Rodamos com a versão topo do VW Golf Sportline 2.0 Tiptronic

Versão Sportline empresta requinte, bom recheio e ajuda o veterano Golf a se manter competitivo


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O Alguns automóveis parecem não sentir o peso da idade. Especialmente no segmento de hatches médios, que atrai um consumidor que quer fugir dos compactos sem ter de se submeter ao visual mais austero dos sedãs – normalmente identificados como “carro de tiozão”. Nesta linha, o Golf se mantém no mercado brasileiro. Com 12 anos de estrada, duas gerações defasadas em relação ao modelo europeu e apenas uma reestilização no currículo, o dois volumes da Volkswagen atualmente registra médias de 1.500 unidades mensais. É verdade que é o quarto em seu nicho – perde para Hyundai i30, Chevrolet Astra e Ford Focus. Mas fica à frente de projetos mais novos, como Chevrolet Vectra GT, Citroën C4 e Nissan Tiida. E cabe à versão Sportline a importante função de manter o Golf com um apelo mais jovem e com uma boa dose de equipamentos.

O modelo parte de R$ 61.170 já com itens de segurança como airbag duplo, freios com ABS e sensores de obstáculos traseiros. Além disso, conta com ar-condicionado automático Climatronic, direção hidráulica, trio, ajustes de altura e de profundidade do banco do motorista e do volante, rádio/CD/MP3 com entradas USB, SD card, interface com iPod e conexão Bluetooth, computador de bordo, controle de cruzeiro, parassóis iluminados, entre outros. No visual, o apelo mais moderno vem com a grade frontal com barras na cor preta, faróis de neblina, rodas de liga leve aro 16 e detalhes em alumínio no interior – na base da manopla do câmbio, no volante e no descansa-braço das portas.

O teto-solar é opcional e acrescenta mais R$ 2.180 ao preço do Golf Sportline. A versão pode receber, ainda, retrovisor eletrocrômico, sensores de chuva e de luminosidade, volante multifuncional e banco traseiro bipartido e com terceiro encosto de cabeça. Completo, como o modelo avaliado, custa R$ 65.430. Para mover o hatch, o motor é o conhecido 2.0 8V Flex, que gera 116 cv com gasolina e 120 cv com etanol a 5.250 rotações e torque máximo de 17,7/18,4 kgfm a 2.250 rpm. Trabalha com um câmbio automático Tiptronic de seis velocidades, com possibilidade de acionamento manual das marchas na manopla.

Com isso, o Golf Sportline tenta brigar com versões intermediárias de outros hatches médios automáticos, com um preço mais em conta. Mas com a desvantagem de ter um motor menos potente e de ser um projeto mais antigo. O Citroën C4 GLX BVA parte dos R$ 62 mil e o Peugeot 307 Presence Pack começa em R$ 63.100 com o mesmo propulsor 2.0 16V de 143/151 cv. O Ford Focus GLX 2.0 16V automático custa R$ 64.380 com 143/148 cv, enquanto o Chevrolet Vectra GT-X automático chega por R$ 63.792, com 133/140 cv. O líder do nicho, o Hyundai i30, tem preço de R$ 66.300 na configuração automática e usa motor de 145 cv. O concorrente mais próximo em termos de visual datado e propulsor é o Fiat Stilo Sporting, que, com câmbio automatizado Dualogic e ar automático, sai por R$ 65.740 e tem motor de 112/114 cv.

Ponto a ponto

Desempenho – Os 120 cv – com etanol – do motor 2.0 garantem um desempenho interessante ao Golf. O propulsor mostra disposição já nas primeiras pisadas no acelerador e o câmbio Tiptronic otimiza a performance nas primeiras mudanças de marcha. Depois dos 60 km/h, contudo, o hatch médio esmorece um pouco, com as relações um pouco mais longas. Mesmo assim, o zero a 100 km/h é feito em 10,9 s. Nas retomadas, mais uma vez o câmbio bem escalonado e o torque disponível logo aos 2.250 giros são os destaques. Nota 8.

Estabilidade – O Golf não prega sustos. Apesar de ser um projeto antigo, é bem acertado, torce dentro do previsto nas curvas e só mesmo em situações extremas faz menção de sair de frente. Acima dos 120 km/h em retas, o modelo passa a flutuar um pouco. Nas freadas bruscas, também mergulha apenas o “normal”, enquanto o ABS de série ajuda o motorista a ter o carro sob controle. Nota 8.

Interatividade – Alguns comandos são pouco intuitivos dentro do hatch, como o que trava e destrava as portas e o dos faróis, mal posicionados ao lado esquerdo do volante. No mais, a ergonomia é eficiente, com destaque para o console central levemente voltado para o motorista, o que privilegia a visualização do rádio e do sistema de ar. A direção precisa e firme favorece uma condução mais esportiva. O modelo conta com ajustes de altura e de profundidade do volante e do banco do motorista, mas a alavanca para o assento também se mostra mal localizada. A visibilidade dianteira é boa, embora a lateral e a traseira sejam atrapalhadas pelas colunas. Para comprnsar, a versão Sportline 2.0 conta com sensor de obstáculos traseiro. Nota 7.

Consumo – O modelo testado revelou ter um apetite voraz: a média foi de assustadores 4,6 km/l, com puro etanol no tanque e uso 2/3 na cidade. Nota 4.

