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Qual é o nível de esportividade do Corolla GR-S?

Versão com estética agressiva é o primeiro projeto no Brasil da Gazoo Racing, a marca de competição da montadora japones

por Lukas Kenji

Eis um trecho do comunicado oficial de lançamento do Toyota Corolla GR-S: “o sedã leva em consideração o lema ‘pushing the limits for better’ (tradução livre ‘indo ao limite em busca do melhor’), que tem como objetivo desenvolver carros cada vez melhores e de alta performance, inspirado nas lições que vêm das pistas”.

E é o visual o elemento mais chamativo da versão esportiva do Toyota Corolla GR-S. Mas será que toda essa esportividade está apenas no design? A descrição da marca nos leva a pensar na versão mais rápida de toda a lendária história do sedã... Mas, calma. Como já falamos, o carro é bem resolvido esteticamente, como fica evidente em nossa galeria de fotos, mas o desempenho da configuração, tabelada em R$ 167.390, não alcança o mesmo nível do design.

Visual remete ao Corolla do Stock Car

Pois, antes de trocar ideia sobre o que poderia melhorar, falemos sobre o que deu certo. O visual remete à bolha utilizada pela Toyota no Corolla da Stock Car. A base do para-choque é que capitaneia as boas impressões por ter grade extensa, preta e com formato de colmeia. As abas parecem uma espécie de defletores e são finalizadas por elementos que remetem a guelras, mas que não têm abertura.
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Os faróis de neblina foram reposicionados e ocupam posição discreta. Já os projetores principais mantiveram o formato, mas bem que poderiam ser aqueles maiores que equipam o Corolla gringo. As laterais reservam rodas exclusivas de 17 polegadas, além de saias esportivas e retrovisores pintados em preto metálico. A mesma cor decora o teto e o spoiler traseiro. Outra novidade da versão é uma espécie de extrator na base do para-choque.

Por dentro, a tônica da versão é apostar em interior predominantemente preto e com detalhes em vermelho em diversos elementos. Há costuras, por exemplo, no painel, coifa do câmbio e nos confortáveis bancos que têm parte central acabada em material que remete à camurça. Outro diferencial é uma plaquinha numerada localizada próxima à manopla do câmbio. Ela dá caráter de exclusividade ao primeiro projeto desenvolvido pela Gazoo Racing no Brasil em parceria com a divisão argentina da Toyota.

Suspensão do Toyota Corolla GR-S

Mas o único diferencial dinâmico da versão fica restrita à suspensão. O Toyota Corolla GR-S tem novas molas e amortecedores, além de braço estrutural ligado ao chassi e defletores no assoalho que dão mais firmeza ao sedã. Apesar de estar com pegada mais durinha, o modelo segue com aquele conforto que lhe é peculiar.
Já o conjunto mecânico segue intacto. É o mesmo 2.0 Dynamic Force aspirado que equipa a versão base GLi. O rendimento é de 177 cv de potência a 6.600 rpm, enquanto o torque chega a 21,4 kgf.m a 4.400 giros.

O gerenciamento desses números fica por conta da também famigerada transmissão automática do tipo CVT que simula 10 velocidades. Ela tem escalonamento mais rápido quando o botão Sport está acionado. Também é possível gerenciar o sistema por meio de aletas atrás do volante.
Diante de um powertrain já tradicional o resultado é um desempenho sem surpresas. O Toyota Corolla GR-S está longe de suscitar a agressividade proposta pelo visual. Fica evidente que a proposta da versão que ocupa o posto de topo de linha entre as configurações aspiradas é oferecer estética descolada e chamativa, mas com os conceitos básicos que mantém o Corolla como líder disparado de vendas por anos e anos.

Os rivais do Toyota Corolla GR-S

Apesar de a Toyota não informar os dados de aceleração de 0 a 100 km/h da versão, fica fácil de projetar que a configuração não chega perto dos 8,6 s cumpridos pelo Chevrolet Cruze e seu motor 1.4 turbo de 153 cv. Também não fica muito próximo do Civic Touring e seus 9 s.
Mas a experiência esportiva de verdade fica a cargo do Volkswagen Jetta, atualmente vendido somente na versão GLI, que tem aceleração de 6,8 s. No entanto, além de alterar o patamar de desempenho, o rival de motor 2.0 turbo de 230 cv custa R$ 192.750.
Já o Cruze está em uma faixa de preço próxima ao do protagonista desta avaliação, com tabela de R$ 157.680 na versão topo de linha Premier. O mesmo pode ser dito em relação ao Honda Civic Touring, que cobra R$ 159 mil.
Em termos de custo-benefício, um trunfo do Toyota Corolla GR-S é o farto pacote de itens de série. Destaque para ar-condicionado digital, faróis de LED com acendimento automático, carregador de celular por indução, chave presencial com partida por botão, painel de instrumentos com tela digital de 4,2 polegadas, além central multimídia de 8 polegadas com Android Auto, Apple CarPlay e câmera de ré.

Também há equipamentos semiautônomos relevantes. O principal deles é o piloto automático adaptativo que faz conjunto com alerta de mudança de faixa e sistema de pré-colisão.

XR-S reloaded

Sendo assim, se o foco é ter um Corolla bem equipado e repleto de personalidade, o Corolla GR-S é uma boa pedida. Mas se a ideia é ter um sedã médio com desempenho acima da média, então é melhor olhar para a concorrência.
É possível considerar que o GR-S é quase uma geração 2.0 do antigo XR-S. Isto é, ambos têm belos enfeites mas pouca performance.
Se serve de alento, o site da Toyota nos Estados Unidos oferece um pomposo Corolla XSE Apex Edition, que brilha aos olhos de qualquer apaixonado por carro. Mas o motor não passa de um 2.0 a gasolina de 169 cv, portanto, ainda menos potente do que o nosso GR-S.
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