Está é uma das armas do carro para ter mais sorte no nicho que seu antecessor Mégane, um sucesso de críticas, mas que nunca engrenou nas vendas. A outra é o custo/benefício. O Fluence será comercializado a partir de R$ 59.900 na versão Dynamique manual. Na mesma versão, com transmissão CVT, custa R$ 64.990. E chega aos R$ 75.990 na Privilège. Sob o capô, uma única opção: o motor 2.0 16V flex "herdado" da parceria entre Renault e Nissan. O propulsor é capaz de gerar 140/143 cv de potência e 19,9/20,3 kgfm de torque a 3.750 rpm – o antigo motor 2.0 16V que equipava o Mégane gerava 136/138 cv. O propulsor e o câmbio equipam, inclusive, o Nissan Sentra.
E um dos destaques do Fluence é justamente a lista de equipamentos. Todas as versões contam com ar dual zone, direção elétrica, chave-cartão, trio, Bluetooth, sensores de chuva e de luminosidade, som, controle de cruzeiro, rodas de liga leve aro 16, entre outros. A top Privilège adiciona sistema de navegação – com tela de 5 polegadas –, sensor de estacionamento, bancos de couro e rodas aro 17. A lista de opcionais é enxuta: faróis de xênon e teto solar. A segurança é garantida por seis airbags e freios com ABS e EBD em todas as configurações. Porém, só a Privilège conta com o controle de estabilidade ESP.
No design, contudo, o Fluence pega linhas "emprestadas" do coreano Samsung SM3, outra parceria da Renault. O modelo tem traços até elegantes, mas bastante sóbrios, que transmitem sensação de dinamismo, mas que não chegam a emocionar. O sedã médio, na verdade, foi desenvolvido de olho em mercados emergentes – será vendido em 80 países. O que, de certa forma, justifica a falta de ousadia estética. Com estes argumentos, a Renault pretende mudar sua história no segmento. A meta é conquistar o terceiro lugar, atualmente ocupado pelo Chevrolet Vectra. E, quem sabe, incomodar a liderança japonesa deste nicho de Toyota Corolla e Honda Civic. Para tal, a Renault fala em vender 20 mil unidades/ano e saltar dos 7% do Mégane para 12% com o Fluence.
Ponto a ponto Desempenho – O Fluence preza desde o começo por uma condução tranquila e familiar. O motor 2.0 16V flex garante aceleração vigorosa e o câmbio CVT faz com que todo o processo seja feito sem delays. Na estrada, ao atingir os 170 km/h, era notável que o três volumes ainda tinha fôlego para mais. A marca fala em uma máxima de 195 km/h e em um zero a 100 km/h em 9,9 segundos nesta versão com 100% de etanol. Nota 7. Estabilidade – O comportamento dinâmico do sedã é quase impecável. Nas curvas mais acentuadas, mesmo em alta velocidade, o modelo mantém a trajetória ideal e a carroceria torce o mínimo. Em caso de o condutor "abusar" um pouco mais, entra em ação o ESP – disponível na versão Privilège – e a paz é mantida. A comunicação entre rodas e volante fica um pouco imprecisa perto dos 170 km/h. Nas freadas, a suspensão trabalha de forma eficaz e o carro não embica. Nota 8. Interatividade – O três volumes oferece boa posição para dirigir e ergonomia eficiente, graças, em parte, ao banco com regulagem manual de altura de até 7 cm e ao volante com ajustes de altura e de profundidade. Os comandos são intuitivos e estão ao alcance do motorista. Destaque para a chave-cartão. Nota 8. Consumo – A Renault anuncia consumo de 9,7 km/l com etanol na cidade e 11,1 km/l na estrada, enquanto o computador de bordo acusou 6,2 km/l em trajeto praticamente apenas no pesado tráfego paulistano. Nota 7. Conforto – Com quatro passageiros, o Fluence garante ótimo espaço para as pernas. Um quinto passageiro já viaja pouco mais apertado. A suspensão acertada filtra bem os buracos e os ruídos do exterior não são percebidos no habitáculo, mesmo em altas velocidades. Um ponto negativo é que o caimento acentuado do teto limita o espaço para cabeças no banco traseiro. Nota 7. Tecnologia – O modelo usa uma plataforma global para mercados emergentes, o que geralmente implica em soluções mais simplificadas. O motor 2.0 16V flex e o câmbio CVT "herdados" do Nissan Sentra são modernos