Renault Mégane Grand Tour

Derivada do sedã, perua média tem atributos para superá-lo em vendas


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Gustavo Ruffo
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- Nem sempre quem chega primeiro pode colher os frutos de seu pioneirismo. Apesar de ter chegado ao mercado em março deste ano, o Mégane Sedan sofreu por ter estreado apenas com seu motor mais fraco, o 1,6 litro, ainda que flexível em combustível, e pelo desenho inovador, que não foi unanimidade entre os consumidores algo até positivo, considerando o que Nelson Rodrigues dizia sobre coisas de aceitação generalizada. Pois a Mégane Grand Tour, derivada do sedã, tem boas chances de começar muito melhor no mercado do que o carro do qual ela deriva.

De saída, ela tem desenho muito bonito, consideração unânime, segundo a própria Renault e os jornalistas presentes a seu lançamento, em Curitiba. De acordo com uma pesquisa no Salão do Automóvel, onde ela foi mostrada pela primeira vez ao público, a Grand Tour foi considerada o segundo carro mais importante do evento.

Nas ruas, ela chama a atenção. Isso poderia ser óbvio, já que quase todo lançamento provoca esse tipo de reação, mas vale lembrar que, na região onde a Renault tem fábrica, a perua não deve ser exatamente uma novidade. Ela já deve ter circulado bastante por ali. Nem o Logan, o maior lançamento da marca para os próximos anos, é segredo. Duas unidades, semelhantes às flagradas por leitores do WebMotors, circulavam pela mesma região usada para os testes da Grand Tour. O fato é que a perua chama a atenção por seu porte elegante e pelo desenho mais do que bem acertado.

Outro fator importante para seu provável sucesso é o fato de haver pouquíssimas opções em sua categoria. Elas são a Fiat Marea Weekend, que tem uma grande variedade de motores 1.6, 1.8, 2.4 e 2.0 Turbo, mas é a mais antiga do mercado, a Peugeot 307 SW, com motor 2.0 de 143 cv, e a Toyota Fielder, a mais vendida delas, derivada de outro campeão de vendas, o Corolla, atualmente impulsionados tanto por suas qualidades quanto pelas promoções que a marca efetua, como a distribuição de TVs de plasma.

A perua da marca japonesa tem motor 1,8-litro de 136 cv a 6.000 rpm e torque de 17,5 kgm a 4.200 rpm. Também tem porta-malas de 411 l, rodas de aro 15” e entreeixos de 2,60 m. São todos números inferiores ao da Grand Tour, que tem duas opções de motor, um 1,6-litro, de 110 cv com gasolina e 115 cv com álcool a 5.750 rpm, e um 2-litros, de 138 cv a 5.500 rpm. Os torques são respectivamente de 15,2 kgm e 16 kgm a 3.750 rpm e 19,2 kgm a 3.750 rpm.

No que se refere a espaço de carga, o porta-malas da Grand Tour é o mesmo do Mégane Sedan, 520 l, que pode ser ampliado se a carga for até o teto, com a retirada da capa de proteção do compartimento. E suas rodas são de aro 16” na versão Dynamique, por enquanto a única disponível.

Se a carga merece atenção especial, os passageiros não poderiam ter tratamento diferente. Com 2,69 m de entreeixos, na Grand Tour há espaço de sobra para os ocupantes do banco de trás, quase 10 cm a mais que a Fielder. Gente alta com pouco mais de 1,80 m não sofre nem com os joelhos, que ficam a uma boa distância do banco da frente, nem com a cabeça, que fica próxima do teto, mas dificilmente bate ali.

Se ela leva essa vantagem toda sobre a concorrente nipônica, que é o carro a ser vencido, o mesmo não se pode dizer em relação ao modelo da Peugeot, que tem motor 2-litros mais potente, entreeixos maior 2,71 m e mais capacidade de porta-malas 562 l. A questão é que a Peugeot custa bem mais, R$ 79,85 mil, contra os R$ 70,49 mil da Grand Tour com câmbio automático.

É aqui que entra outro dos elementos com que a Grand Tour conta para fazer sucesso e aumentar o tamanho de seu segmento: o preço. A versão mais barata da Grand Tour, com motor 1,6-litro, sai por R$ 63,49 mil. A Fielder, com motor maior, mas entreeixos e porta-malas menores, além de não ter a tecnologia flex, sai por R$ 66.019 com câmbio manual e por R$ 70.604 com o automático. Só que, com motor 2-litros e câmbio manual, de seis marchas, algo que nenhum outro carro nacional oferece atualmente, a perua Renault sai por R$ 66,49 mil.

A Marea Weekend até tem uma versão bem mais barata, por R$ 48,87 mil, a SX, mas é menor que as concorrentes, com entreeixos de 2,54 m, e tem o motor mais fraco, o 1.6 16V, com 106 cv a 5.500 rpm e 15,4 kgm a 4.500 rpm.

Com motor 1.8 16V, de 132 cv a 6.500 rpm e 16,7 kgm a 4.000 rpm, ela ainda custa menos que as outras peruas. Sai por R$ 57,28 mil. É uma boa pedida para quem precisa de espaço de carga, já que leva 500 l, mas tem menor aceitação e já é veterana de um mercado que vem diminuindo de tamanho, ou seja, não tem mais o vigor necessário para expandir participação, como a Grand Tour pode apresentar.

Test-drive curto

Se os dados objetivos favorecem a Grand Tour, resta saber se ela justifica as esperanças da marca quando está em movimento. Foi pena a Renault ter providenciado um trecho de avaliação tão curto, tão reto e por tão pouco tempo.

Além da pouca distância, de 125 km, cada carro teve de ser dividido por três jornalistas, o que deu a cada um pouco mais de 40 km de chance ao volante. Além disso, o carro foi testado nas estradas retas e razoavelmente bem conservadas em torno de Curitiba, o que não permitiu avaliar como sua suspensão reage em piso maltratado ou como a carroceria se comporta em curvas fechadas.

Consideradas as restrições, talvez o leitor note nesta queixa uma vontade de mais tempo de convívio com o carro. E não só por razões técnicas, mas também porque a perua é agradável de dirigir. Essa impressão, se houver, é válida. A necessidade de dirigir é tanto para avaliá-la em condições de trânsito urbano, com subidas e descidas, semáforos e valetas, quanto para continuar com ele por mais tempo.

Tanto na versão com motor 1.6 quanto na 2.0, manual ou automática, a Grand Tour se comporta bem, sem dar mostras de falta de fôlego. E isso com motorista e três passageiros, situação que talvez não seja muito freqüente em seu uso. A 110 km/h, o conta-giros marca 3.500 rpm em quinta marcha na 1.6 e 3.000 rpm na sexta marcha da 2.0. Pena não haver opção de seis marchas para o motor 1.6, uma impossibilidade de desenvolvimento.

Nas duas situações, o que se nota é o acerto curto de câmbio, mas nem por isso desagradável. A Grand Tour é silenciosa. E é em silêncio que ela deve se tornar uma ameaça às rainhas deste segmento.

Gosta de peruas médias?

Então veja as ofertas das concorrentes da Mégane Grand Tour no WebMotors:

Toyota Fielder

Fiat Marea Weekend

Peugeot 307 SW

Volkswagen Santana Quantum

Citroën Xsara Break

Leia também:

Ford EcoSport XLT Automático

Fiat Grande Punto

Chevrolet Tracker 2007

Audi A4 2.0 TFSI

Kia Magentis
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