Tecnologia – O Golf brasileiro é o da chamada Geração IV, de 1998, com visual reestilizado em 2007. Ou seja, está duas gerações atrasadas em relação ao similar europeu. O motor 2.0 8V também é veterano. A versão Sportline oferece airbag duplo e ABS de série e os itens de conforto estão dentro do previsível para um carro que começa em R$ 61.170. Nota 6.

Conforto – A suspensão bem calibrada é um parceiro para o motorista e os ocupantes do Golf. Apesar de ter um acerto mais firme, absorve bem os buracos. O vão para cabeças é satisfatório e o espaço para pernas é bom e condizente para um hatch médio. Atrás, dois adultos e uma criança conseguem viajar sem problemas. O isolamento acústico se mostra eficiente até os 110 km/h. Nota 8.

Habitabilidade – O vão para portas se mostra bom na frente, mas exige certo contorcionismo de quem vai atrás na hora de entrar no Golf. Há uma quantidade interessante de porta-copos e de porta-objetos. A versão ainda oferece luzes de leitura na frente e atrás. O porta-malas oferece 330 litros, razoável para o segmento. Nota 7.

Acabamento – Apesar da previsibilidade dos materiais, o Golf oferece um interior caprichado. Os materiais nas portas e painéis aparentam qualidade e o banco parcialmente em couro empresta um ar de requinte. Os encaixes e fechamentos se mostram precisos na maior parte do habitáculo e há poucos sinais de rebarbas nas portas e no porta-malas. Nota 8.

Design – A atualização do Golf em 2007, depois de nove anos com a mesma cara, deixou o modelo com um ar ainda visivelmente antiquado. Os faróis em forma de asa, o capô rebaixado e a grade trapezoidal tentam seguir a tendência de estilo da marca, mas o visual é indisfarçavelmente anacrônico em relação ao Golf VI europeu. E a geração VII já está prevista para 2013, inclusive com chances de ser feita no Brasil. Nota 6.

Custo/benefício – A versão Sportline Tiptronic oferece um carro bem equipado, com um motor competente e uma transmissão Tiptronic eficiente por iniciais R$ 61.170. Desta forma, fica abaixo que praticamente todos os seus rivais. Só que, com exceção do Stilo, todos os concorrentes são projetos mais novos que o Golf e têm motores mais potentes. Nota 7.

Total – O Golf Sportline 2.0 Tiptronic somou 69 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

O tempo é o senhor da razão

É difícil virar a chave da ignição de um Golf e não sentir um certo “dejà vú”. Afinal, com exceção do câmbio Tiptronic – tecnologia um pouco mais contemporânea, pelo menos no Brasil –, o conjunto mecânico do hatch médio da Volkswagen é veterano e conhecido de longa data. A começar pelo motor 2.0 8V de 120 cv, passando pela suspensão traseira interdependente e até no chassi, que data de 1998, apesar da casca sutilmente renovada na reestilização de 2007. Mesmo assim, o dois volumes feito em São José dos Pinhais mostra virtudes que nem mesmo o tempo empanou. A começar pelo desempenho. O veterano propulsor oferece respostas rápidas e tem uma boa sincronia com a caixa automática de seis velocidades.

Com isso, as arrancadas são eficientes e só mesmo depois dos 60 km/h o modelo parece perder um pouco do ímpeto inicial. O que resultou em um zero a 100 km/h em 10,9 segundos com etanol. O melhor do motor está reservado mesmo para as retomadas. É que os 18 kgfm de torque já enchem o propulsor aos 2.250 giros. Ou seja, em uma faixa baixa de rotações é possível fazer ultrapassagens sem sustos, até porque o câmbio Tiptronic – com possibilidade de mudanças sequenciais na manopla – não deixa qualquer gargalo ou buraco na hora em que o motor é exigido, mesmo que abruptamente.

Outra virtude é o tradicionalmente exemplar equilíbrio do Golf. Mesmo para um projeto antigo, o modelo oferece uma rigidez torcional boa e uma suspensão acertada – que ainda otimiza uma condução mais esportiva e absorve bem as irregularidades do piso. Com isso, tanto em curvas como em retas, o hatch não faz qualquer menção de desgarrar em velocidades “normais”. Só mesmo acima dos 120 km/h é que a comunicação entre rodas e volante fica um pouco menos precisa. O susto mesmo vem na hora de parar no posto de combustível. Com puro etanol no tanque, o velho motor bem disposto entregou uma perdulária média de 4,6 km/l, em uso 2/3 urbano e 1/3 rodoviário.

Ficha Técnica - Volkswagen Golf Sportline 2.0 Tiptronic

Motor Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.984 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica de combustível multiponto e acelerador eletrônico
Potência 116 cv com gasolina e 120 cv com etanol a 5.250 rpm
Torque 17,7 kgfm com gasolina e 18,4 kgfm com etanol a 2.250 rpm
Câmbio Câmbio automático com seis velocidades e opção de mudanças manuais sequenciais na manopla. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Tração 4x2
Direção Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
Rodas Dianteiras e traseiras em aro 16” de liga-leve
Pneus Dianteiros e traseiros 205/55 R16
Comprimento 4,20 m
Altura 1,45 m
Largura 1,73 m
Entre-eixos 2,51 m
Porta-malas 330 l
Peso em ordem de marcha 1.247 kg
Tanque 55 l
Suspensão Dianteira e traseira independente, tipo multibraço
Freios Disco ventilado na dianteira e traseira
Lançamento 1998, com reestilização em 2007


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