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Série X-Series tenta dar frescor ao C4 Cactus

Versão com diferenciais estéticos quer conquistar pelo apelo visual e oferta o básico dos itens de série

por Lukas Kenji

A Citroën já anuncia a chegada da nova geração do C3 em seu site oficial, mas o fato é que, neste momento, o único carro de passeio da marca disponível no Brasil é o C4 Cactus. Na tentativa de dar um certo frescor ao já veterano SUV, a montadora lança algumas versões especiais. É o caso da X-Series, que custa R$ 109.590.

Basicamente, a opção agrega itens estéticos mais chamativos à versão de entrada Live. Há adornos em tom de bronze no contorno dos faróis de neblina e nos plásticos rechonchudos que sublinham as portas, chamados de airbumps.
Há uma pintura nova, chamada de cinza Artense. Também está disponível outro tom de cinza, o Grafito. São as únicas cores disponíveis para a série especial e que fazem parceria com o preto brilhante que decora o teto. Esse é certamente o complemento mais chamativo do C4 X-Series, junto com o jogo de rodas de liga leve de 16 polegadas com acabamento escurecido.
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Não podem faltar também os adesivos com o nome da versão, um clichê de edições limitadas. Eles estão nas portas, abaixo dos retrovisores e na tampa do bagageiro. Já na parte interna, decoram os bancos de tecido.
As atrações param por aqui. No mais, o acabamento segue à risca o que foi trazido no lançamento do C4 Cactus, em 2018. Como a versão não tem tantas novidades, o interior do habitáculo é um dos pontos de destaque da oferta, até porque não entrega o motor 1.6 THP.

Simples e correto

Antes de falarmos sobre desempenho, vamos aos detalhes do interior: é simples, basicamente todo repleto de plásticos, mas tudo é bem encaixado e correto. Praticamente não há áreas macias. Os descansos para os braços são revestidos em um tecido convencional.
O elemento mais chamativo está no painel e combina com as saídas de ar-condicionado. Aliás, o formato dos componentes faz com que o layout não tenha jeitão de ultrapassado. O volante, por exemplo, continua com visual atraente e é revestido de couro, material raro no C4 X-Series.
Mas o aspecto contemporâneo não pode ser empregado à central multimídia de 7 polegadas. Isso vale tanto para a parte estética, quanto para a parte funcional. A posição dela no centro do painel faz com que o motorista tire atenção da via. A tela tem baixa resolução e o software não é dos mais rápidos. Há pareamento com Android Auto e Apple CarPlay, mas só ao plugarmos o cabo USB.

Já o cluster tem uma carinha mais carismática, mas oferece pouquíssimas informações. Portanto, no quesito conectividade, o C4 parou no tempo.
Isso vale ainda para a disponibilidade de porta-objetos, que têm ficado cada vez mais diversos e volumosos, afinal, carro é quase uma segunda casa para muito consumidor.
Também merecem ressalvas os bancos. Se o revestimento típico da versão X-Series tem lá seu encanto, a construção do assento não é confortável: é quase todo reto, pouco anatômico. Isso quer dizer que não abraça os ocupantes e tende a ser pouco confortável em viagens mais longas.

Por falar em deslocamentos, vamos ao motor. O C4 Cactus é celebrado como o mais rápido da categoria, mas isso vale apenas quando é equipado com o motor turbo de 173 cv. O X-Series utiliza o propulsor 1.6 aspirado que rende até 118 cv a 5.750 rpm, enquanto o torque é de 16,1 kgf.m a 4.750 rpm.
Esse conjunto é 4,3 segundos mais lento do que o turbinado, no 0 a 100 km/h. Em termos automotivos, isso é uma eternidade. É verdade que essa comparação pode soar como covarde diante da propriedade de cada motor, mas o fato é que a aceleração de 12 segundos já é um demérito para qualquer SUV compacto.
Em contrapartida, a boa notícia vai para o consumo de combustível. Aliado a uma transmissão automática de seis velocidades, o C4 aspirado é mais econômico do que o turbo. A média na cidade é de 10,4 km/l com gasolina e, 7,3 km/l, com etanol. Na mesma ordem de combustíveis, os números na estrada sobem para 13 km/l e 9,1 km/l.

SUV ou hatch?

Agora é preciso ter uma conversa especial sobre porte. Desde o lançamento, esse é um assunto caro ao Citroën. No exterior, o modelo é vendido como um hatch médio. No Brasil,  ficou mais alto para justificar o porte de utilitário-esportivo.
Mas a atmosfera do C4 lembra mais a de um Fiat Pulse do que um Hyundai Creta, por exemplo. O carro é baixinho e estreito. Com 4,17 m de comprimento e 2,60 m de entre-eixos, o único quesito mais chamativo é o espaço para as pernas dos ocupantes traseiros, que viajam com relevante conforto.
O fato é que o Citroën é 9 centímetros menor do que o Volkswagen Nivus, por exemplo. O C4 Cactus transmite mais a sensação de estarmos ao volante um hatch com posição mais elevada de guiar do que um SUV pequeno. Isso se aplica ainda ao porta-malas, de 320 litros.

Quanto à lista de equipamentos, o Citroën C4 Cactus X-Series não vai além de itens que são considerados básicos em um SUV. Há direção elétrica, volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade, ar-condicionado digital, vidros, travas e retrovisores elétricos, além de câmera de ré.
Não há oferta de componentes já bastante requisitados como sensor de estacionamento, faróis de LED ou controle de cruzeiro, por exemplo.
Em relação aos valores de pós-venda, o C4 Cactus está dentro da média do segmento. A soma dos seis primeiros serviços de revisão é de R$ 4.591, enquanto o seguro mais em conta no AutoCompara é de R$ 3.317,70.

Com todos os movimentos recentes do mercado, o SUV da Citroën já pouco almeja uma disputa com modelos na faixa de preço de Chevrolet Tracker e Hyundai Creta, por exemplo. Ele está posicionado em uma disputa com Volkswagen Nivus e Fiat Pulse.
Na ediição X-Series, a ideia é atrair o consumidor que deseja um SUV novinho, não tem muito compromisso com espaço, mas quer um carro estiloso e já está satisfeito com uma entrega básica de itens de série.

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