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Pirelli lança quarta geração do pneu Diablo Rosso

Um dos modelos mais usados em motos de alta cilindrada e desempenho, ele chega com uma medida dianteira e seis traseiras


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O Pirelli Diablo é um pneu particularmente famoso entre os motociclistas. Nascido em 2002, logo se tornou um dos preferidos no uso em motos de alto desempenho e atualmente é o modelo de fábrica usado em motos como Ducati Panigale, Kawasaki H2, MV Agusta Superveloce e BMW HP4. Em 2008 surgiu a versão Rosso, ainda mais específica para modelos esportivos. Agora, essa versão acaba de ganhar uma nova geração - o Pirelli Diablo Rosso IV.

2. Pirelli Diablo Rosso Iv
O Pirelli Diablo Rosso IV na pista: pneu esquenta rapidamente e, depois gruda que nem chiclete no asfalto
Crédito: Chris Castanho/Pirelli
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Segundo a Pirelli, o Diablo Rosso IV foi projetado para motos superesportivas, naked e crossover de alto desempenho, com proposta de uso "esportivo" em estradas e pistas fechadas. Nesta nova geração, há um diferencial: as medidas foram pensadas para o uso de acordo com as características e necessidades de cada máquina, e levam em consideração elementos como peso e potência.

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A fabricante destaca que O Diablo Rosso IV é indicado principalmente  para motocicletas superesportivas ou hypernaked que serão usadas em passeios com pegada esportiva por estradas sinuosas, em trajetos curtos e rápidos fora da cidade, e por pilotos que não se preocupam muito com as condições climáticas - isso porque sua performance no asfalto molhado melhorou substancialmente.

Ao mesmo tempo, o pneu mantém a durabilidade daqueles mais voltados para pista seca, como o Supercorsa SP. Da mesma forma, quando comparado com o Pirelli Diablo Rosso Corsa II, que foi projetado para uso equilibrado entre estrada e pista, o Rosso IV promete uma maior quilometragem e melhor desempenho em piso molhado.

O composto

O pneu de uso dianteiro tem, em cerca de 50% da banda central, um composto mais duro, com altíssimo teor de sílica. Isso quer dizer que o mesmo composto está presente na área de contato usada em até 35 graus de ângulo de inclinação, o que evita a sensação de desgaste irregular nas curvas depois de algum tempo de uso. Já as laterais têm um composto mais macio, para proporcionar a aderência necessária mesmo em baixas temperaturas.

O "casal": o Diablo Rosso IV terá uma medida dianteira e seis medidas traseiras
Crédito: Chris Castanho/Pirelli
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Já nos pneus traseiros foram aplicadas duas soluções diferentes, para atender motocicletas com peso e potência distintas. Aqueles com dimensões até 190/50 ZR17, usadas em motos de baixa e média cilindradas, são bicompostos. O composto mais duro, que está na faixa intermediária, é "full sílica". Promete aquecimento rápido, equilíbrio térmico ao longo de todo o perfil e alta quilometragem.

Os compostos laterais, igualmente ricos em sílica, são mais macios e foram desenvolvidos especificamente para o Rosso IV afim de proporcionar um aquecimento mais rápido e também a aderência de um produto de corrida, assim aumenta a faixa de temperatura. Desta forma, a temperatura fica sempre equilibrada por toda a superfície do pneu.

Os pneus traseiros com dimensões acima de 190/55 ZR17 são divididos em cinco áreas, que usam três compostos diferentes. O central, mais duro, fornece estabilidade em alta velocidade, uniformidade de desgaste e de quilometragem, e ainda aquecimento rápido. Além disso, promete excelente aderência química em superfície molhada.

Já o composto intermediário, usado nas laterais, é mais macio e cobre ângulos de inclinação intermediários. Tem a mesma formulação "full silica",  e proporciona alta aderência química em superfícies secas e molhadas.

Por fim, o composto dos ombros é 100% em carbono e deriva dos compostos usados no Supercorsa SC usado ​​em competições. A Pirelli diz que oferece ótimo equilíbrio térmico,  suporte adequado nas inclinações e tração nas acelerações, mesmo quando a força gerada vem das superbikes mais modernas e potentes. Para todos os modelos, vale destacar um aspecto importante: quanto mais sílica um pneu tem, melhor é sua aderência no piso molhado.

O dianteiro: em cerca de 50% da banda central o composto é mais duro e tem alto teor de sílica
Crédito: Chris Castanho/Pirelli
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Perfis e curvaturas

Os perfis do Rosso IV são derivados dos pneus usados em corridas. A área central é mais "bicuda", para facilitar as inclinações imediatas e as mudanças rápidas de direção. Já nas laterais, a curvatura do perfil é menos acentuada. Aumenta, assim, a área de contato e proporciona mais tração nas curvas.

