velocidades – e cinco a diesel, combustível favorito dos europeus. Mas o mais promissor da gama é o conhecido 1.6 THP a gasolina, de origem BMW, que equipa o 3008 comercializado por aqui. Se a vinda do 508 se confirmar, é a unidade de força que tem mais chances de equipar o modelo no Brasil.

Em comparação com o 407, o 508 aumentou a distância entre-eixos em 10 cm. A versão sedã tem 4,79 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,45 m de altura e 2,81 m de entre-eixos, enquanto a SW tem 2 cm a mais de comprimento e na altura e a mesma largura e entre-eixos. O principal destaque do modelo é a vasta oferta de equipamentos, boa parte deles introduzidos no Brasil com o 3008: sistema Head-Up Display, a tela de sete polegadas onde estão informações do computador de bordo e GPS, o ar-condicionado automático com quatro zonas, assentos dianteiros reguláveis em comprimento, freio de estacionamento elétrico automático, Hill Assist e sistema de som Hi-Fi JBL.

Outro atributo do médio-grande é o design moderno e atualizado com os mercados mundiais. O estilo sóbrio e com linhas fluidas tenta transmitir movimento mesmo com o veículo parado. Na dianteira, o destaque é o aspecto bojudo do para-choque. Os vincos bem marcados no centro do capô emolduram o logo do leão e combinam com o desenho dos faróis alongados e agressivos. A grade em forma de bocão é uma das características mais expressivas do conceito de design da Peugeot. Nas laterais há um vinco que corta a base das portas. Na configuração SW, os destaques da traseira são as lanternas horizontalizadas. No sedã, o tampo da mala recebe uma faixa cromada e separa as lanternas que sugerem “as garras do leão” quando as luzes são acionadas. A soma de todos os detalhes do Peugeot 508 resulta na certeza de que a marca se inspirou nos rivais para tentar ganhar mais espaço no segmento que é dominado por eles. Se der certo, quem irá condená-la por isso?

Instantâneas
# O 508 apareceu oficialmente durante o Salão de Paris, em setembro passado.
# As versões sedã e perua do 508 sairão das plantas de Rennes, na França, e de Wuhan, na China.
# A primeira aparição do 508 foi como conceito 5 by Peugeot, durante o Salão de Genebra, em 2010.
# As motorizações diesel disponíveis para o 508 na Europa são: 1.6 e-HDi FAP de 112 cv e câmbio manual de seis velocidades, 1.6 HDi FAP de 112 cv e câmbio manual de cinco velocidades, 2.0 HDi FAP de 140 cv e câmbio manual de seis velocidades, 2.0 HDi FAP de 163 cv e câmbio automático de seis velocidades, e, finalmente, 2.2 HDi FAP de 204 cv com câmbio automático de seis velocidades.

Ponto a ponto
Desempenho – O motor THP 1.6 acelera com ímpeto e faz com que o Peugeot 508 SW saia com vontade da inércia. O vigor da unidade de força aparece ainda em retomadas e trechos íngremes. Tecnologias como o comando variável nas válvulas de escape e de admissão elevam a potência. Dessa forma, 150 cv estão disponíveis a 5.800 rpm, enquanto 24,5 kgfm de torque se manifestam logo aos 1.400 rpm. Nota 9

Estabilidade – O 508 SW tem comportamento exemplar e se mostra muito bem acertado. Nas curvas mais intensas, exibe rigidez torcional elogiável. A carroceria se mantém firme no chão e nem ousa descolar do solo. A comunicação entre rodas e volante é incrivelmente precisa mesmo aos 170 km/h. Nota 9.

Interatividade – Os comandos estão todos ao alcance das mãos do motorista e o condutor ainda usufrui de boa posição de dirigir – graças aos inúmeros comandos elétricos do banco e à regulagem de altura e profundidade da coluna de direção. O sistema multimídia chega com uma tela de LCD de 7 polegadas, localizada ao centro do painel. Lá estão informações de GPS, rádio/CD player e computador de bordo. O câmbio manual de seis marchas é macio e preciso. Nota 8.

Consumo – A Peugeot aponta uma média de 15,3 km/l em trechos com 2/3 de cidade e 1/3 de estrada. No trajeto de teste, na maior parte rodoviário, o computador acusou 12,6 km/l. Nota 7.

Conforto – O 508 SW impressiona pelo conjunto da suspensão e pela ausência de vibrações mesmo quando passa por trechos onde o asfalto não está tão liso, proporcionando extremo conforto aos passageiros. Outra surpresa é o baixo nível de ruído no habitáculo. O espaço interno é generoso e os ocupantes têm espaço de sobra para pernas e cabeças. A sensação de amplitude é ainda otimizada pelo teto de vidro panorâmico. Nota 8.

