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Por que o Jeep Compass Longitude vende tanto?

Avaliamos a nova linha da versão mais emplacada do SUV médio, equipada com o novo motor 1.3 turboflex

por Lukas Kenji

Metade das vendas do Jeep Compass corresponde à versão Longitude. E olha que não faltam alternativas na gama do campeão da categoria de SUVs médios. Há nove configurações, cada uma com sua particularidade. Tem opção de motor turboflex ou turbodiesel, tração 4x4, além de diversos tamanhos de painel de instrumentos e de central multimídia.

Mas, então, o que a Longitude tem de tão especial? Bem, antes de qualquer coisa, vale destacar que essa versão é a segunda opção mais em conta da linha 2022. Parte de R$ 158.990, quando equipada com o motor 1.3 Turboflex (T270). Sendo assim, é R$ 15,5 mil mais cara em relação à versão de entrada Sport. Também é possível encontrar o Compass Longitude com motor 2.0 Turbodiesel, mas aí o preço sobe para R$ 201.990.
Basicamente, é possível atrelar boa parte do sucesso da versão avaliada a alguns equipamentos importantes e que não estão disponíveis na opção de entrada. São, por exemplo, os bancos revestidos em couro, retrovisores elétricos, painel de instrumentos digital de 7 polegadas, aletas para trocas de marchas, além de algumas novidades enfáticas da nova linha: faróis full LED e central multimídia de 10,1 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay com conexão sem fio.
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Mas se você já teve contato com o Compass ou já ouviu falar um pouquinho sobre o modelo, deve saber que é referência em termos de equipamentos. E isso não mudou na nova linha. Por isso, é bom ler esse texto sentado porque lá vem listona de itens de série.

Além dos equipamentos já citados, o Compass Longitude T270 vem com rodas de 18 polegadas, ar-condicionado de duas zonas, chave presencial com partida por botão, volante multifuncional revestido em couro, controle de cruzeiro, câmera de ré, freio de estacionamento eletrônico, assistente de partida em rampa, sensor de chuva, seis airbags, sistema start/stop, além de sensores de estacionamento traseiros e GPS nativo.
Os opcionais ficam por conta do teto solar panorâmico e do Pack 80 anos, que faz menção ao aniversário da Jeep. O pacote inclui assistente de estacionamento, carregador do celular por indução, sistema de som de 506 watts da marca Beats, além de rebatimento elétrico dos retrovisores e acabamento em grafite de diversos adornos, como grade, logos e frisos.
Tais apetrechos dão um toque especial ao SUV que ganhou poucas, mas bem-vindas mudanças estéticas, especialmente, na parte frontal. O para-choque tem novo formato e dá destaque a uma abertura intermediária, que abriga os faróis de neblina. Já a base do elemento tem linhas mais sofisticadas e que dão mais protagonismo às entradas de ar.

Já a parte traseira foi mais econômica nas mudanças. A principal está no miolo das lanternas, que mantiveram o formato. Um detalhe que poderia agregar modernidade seria “esconder” o vão para abertura do porta-malas.

Aumentou sem aumentar

Aliás, o bagageiro carrega uma polêmica em relação ao novo Compass. Isso porque é o mesmo da linha anterior, mas agora tem volume declarado maior. A Jeep agora divulga 476 litros, ante os 410 litros de antes. Mas o que mudou, de fato, é a forma de aferição. Seja como for, ainda são números um pouco distantes do Volkswagen Taos, que tem porta-malas de 498 litros.
Já as outras medidas do modelo fabricado em Goiana (PE) permanecem as mesmas. Embora não seja o maior entre os concorrentes diretos, o SUV de 4,40 metros de comprimento, dos quais 2,63 m são de entre-eixos, o que garante bom espaço para a família. Um aliado neste sentido é o túnel central semiplano.

