O canal de notícias da Webmotors

Renault Captur com novo motor 1.3 turbo anda muito

Aceleramos a linha 2022 do SUV compacto da marca francesa que ficou muito mais esperto após trocar o conjunto mecânico

por André Deliberato

Hora de acelerar o novo Renault Captur, que recebeu importantes novidades, mas que principalmente passou a contar com um inédito motor 1.3 turboflex. A marca nos disse que o SUV recebeu reforços estruturais na atualização de linha, assim como aconteceu com o Duster, e aqui vale salientar a ousadia da empresa em enxergar espaço no mercado brasileiro para os dois modelos.
O Duster, posicionado um pouco mais pra baixo em termos de preço, é um carro mais aventureiro e conectado ao mundo off-road; o Captur, por sua vez, segue com proposta mais urbana e sofisticada - é mais bem acabado e pensado pra quem curte rodar na cidade. Hoje vou te mostrar que o novo motor 1.3 turbo fez muito bem ao SUV.
Quer um Captur seminovo? Venha ver as ofertas!
Importante novidade, além do motor, é a de que o carro volta a oferecer três versões de acabamento na linha 2022: começa com a Zen, sobe para a intermediária Intense e termina na Iconic, topo de linha, justamente a que testamos. É mais um modelo da marca que se adéqua a essa nomenclatura, que começou com o Kwid e também já está em Sandero/Logan e Duster.
Mas a principal notícia está escondida. O novo motor, totalmente inédito no Brasil para a Renault, feito em parceria com a Mercedes-Benz - é o mesmo que já equipa, por exemplo, Classe A e A Sedan -, rende 170 cv e 27,5 kgf.m de torque. Acha pouco? Pois saiba que não existe SUV compacto mais torcudo que ele - pelo menos enquanto o Renegade não ganhar o motor T270 e se igualar.

Combinado a esse motor está o câmbio CVT X-tronic que o Captur já usava - e que também está no Nissan Kicks -, só que reformulado. Agora, simula oito marchas e, olha, ficou muito bem acertado. Aliás, o conjunto casou: o carro anda muito, tem excelentes retomadas de velocidade e não fica para trás de outros modelos dessa categoria com motores turbinados, como Volkswagen T-Cross, Honda HR-V e Chevrolet Tracker.
Em um trecho de rodovia e maior parte do percurso na cidade, o Renault Captur 1.3 turbo surpreende. Tem bastante fôlego, principalmente quando você leva em consideração o Captur anterior que usava motor 1.6 aspirado. Acreditem: este novo, perto do mais antigo, parece outro carro.
A Renault divulga que esse carro recebeu nota A no Conpet, o programa de etiquetagem do Inmetro. O carro faz 11,1 km/l na cidade e 12 km/l na estrada com gasolina; 7,5 km/l e 8,3 km/l, respectivamente, com etanol. Nossa equipe rodou mais forte, com duas pessoas a bordo e ar-condicionado sempre ligado, e conseguiu fazer 6,1 km/l com etanol - não tão longe do divulgado, mas não tão perto.
Resumo da ópera: o novo Captur não é tão econômico, mas também não é gastão. É bem mediano nesse quesito, mas roda bem pra caramba com esse motor e isso justifica.

O que muda no dia a dia?

Se você tiver olho afiado, vai ver que o Captur mudou. Ganhou desenho mais sofisticado, porque recebeu mais equipamentos e mais tecnologia do lado de fora. Nessa versão mais cara, por exemplo, os faróis têm canhões de luzes diferentes, todos em LED; a grade também é nova e os para-choques, tanto os da frente quanto os de trás, também são inéditos - um clássico facelift.
Ficou mais bonito. Para quem curte SUV, ganhou ainda mais charme - e um motor condizente - para tentar conquistar de vez o público dessa categoria, normalmente famílias ou casais com ou sem filhos.

Por dentro

E a percepção é grande internamente. Veja pelo painel em dois tons da versão Iconic que o SUV mistura um pouco de marrom com cinza - inclusive, alguns pretos brilhantes reforçam essa sensação de luxo. Só que precisamos avisar que o carro também tem aquele plástico duro que você encontra em carros mais baratos. Melhorou, mas ainda não chega perto do acabamento de um HR-V turbo, por exemplo.
Outra coisa nova na cabine é a central multimídia Media Nav de nova geração, agora chamada de EasyLink, que segue muito boa e tem um único pênalti: você só consegue espelhar a tela do seu celular por cabo pela entrada USB da tela, e não em uma na parte de baixo. Isso significa que o cabo ficará pendurado se você quiser fazer funcionar o CarPlay e o Android Auto.

Já na parte debaixo do console há uma nova central de comandos ao lado do botão de partida - nas versões Intense e Iconic a chave é presencial, do tipo cartão (a mesma que nasceu com o Mégane) - e alguns botões com algumas utilidades, como o sistema de câmeras 360º, o que desliga e liga o controle de estabilidade e um botão ECo que ativa uma tocada um pouco mais light.
Mas faltam itens, como um quadro de instrumentos digital que alguns rivais já têm - e que não foi dessa vez que o Captur recebeu. No cluster, há dois mostradores analógicos e até um pequeno display ao centro, além de um econômetro na parte de baixo, que muda de cor de acordo com a tocada e o peso do pé do motorista, do verde para o laranja.
O SUV também vem com controle de cruzeiro, extremamente útil para quem pega a estrada, mas que não é adaptativo igual ao de alguns concorrentes. Experimentei durante nosso teste: tirei o pé do acelerador e o sistema funcionou muito bem, mas não há qualquer tipo de sensor que detecta o carro da frente.
Também há na cabine, por fim, o inédito sistema de alerta de ponto cego que fica nos retrovisores (que pode ser ligado e desligado) e o ar-condicionado com aquele mesmo formatinho desde que o Captur foi lançado. É simples e bem espartano, mas pelo menos tem posicionamento da roldana com a indicação das temperaturas sem que você precise calcular pela cor, do azul para o vermelho.

Espaço para a família

O Renault Captur é um carro familiar e como tal precisa ter bom espaço traseiro e porta-malas decente. Veja pelas imagens que pelo bom espaço entre-eixos (são 2,67 m) dois adultos conseguem ir com folga nos bancos traseiros mesmo se os ocupantes da frente forem altos - três já têm certo aperto devido a largura padrão (de 1,81 m) e pelo túnel central que é um pouco elevado.
Três crianças vão super bem.
Falta um porta-objetos e descansa-braço central, mas pelo menos os bancos dianteiros têm porta-revistas e nas versões mais caras há duas entradas USB para quem for atrás e quiser carregar o celular. E tudo isso sem comprometer muito o tamanho do porta-malas, que tem 437 litros, volume bem considerável para um SUV compacto.

Conclusão

Tudo muito bonito, banco de couro, acabamento muito bem feito, design atraente, motor turboflex e proposta muito interessante, mas esse carro tem algumas coisas que ainda o colocam para trás. Por exemplo: o freio de mão na alavanca - não tem freio de estacionamento por botão, item presente em vários carros dessa categoria - e o cluster analógico, que o deixam defasado.
Também faltam alguns equipamentos de condução semi-autônoma, como já vemos até mesmo em hatches. Senti falta, por exemplo, de um sistema de alerta para escapadas de faixa, do de frenagem autônoma de emergência e até de um básico, como o de frenagem automática pós-colisão. Quem sabe na linha 2023... Enquanto isso, o jeito é se divertir, porque o carro anda muito!

Comentários

Carregar mais

Notícias Relacionadas