Sonic surpreende no contexto e decepciona no preço: a partir de R$ 46,20 mil

Modelo vai muito bem no geral, mas perde na hora de fechar a régua de valores sugeridos em comparação com os concorrentes


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Rodrigo Samy
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A Chevrolet lançou o novo Sonic no Brasil nas carrocerias hatch e sedã. Importado da Coreia do Sul, o carro chega para tentar cativar aquele consumidor que também poderia comprar modelos como o Honda City e Ford New Fiesta. Com valores partindo de R$ 46,20 mil, o novo modelo chega com um valor apimentado para a categoria e com muita modernidade, principalmente se ela for comparada com os automóveis de entrada da GM.


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Apesar de ser desenvolvido em uma versão evoluída da plataforma do Chevrolet Cobalt, o novato tem poucos fatores em comum com o carro que busca outro tipo de consumidor. Afinal, a sua dirigibilidade, visibilidade e qualidade de acabamento são bem superiores. A ideia da GM é vender 1.200 unidades ao mês do carro, esperando um “mix” composto por 60% de sedãs e 40% de hatches. A General Motors não fala oficialmente, mas tudo indica que o carro só teria a sua produção transferida para o México se o volume fosse superior ao estimado.


O WebMotors foi convidado para rodar com o Sonic (hatch e sedã), na versão LTZ, por um trecho de estrada asfaltada entre a capital do Rio de janeiro e cidade de Búzios. A primeira opção avaliada foi a na carroceria hatch, equipada com câmbio automático de seis velocidades. Um detalhe que chamou a nossa atenção durante o percurso foi a condição do teste. Antes de iniciarmos o percurso, calculamos quantos quilos o Sonic levava a bordo. Com bagagem e quatro pessoas, o modelo estava carregando quase 400 kg. Uma rápida olhada no manual do proprietário e foi possível chegar a seguinte conclusão: o Sonic estava na sua capacidade máxima de carga. Mesmo com uma capacidade de porta-malas bem baixa (265 litros), o hatch da GM consegue oferecer uma boa capacidade de carga (429 kg).


Mesmo nas condições relatadas acima, o Sonic conseguiu dar conta do recado. O câmbio automático de seis velocidades ofereceu trocas rápidas e o desenvolvimento da velocidade foi constante. Se comparado com o Cruze, o Sonic se sobressai. Tudo bem que devemos levar em consideração o peso e o tamanho de cada modelo. Pesquisando mais a fundo sobre a transmissão foi possível encontrar o mesmo tipo de transmissão, com calibragens diferentes, nos seguintes automóveis do “General”: Chevrolet Cruze, Chevrolet Malibu, Opel Astra 2010, Chevrolet Aveo e em uma série de modelos da Daewoo. A vantagem da transmissão do Sonic fica por conta dos sensores de inclinação e de aceleração que ela contém. Eles ficam responsáveis por aperfeiçoar e ajudar o motor a trabalhar nas condições solicitadas pelo pedal do acelerador. Um ponto desfavorável é o botão da troca de marchas manuais. Assim como no Chevrolet Captiva, o seletor fica embutido na alavanca do câmbio como uma espécie de interruptor.


A posição de dirigir e a visibilidade do Sonic são favoráveis. Outro item que agrada no modelo é a sua suspensão, firme e precisa.


Durante a avaliação, o carro da GM não se demonstrou tão econômico quanto o esperado. De acordo com o computador de bordo, a média aferida foi de 6,2 km/l de gasolina. Apesar disso, o modelo se manteve “torcudo” e prazeroso de se dirigir mesmo em uma sexta marcha. Em uma velocidade cruzeiro de 120 km/h, por exemplo, o conta-giros marcava 2.200 rpm.


Se o hatch traz um porta-malas pequeno, o sedã consegue oferecer uma boa capacidade (477 litros). Foi com ele, Sonic LTZ, equipado com câmbio manual, que fizemos o percurso de volta. Com um comportamento bem diferente do hatch, o sedã novato atua com menor vontade de competir. Nada mais do que o natural para um automóvel considerado familiar pela GM. Outro ponto que poderia ser melhorado no sedã é o espaço, com relação à altura, para os ocupantes do banco traseiro. Com o teto mais baixo do que o hatch, uma pessoa precisa com 1,80 m de altura dobrar um pouco o pescoço para navegar confortavelmente lá atrás. Outro escorregão é a enorme área envidraçada da vigia traseira. Apesar de bonita e de oferecer ótima visibilidade, ela permite que raios solares incidam diretamente na cabeça do ocupante. A GM até buscou diminuir o impacto solar, aplicando uma leve película protetora.


