Rolls-Royce Phantom: God save the car

Quintessência da qualidade em automóvel está de volta ao Brasil – e andamos nele


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Luís Figueiredo
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- Tarde de verão, termômetro marcando 32º C de temperatura externa, dentro do Rolls-Royce Phantom a vida passa tranqüila e com todo o conforto que o dinheiro pode pagar. O som do V12 de 6,75 litros funcionando é imperceptível e a ausência do conta-giros faz o motorista se perguntar “o motor está mesmo ligado?”. No lugar do equipamento há um medidor de reserva de potência, demonstrando quanto dos 460 cv está disponível no momento numa escala de 0 a 100% e que diminui à medida que se acelera.

Guiar o Phantom, ainda que num trecho pequeno e sem muitas possibilidades para avaliação, é uma experiência marcante. Afinal, este é um carro que custa, na versão “básica”, R$ 1,8 milhão. Desde a primeira apresentação oficial, em 2005, apenas um Phantom foi vendido no país com pintura em dois tons, preto e madeira vermelha. Mas a experiência vai muito além dos números exorbitantes. Este não é somente um carro, objeto inventado para facilitar a mobilidade humana. É uma obra de arte a ser guardada na família e passada por gerações.

Fabricado em Goodwood, na Inglaterra, sua carroceria é de alumínio, sendo a maior aplicação desse metal em um automóvel até hoje, de acordo com a Rolls-Royce. O processo de solda é todo feito à mão e o resultado é rigidez torcional superior à de um carro de Fórmula 1.

A fabricação de um Phantom leva no mínimo 2 meses. Em média, da realização do pedido de compra à entrega do veículo se passa um semestre. O processo de produção combina alta tecnologia com artesanato, numa refinada sintonia. O couro que reveste bancos e painel, por exemplo, é selecionado “à mão” pelo pessoal especializado da fábrica, mas cortado em máquinas controladas por computador. Toda a madeira utilizada em apliques no interior do veículo é também selecionada por especialistas e catalogada, para que se no futuro for necessário fazer algum reparo, haja peças sobressalentes.

Quem compra um Rolls-Royce pode personalizar seu carro como quiser. São 45 mil opções de cores para a carroceria, seis opções de madeira para o acabamento, couro em tons variados, além dos desejos específicos de cada cliente. “Atendemos absolutamente a tudo o que o cliente quiser, desde que esteja dentro da lei”, afirma Wolf-Axel Pannes, gerente geral de desenvolvimento de negócios da Rolls-Royce. Pode-se escolher até a cor da linha de costura do couro no painel. E não há restrições a opções excêntricas ou bregas? Não. O objetivo é realizar o desejo do cliente, seja ele qual for. De acordo com Pannes, o Phantom mais caro fabricado até hoje custou US$ 2 milhões – ou aproximados R$ 4,5 milhões, fora os impostos. O preço da versão básica é de US$ 333.350 também sem contar os impostos; no final o preço chega no valor acima.

A qualidade de acabamento é impressionante. Há um cuidado extremo em cada detalhe, funcionalidade expressa em todos os comandos do veículo – como os dos bancos, pequenas hastes cromadas. O volante mantém desenho peculiar, com três raios e aro fino, de empunhadura apenas regular. Os tapetes são feitos de lã de carneiro, absolutamente aconchegantes, e os vidros das janelas são duplos, com uma camada intermediária de polímero – o que colabora para a redução do nível de ruído na cabine.

A pequena estatueta da “Spirit of Ecstasy” ostentada na dianteira do Phantom possui comando elétrico para recolhimento. Ao estacionar o carro, basta apertar um botão para proteger o atraente souvenir. É possível, ainda, programar seu recolhimento com a abertura/travamento das portas do Phantom. E o cliente pode pedir que o objeto seja feito de prata, ouro, ou qualquer outro metal que deseje – a fábrica se prontificará a atender o pedido.

O sistema de som é fornecido pela Lexicon, divisão de topo da Harman/Kardon. Conta com 26 alto-falantes espalhados pelo interior do carro. A reprodução sonora é de altíssima fidelidade e a sensação de ambiência é perfeita, graças ao sistema Logic 7.

As portas traseiras coloquialmente chamadas “suicidas”, por abrirem-se da frente para trás, realmente facilitam o entrar e sair do veículo. Para fechá-las, basta manter pressionado um botão na coluna traseira “C” – há um motor elétrico específico para a função. Nelas ficam guardados guarda-chuvas, liberados por meio de um botão. O Phantom é equipado com faróis bixenônio na dianteira; as lanternas traseiras possuem LEDs diodos emissores de luz.