e eficientes. No interior, o destaque vai para o GPS – de série na versão Privilège. Ainda estão presentes em todas as versões seis airbags, ABS, Bluetooth, entre outros. Nota 7. Habitalidade - Os acessos aos bancos dianteiros são facilitados pelas amplas portas, porém, o caimento acentuado da coluna traseira prejudica um pouco o acesso dos passageiros ao banco de trás. Há boa oferta de porta-objetos dentro do sedã e a iluminação interna é eficiente. O porta-malas é generoso e oferece bons 530 litros, entretanto perdeu os braços pantográficos e agora conta com braços que invadem a área da bagagem. Nota 6. Acabamento – O Fluence quer transmitir requinte com acabamento em duas tonalidades e revestimento em couro claro – exclusivo da versão Privilège –, mas peca em detalhes, como o uso de plásticos e painel simples demais. Os encaixes e fechamentos são precisos, sem sinal de rebarbas. Materiais emborrachados usados nas portas e no painel agradam ao toque e ao olhar. As saídas de ar traseiras são em plástico duro e com estilo antiquado. Mau para um carro de iniciais R$ 59 mil. Nota 6. Design – O Fluence não traz linhas ousadas e prefere ficar na sobriedade para não se arriscar. O estilo "comportado" veio do Samsung SM3. Os destaques são os vincos no capô que transmitem robustez e a linha de cintura crescente, que passa a sensação de fluidez, como o próprio nome do modelo sugere. Nota 6. Custo/benefício – A versão topo de linha do Renault Fluence custa R$ 75.990 e traz diversos equipamentos e itens de segurança. Os líderes de mercado Honda Civic e Toyota Corolla atingem o valor máximo de R$ 83.650 e R$ 88.250 com oferta de equipamentos similares, o que mostra que o foco da Renault para conquistar o consumidor é justamente o preço. Nota 8. Total – O Renault Fluence Privilège fez 70 pontos em 100 possíveis.
Primeiras impressões: sem tempero São Paulo – O Renault Fluence fez valer suas parcerias para tentar emplacar o sedã. As linhas sóbrias vêm do Samsung SM3, enquanto o motor 2.0 16V e o câmbio CVT X-Tronic são os mesmos que equipam o Nissan Sentra. Nas estradas, fica evidente que o novo "coração" sob o capô fez bem ao modelo. As acelerações são vigorosas e as retomadas podem ser feitas com segurança. O excelente câmbio CVT – continuamente variável – não dá qualquer "tranco" e trabalha exemplarmente.
O propulsor conta com 140/143 cv de potência e 19,9/20,3 kgfm com gasolina/etanol e atinge a máxima de 195 km/h nesta versão automática, segundo dados da fabricante. Com o excelente isolamento acústico é possível chegar a 170 km/h quase sem notar. A partir desta velocidade, a comunicação entre rodas e volante fica um pouco imprecisa, mas nada que atrapalhe a boa dinâmica do modelo. Nas curvas, o três volumes se sai bem novamente e fica sempre nas mãos do motorista. Caso o condutor abuse um pouco mais do carro, entra em ação o controle de estabilidade – de série na versão testada Privilège. A suspensão é boa e não permite que as imperfeições do asfalto sejam sentidas no habitáculo.
Em relação à parte estética, o Fluence não empolga. As linhas "apagadas" fizeram com que o modelo quase não fosse percebido no trajeto do test drive em São Paulo, o que é estranho para um carro ainda inédito no mercado nacional. De uma forma geral, o desenho do modelo é bonito e imponente, mas fica aquém do Mégane de terceira geração vendido na Europa pela falta de ousadia.
No interior, uma boa posição para dirigir é facilmente achada pelo motorista, que conta com regulagem de altura do banco de até 7 cm. Os comandos são intuitivos e estão ao alcance do motorista. O espaço para pernas também é excelente, mérito do entre-eixos de 2,70 metros. Quatro passageiros viajam com conforto garantido, porém uma quinta pessoa sofre um pouco com a falta de espaço no banco traseiro. O caimento acentuado da coluna traseira também pode deixar os passageiros mais altos desconfortáveis pelo espaço limitado para cabeça no banco posterior.
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