A transmissão manual do Sonic é rápida e precisa. Com cinco velocidades, ela até pediu em algumas situações a sexta marcha, mas nada que fizesse o motor “berrar”. Tanto é que a “falta” da suposta sexta velocidade não atrapalhou o consumo de combustível. Nas mesmas condições de uso (carro carregado com 400 kg) o sedã com câmbio manual marcou um consumo no computador de 10,2 km/l. Na quinta velocidade, a 120 km/l, o motor trabalho a 3.500 rpm.


Valores sugeridos para o Sonic:


Chevrolet Sonic Hatch LT manual - R$ 46,20 mil


Chevrolet Sonic Hatch LTZ manual - R$ 48,70 mil


Chevrolet Sonic Hatch LTZ automático - R$ 53,60 mil


Chevrolet Sonic Sedã LT manual - R$ 49,10 mil


Chevrolet Sonic Sedã LTZ manual - R$ 51,50 mil


Chevrolet Sonic Sedã LTZ automático - R$ 56,10 mil


Nas entrelinhas


O Sonic traz várias informações para cativar o público dos anos 1980. Segundo a GM, o nome escolhido não foi o Aveo (nome do carro na Europa) por causa da sua sonoridade. O nome escolhido para o Brasil foi o mesmo do porco espinho, quase tão famoso quando o Mario Bros., da Nitendo (empresa de vídeo game), apenas por coincidência. Para falar com o mesmo público da época, a GM usou a Fernanda Abreu no seu show oficial de lançamento, uma cantora que também ficou famosa por suas melodias agradáveis aos ouvidos dos nascidos nos anos 1970.


Outro artifício já utilizado por modelos dos anos 1950 foi o do uso de elementos parecidos com acessórios de outros segmentos. O difusor de ar interno do Sonic imita uma turbina de avião e o painel imita os instrumentos usados nas motocicletas. Pesquisamos no WebMotors o painel de moto que se encaixaria no modelo da GM. O resultado não foi tão bem quanto imaginávamos: Kasinski Comet 250, Dafra Next e, um pouco melhor, Suzuki Bandit. Um detalhe curioso da história que idolatra os painéis de motos é que o único que não se encaixa nessa história é o da Yamaha XJ6. Na marca dos diapasões o modelo digital fica a esquerda e o analógico à direita. Segundo a GM, a ideia de colocar um modelo igual ao das motos foi com o objetivo de passar a mesma esportividade do mundo das duas rodas ao carro.


Preços sugeridos pela concorrência



Honda City DX MT - R$ 49,61 mil


Honda City LX MT Flex - R$ 54,58 mil


Honda City LX AT Flex - R$ 57,55 mil


Honda City EX AT Flex - R$ 61,86 mil



New Fiesta Sedan – R$ 46,02 mil


New Fiesta Sedan – R$ 52,16 mil


New Fiesta Hatch – R$ 44,13 mil


New Fiesta Hatch – R$ 50,27 mil




FICHA TÉCNICA: Chevrolet Sonic

Motor

Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, 16 válvulas, 1.598 cm³

Potência

116 cv (gasolina) / 120 cv (etanol) a 6.000 rpm

Torque

15,8 kgfm (gasolina) 16,3 kgfm (etanol) a 4.500 rpm

Câmbio

Manual de 5 ou automática de 6

Tração

Dianteira

Direção

Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

Rodas

Dianteiras e traseiras em aro 15 opc. 16

Pneus

195/65R15 (LT); 205/55 R16 (LTZ)

Comprimento

4,03 m (hatch) / 4,40 m (sedã)

Altura

1.51 m

Largura

1,73 m (sem espelhos); 2 m (total)

Entre-eixos

2,52 m

Porta-malas

265 l (hatch) / 477 (sedã)

Peso (em ordem de marcha)

1.186 kg (hatch LTZ) / 1.207 kg (sedã LTZ)

Tanque

46 l

Suspensão

Dianteira independente, tipo McPherson; traseira semi-dependente, eixo de torção

Freios

Disco ventilado na dianteira e tambor na traseira

Preço

-



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