Comparado com seu antecessor Rosso III, o pneu traseiro 200/55 ZR17, por exemplo, tem um perfil cerca de 10 mm mais alto no meio e cerca de 9 mm mais largo nas laterais. O pneu dianteiro segue uma configuração semelhante à da traseira, o que garante um comportamento perfeitamente equilibrado e neutro do conjunto.

 

O desenho na banda de rodagem do Rosso IV é inconfundível: frisos principais lembram relâmpagos
Crédito: Chris Castanho/Pirelli
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Banda de rodagem do Pirelli Diablo Rosso

O design da banda de rodagem do Rosso IV segue o padrão de "relâmpago" e deixa espaço para ombros mais slicks (lisos), para alcançar um desempenho mais esportivo. Já o design usado nas ranhuras centrais nos pneus dianteiro e traseiro é o chamado "flash". Segundo a Pirelli, esse desenho proporciona desgaste uniforme e escoamento eficaz de água quando a moto está na posição vertical. Essa eficiência é reforçada por ranhuras laterais em torno da banda de rodagem, nos primeiros ângulos de inclinação.

Parte do desenvolvimento do pneu aconteceu nas pistas de competição do Mundial de Superbike
Crédito: Chris Castanho/Pirelli
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A estrutura

Uma curiosidade no Rosso IV é o uso de cordões de Rayon 25% mais rígidas, porém em número 20% menor que no antecessor Rosso III. Por tabela, isso permite o uso de mais borracha na construção do pneu, o que melhora a sensação de pilotagem graças à maior capacidade de amortecimento do pneu. Já as correias internas do pneu são de aço zero grau, derivadas das usadas em pneus de competição.

Os pneus traseiros com dimensões 190/55 ZR17 e superiores, que equipam motos com 200 cv de potência, em média, têm uma estrutura de Lyocell de três fios, caracterizada por uma taxa de deformação significativamente menor quando comparada às estruturas normalmente usadas em pneus de estrada. A carcaça de Lyocell é uma tecnologia desenvolvida com a experiência adquirida no Campeonato Mundial de Superbike Motul FIM.

As outras medidas de pneus traseiros, até 190/50 ZR 17, apresentam uma estrutura de Rayon mais rígida que o antecessor. Esse tipo de carcaça, assim como acontece com o pneu dianteiro, deixa mais espaço para o composto de borracha ajustar melhor a rigidez do pneu ao longo de seu perfil.

As medidas do Pirelli Diablo Rosso:

- Dianteiro:

120/70 ZR 17 M/C (58W) TL

- Traseiro:

160/60 ZR 17 M/C (69W) TL

180/55 ZR 17 M/C (73W) TL

190/50 ZR 17 M/C (73W) TL

190/55 ZR 17 M/C (75W) TL

200/55 ZR 17 M/C (78W) TL

200/60 ZR 17 M/C (80W) TL

O Rosso IV calça a Yamaha MT-07 no piso molhado: ABS demorou para entrar e pneu não escorregou
Crédito: Chris Castanho/Pirelli
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Test-ride evidencia a segurança

Fizemos uma rápida experimentação do Pirelli Diablo Rosso IV na pista de testes da Pirelli em Elias Fausto, interior de São Paulo - o chamado Circuito Panamericano. Foram duas voltas no trecho "acidentado", que simula pisos em más condições,  cinco voltas na pista de alta velocidade com piso seco (e muito calor) e três voltas num circuito menor, com pista molhada.  Tudo em uma Yamaha MT-07.

No trecho acidentado houve sofrimento, mas com uma impressão de que poderia ser pior - o Rosso IV absorveu bem as imperfeições do piso irregular, não "quicou" nem perdeu a trajetória. Na pista de alta, comportamento exemplar: chegou à temperatura ideal de uso rapidamente e fez a moto grudar que nem chiclete no asfalto, o que permitiu inclinações rápidas com ótimas angulações e transmitiu  grande sensação de segurança.

No piso molhado, a mesma coisa: nada de sustos. Da primeira para a terceira volta, aumentei a velocidade progressivamente e em nenhum momento a moto deu qualquer escapadinha. Mais impressionante ainda foi perceber que, ao simular frenagens de emergência, o ABS demorou além do habitual para entrar - sinal de que o pneu cumpriu muito bem seu papel de aderir ao asfalto sem, no entanto, escorregar. Impressionante, de fato.

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