Outros pontos positivos para quem viaja atrás são saídas de ar-condicionado, tomada 12V e entrada USB. Mas é na parte da frente que o interior do modelo mais se destaca. Foi no painel que as mudanças ficaram concentradas, algo que realmente precisava de frescor em nome do requinte.
Antes, o acabamento era simples e com poucos elementos. Agora, há uma espécie de três níveis de peças, num movimento semelhante ao empregado no para-choque frontal. A base do painel fica encarregada de ter o material mais envolvente, expressa em uma vasta peça cromada.
Já a parte central é dedicada às saídas de ar-condicionado e ao miolo revestido em couro, enquanto o topo recebe plástico de toque macio. A única ressalva é que esse elemento tem costuras, algo que não suscita originalidade, vide o caso do rival Toyota Corolla Cross.

Por outro lado, algo que melhorou bastante foi a entrega de porta-trecos, além de entradas USB e USB-C. Mas o protagonismo, sem dúvidas, fica resguardado à nova central multimídia. O sistema dela é semelhante ao da nova Fiat Toro. É possível customizar preferências de uso, além de encontrar facilmente cada ponto de entretenimento e usabilidade.
O sistema já vem com rede Wi-Fi, isto é, o Compass tem um chip de internet e dispõe de três ofertas de pacote de dados, que partem de R$ 30 mensais.
Por falar em celular, há ainda um aplicativo que traz diversas informações sobre o carro e permite realizar funções de maneira remota, como dar partida e ligar o ar-condicionado.

Já outra atração derivada da Toro é a possibilidade de entrar em contato com centrais de emergência e de assistência pessoal por meio de botões localizados próximos ao retrovisor central. São dinâmicas semelhantes ao sistema OnStar da GM.
O painel de instrumentos também tem sua importância em relação a uma viagem moderna. Embora seja de 7 polegadas e menos chamativa do que o cluster de 10 polegadas das versões mais caras, a tela dá conta do recado, com informações bem ilustradas.

Protagonista

Apesar da importância de todas as novidades até aqui escritas, nada se compara ao implemento do novo motor 1.3 GSE. O propulsor tornou o Compass o modelo mais potente e torcudo da categoria.

Isso poderia ser mero detalhe a ser explorado apenas pelos marqueteiros da montadora, mas é um dado que realmente faz diferença na prática, até porque o SUV da Jeep se vê em meio a um bombardeio da concorrência com a chegada do Novo Renault Captur, além de Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos.
Com 180 cv de potência a 5.750 rpm e 27,5 kgf.m de torque a 1.750 giros, o novo conjunto deixou o modelo melhor em todos os aspectos de rodagem. Seja no perímetro urbano ou na estrada, em arrancadas ou ultrapassagens, o carro está muito mais ligeiro e na mão.
Embora a nova pegada de desempenho seja uma ótima notícia, o melhor ainda está por vir. Isso porque o consumo de combustível era, certamente, o maior porém da linha anterior. Agora, o modelo recebeu nota A do Inmetro. Em uma breve comparação, com o motor 1.3, o Compass faz 10,5 km/l com gasolina na cidade. No mesmo cenário, o 2.0 aspirado fazia 8,8 km/l.

O bom índice de custo-benefício continua no pós-vendas, uma vez que a apólice de seguro mais em conta no AutoCompara é de R$ 3.105,72, valor bastante competitivo na categoria. O mesmo pode ser dito em relação às revisões. Os seis primeiros serviços, que correspondem a 60 mil quilômetros rodados, totalizam R$ 4.378.
Com esse nível de produto e serviços é possível dizer sem medo de errar que o Jeep Compass Longitude vai continuar um dos SUVs mais vendidos do Brasil. Atualmente, o modelo é o terceiro, com 32.554 unidades vendidas no primeiro semestre de 2021, ou seja, com pouco tempo de loja da nova linha.
Embora essa versão não tenha equipamentos modernos de segurança ativa e direção semi-autônoma, itens que ficam restritos a versões mais caras, a configuração Longitude tem tabela de preço que condiz com a oferta de equipamentos e que deve ser a mais atacada pela concorrência. Mas o fato é que os rivais vão ter que ser realmente competentes para competir com a solidez e equilíbrio conquistados pelo Compass.

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