A suspensão é independente nas quatro rodas, com braços triangulares superpostos na dianteira e multibraço na traseira. O acerto é impecável e absorve toda a irregularidade do piso, mesmo com pneus de perfil baixo 255/50 R21 na dianteira e 285/45 R21 na traseira. O sistema utiliza molas pneumáticas, controladas eletronicamente. Graças ao curto balanço dianteiro distância do centro da roda à extremidade do veículo o sedã passa ileso por lombadas, sem raspar a parte inferior, a despeito do longo entreeixos. A qualidade de construção da carroceria e da suspensão é tal que guiar o Phantom pelas ruas mal-conservadas de São Paulo é tarefa das mais fáceis. A sensação é de se estar flutuando, como em um tapete mágico, tal como define a própria Rolls-Royce.

O banco traseiro tem duas opções de configuração claro, podem haver outras, dependendo da criatividade do cliente: inteiriço, para três lugares, ou individual, para dois apenas. No primeiro modo a construção é feita de modo a permitir que os passageiros virem-se um para o outro e mantenham “agradável conversação”, nas palavras da fábrica. No segundo o console central se estende e separa os lugares, verdadeiras poltronas, guardando também uma pequena geladeira ou equipamentos eletrônicos.

O conjunto motriz é fornecido pela BMW, dona da Rolls-Royce. O V12 de 6,75 litros e 4 válvulas por cilindro produz 74,4 kgfm de torque máximo, disponíveis na faixa de 2.900 rpm a 3.500 rpm. 75% desse total 55,8 kgfm são entregues a apenas 1.000 rpm. A potência máxima é de 460 cv. O motor é todo construído em alumínio, com injeção direta de combustível, comando duplo no cabeçote quatro árvores no total e controles de variação de válvulas em tempo e abertura. O câmbio tem seis marchas e é operado por alavanca na coluna de direção, possuindo apenas quatro posições: P estacionamento, R ré, N neutro e D drive, sem opção de trocas seqüenciais. A tração é traseira.

É o conjunto ideal para o carrão de 2.500 kg, peso distribuído perfeitamente em 50% sobre cada eixo. Mas nada de respostas abruptas ao acelerador. O Phantom arranca sempre em segunda marcha para garantir a suavidade. A 1ª é engatada apenas quando acelerado a pleno, tornando-se vigoroso. Com toda a sobriedade, a fábrica aponta 0 a 100 km/h em apenas 5,9 segundos, com velocidade máxima limitada a 240 km/h. Freios são a disco nas quatro rodas, com sistema antitravamento ABS – param o Phantom com suavidade e segurança, transferindo pouco peso, como percebido durante a breve avaliação.

Sua direção é bem desmultiplicada, com relação adequada ao carro. As respostas são algo lentas e é necessário movimentar bastante o volante para que o carro mude de trajetória. Fazê-la mais rápida, no entanto, comprometeria o conforto a bordo. E agilidade não é definitivamente a proposta do Phantom. O diâmetro de giro surpreende, permitindo manobrar o carro de exatos 5,83 metros de comprimento e 1,99 m de largura em ruas estreitas. Facilitam essa tarefa as câmeras de vídeo instaladas nos pára-choques dianteiro e traseiro nesta, a distorção gerada pelo ângulo da câmera demanda estar habituado aos limites do carro, sob risco de esbarrar a traseira em um obstáculo.

A presença da fábrica alemã é percebida também nos grafismos dos instrumentos e na tecnologia de bordo. Inclui o sistema multimídia, com três telas de cristal líquido de 12 polegadas uma no painel, duas nos encostos dos bancos dianteiros. O funcionamento das telas traseiras é independente da dianteira e sua operação é feita por meio de teclado localizado no apoio de braço traseiro, com botão idêntico ao dos BMW.

Para atender aos pedidos dos clientes da região asiática foi criada uma versão estendida, com 25 centímetros a mais de distância entre eixos. Se no Phantom “regular” os 3,57 metros de entreeixos garantem altíssimo conforto aos passageiros do banco traseiro, imagine com esse extra... Apenas o porta-malas é comedido nesse carro, com 460 litros de capacidade.

Engana-se quem pensa que um carro caro e exclusivo assim vende mal. Em 2006 foram comercializadas 805 unidades em mais de 50 países, quebrando um recorde de 16 anos para a fábrica. E, de acordo com Wolf-Alex Pannes, a idade média do cliente Roll-Royce é hoje 10 anos menor. Se no Brasil vai vender mais algum? A marca está realizando exposição a clientes potenciais em um empreendimento de luxo na capital paulista e está confiante. Discrição e refinamento extremo são a alma do negócio.

Rolls-Royce usado à venda

Somente no maior classificado online do Brasil você encontra esse carro exclusivo. E pode perceber outro detalhe sobre o Rolls-Royce: ele não desvaloriza, tal como uma obra de arte. Confira:

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