Tecnologia – A Peugeot não economizou na tecnologia embarcada do 508. São seis airbags, ABS e recursos eletrônicos de controle de estabilidade. O sistema multimídia, com GPS e computador de bordo também é bem completo. Na parte mecânica, o modelo oferece o sofisticado motor 1.6 THP associado ao câmbio manual de seis velocidades. Nota 8.

Habitabilidade – Um dos pontos a favor do 508 SW é sua praticidade. O modelo tem espaços específicos para objetos, como porta-copos que saem de dentro do painel central. Há ainda um baú, localizado no apoia-braços. O porta-malas comporta 660 litros, bom volume para o segmento. Nota 8.

Acabamento – A parte interna utiliza texturas emborrachadas no painel – no estilo soft-touch. Há ainda a utilização de materiais nobres, como o aço escovado no painel e um plástico no estilo “black piano” onde está a manopla do câmbio. Não há rebarbas e as regulagens dos bancos do motorista e do carona são elétricas, ainda com apoio lombar. Nota 8.

Design – A marca francesa faz questão de frisar o conceito de “fluidez das linhas” no caso do 508. A perua média possui linhas clássicas, com poucos vincos pela carroceria. E é mesmo a simplicidade do design que faz com que o 508 seja arrojado e classudo ao mesmo tempo. Nota 8.

Custo/Benefício – O 508 SW com motor 1.6 THP de 156 cv chega à Europa por 48.550 euros, o equivalente a R$ 111.250. E quer disputar espaço com alemães como o Audi A4 Avant – equipado com unidade de força 1.8 TFSI de 160 cv, sai por 42.565 euros. Outro rival também alemão que atua no segmento – apesar de ser mais barato – é o novo Volkswagen Passat Variant, que com motor 1.8 TSI de 160 cv sai por 34.850 euros. Na mesma briga estão ainda o BMW 318i de 143 cv – por 40.158 euros – e a Mercedes-Benz Classe C 180 CGI de 154 cv – por 40.661 euros. Ou seja, o preço da perua da Peugeot é mesmo “salgado”. No Brasil, deve seguir a tendência. Nota 5.
Total – O Peugeot 508 SW somou 78 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões: quase alemão
Alicante/Espanha – A região do Alicante, na Espanha, serviu como cenário para a estreia do Peugeot 508, sucessor do bem-sucedido 407. E pôde ser posto a prova logo no primeiro trecho de testes, com a versão SW, equipada com o bom motor 1.6 THP de 156 cv, já conhecido por mover o recém-lançado 3008. A configuração perua do 508 arranca com vontade em direção à cidade de Bari, passando por estradas bem pavimentadas.

Com a unidade de força, o modelo é capaz de arrancar com vigor, dispondo de 24,5 kgfm de torque logo aos 1.400 rpm. Um pisão mais “impulsivo” do condutor no pedal do acelerador faz com que os passageiros sejam pressionados contra o banco. E é em pouco tempo que o novo concorrente do segmento de peruas chega a altas velocidades. Em conjunto com o propulsor do modelo testado trabalha o câmbio manual de seis marchas. Nas retas, é possível alcançar os 160 km/h sem cerimônias, enquanto o quadro de instrumentos marca surpreendentes 3.500 rpm – a sexta velocidade serve mais como um overdrive.

Na mesma velocidade espanta ainda a qualidade do isolamento acústico, que não deixa passar qualquer ruído para dentro do habitáculo. No interior do 508 SW, aliás, a Peugeot se esforçou para proporcionar conforto e requinte. Chama a atenção o teto panorâmico de vidro – 25% maior que o do 407. Na versão testada, topo de linha, o habitáculo chega com materiais que aparentam boa qualidade e que agradam aos olhos e ao toque. Há ainda partes cromadas nas maçanetas e nos puxadores internos das portas. Existem mais regalias como comandos dos bancos elétricos, ar-condicionado de quatro zonas e tela de sete polegadas, onde estão informações do computador de bordo e GPS.

Passados 123 km, quando se chega à pequena aldeia de Bari, a versão sedã 2.2 HDi de 204 cv de seis marchas automática está à espera. Chamada de GT, a variante desenvolve performances superiores ao antigo V6 2.7 litros HDI do extinto 407. E com o câmbio engatado no modo “Sport”, é notável a rapidez das passagens de velocidade em comparação ao modo “Drive”. Assim como a SW, a versão sedã se destaca pelo bom desempenho dinâmico e pelo ímpeto da unidade de força a diesel que também convence quando se aciona o pedal do acelerador.

A versão sedã ainda dispõe do mesmo conforto interno do SW, com alguns itens a mais como o Head-Up Display, que projeta sobre uma placa de policarbonato um velocímetro digital. Outra vantagem da GT é ser a única versão com suspensão dianteira de duplo triângulo, mais esportiva, enquanto todas as outras variantes possuem suspensão dianteira pseudo McPherson. Com adversários como o Mercedes Classe C, BMW Série 3 e Audi A4, a Peugeot tem mesmo de reservar alguns trunfos para surpreender os que dominam o segmento.

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.

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