- A Fiat fez um estardalhaço no começo deste ano com o lançamento do Novo Stilo Dualogic. Porém, a única novidade do automóvel apresentada foi o câmbio robotizado. O pior é que a tecnologia nem foi tão inédita assim, pois a General Motors já havia lançado o Meriva Easytronic com o sistema robotizado.
Apesar de não mudar totalmente, o Stilo em sua nova fase ficou melhor e mais atraente devido aos “anabolizantes” injetados pela italianíssima. Durante o teste do WebMotors, o automóvel na versão Sporting Dualogic arrancou suspiro de todos os marmanjos. Em momento nenhum ele passou ileso dos olhares masculinos.
Os motivos que agradam à garotada são inúmeros: rodas de liga-leve de aro 17”, teto-solar, sistema de som com caixa selada para graves, estofado perfurado, opção de mudanças de marcha por meio de borboleta atrás do volante, escapamento cromado e grade do radiador com detalhes na cor do carro.
Mas a crise de identidade do Stilo é ameaçada por três flechadas: a possível chegada do Bravo ainda neste ano, a ascendência do Punto Sporting no segmento jovem e a rejeição do brasileiro às novas tecnologias.
Prazer ao dirigir
Falar que a beleza do Stilo Sporting Dualogic não põe a mesa é mentira. O carro está na melhor fase de sua existência. O motor fornecido pela General Motors ficou bem equilibrado e o desempenho do carro é condizente com a proposta. Para chegar aos 100 km/h o Stilo leva 10,8s quando está abastecido com gasolina e chega à máxima de 190 km/h.
Na campanha publicitária elaborada pela agência Leo Burnett, a empresa coloca um personagem que fica na dúvida entre utilizar o câmbio na posição totalmente automática ou na função manual, por meio da alavanca ou das borboletas. O anjinho que assopra na orelha do cara pede para ele andar “tiozinho”, calmamente; já o diabinho pede para ele esticar as marchas, causando frio na barriga do amigo. A propaganda é mais divertida que o Dualogic.
Anjinho - O câmbio robotizado fornecido pela Magnetti Marelli funciona bem na posição totalmente automática e ainda oferece a opção esporte. O grande senão são os solavancos inesperados causados pelas mudanças de marcha. Mas, nos grandes congestionamentos, a tecnologia da Fiat manda muito bem, melhor do que usar a perna esquerda para movimentar o pedal da embreagem em um dia exaustivo.
Diabinho - Na opção totalmente manual o câmbio da Fiat funciona melhor. A vantagem é que as trocas acabam sendo esperadas pelo usuário. Usar a borboleta ao volante é uma sensação agradável, assim como a alavanca do console. O que irrita, um pouco, é a vontade própria do câmbio, que impede o motorista de reduzir as marchas como desejar. A impressão é que falta uma reduzida de verdade.
Ergonomia e conforto
O Stilo Sporting Dualogic tem bancos com tecido perfurado, volante revestido em couro com regulagem de altura, comandos do rádio na direção e ar-condicionado digital. Os comandos são de fácil leitura e usuais. A regulagem de altura do assento do motorista é um recurso excelente para as pessoas de estatura menor, porém um pouco ruim para os marmanjos com mais de 1,80 m.
Diferentemente da concorrência, leia-se Vectra GT, Focus e Golf, o Stilo não passa a impressão saudável do kart. A posição de dirigir é alta, assim como o automóvel. Isso não combina com a linha esportiva adotada pelo carro.
Comprar ou não comprar? Eis a questão
A versão básica custa R$ 61,11 mil em São Paulo, capital. Dentro da lista dos equipamentos de série importantes estão o CD player com leitor de MP3, viva-voz e entradas para portas USB e iPod e o teto-solar denominado pela Fiat de Sky Window.
O cartão vermelho aparece porque ABS e controle de tração ficam fora dos equipamentos de série. Para ter os recursos, é necessário adquirir um pacote por mais de R$ 3 mil que contém airbag duplo, ABS, freios traseiros a disco e controle de tração. Sem estes recursos, o Stilo pode se tornar traiçoeiro, pois o câmbio robotizado com “vontade própria” e o freio tranqüilo demais exigem mais cuidado. Por isso, inclua o pacote na lista, até pelo valor baixo, considerando tudo que ele oferece.
Para ter um sistema de som de primeira são necessários mais R$ 1.690. Vale a pena ter. Afinal, são quatro alto-falantes, dois twitters e um subwoofer selado no porta-malas. Ponto extra, mas que exige maior empenho.
Outro cartão vermelho é a opção do comando de mudanças de marcha por borboleta custar mais R$ 693. Para ter o automóvel equipado como o desta reportagem é preciso ter no bolso cerca de R$ 71 mil. Três mil reais dedicados à segurança e R$ 7 mil ao embelezamento.
O dono do posto não agradece
O câmbio automatizado funciona muito bem na estrada, sem muitas trocas de marcha, por isso, o consumo ficou legal: com álcool 10,3 km/l e com gasolina 12 km/l cravados. Já na cidade a proposta de economia oferecida pelo Dualogic não é excelente. Com álcool, o Stilo fez uma média de 7,5 km/l; com gasolina, 9 km/l. Segundo a Fiat, o carro faz na cidade 12 km/l gasolina e 8,2 km/l álcool. Na estrada, conforme os números da montadora, o veículo registra: 16,3 km/l gasolina e 11,2 km/l álcool.
Manutenção
Se você for comprar o Fiat Stilo com câmbio robotizado, esqueça as oficinas independentes. Simulamos um problema na transmissão do Dualogic, e consultamos cinco oficinas certificadas. Todas disseram que seria melhor levarmos o automóvel para inspeção na concessionária autorizada.
Por sorte, o Stilo tem um ano de garantia sem limite de quilometragem e de cinco anos para a carroceria. Durante a vigência da garantia geral, o dono de um Fiat Stilo tem direito a assistência 24 horas Confiat, que executa serviços de urgência como reboque, socorro mecânico e veículo reserva em qualquer local do Brasil.
Em resumo, fica aquela dúvida: ter um carro na garagem por gosto ou por investimento? A balança, neste caso, pesa bem para o primeiro lado, o do prazer de ter este hatch médio.
FICHA TÉCNICA – Fiat Stilo 1.8 Dualogic
MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, duas válvulas por cilindro, refrigeração a água, 1.796 cm³ |
POTÊNCIA | 114 cv a 5.500 rpm álcool e 112 cv a 5.500 rpm gasolina |
TORQUE | 18,5 kgm a 2.800 rpm álcool e 17,8 kgm a 2.800 rpm gasolina |
CÂMBIO | Robotizado de cinco velocidades |
TRAÇÃO | Dianteira |
DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira; hidráulica |
RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 17” de liga-leve |
PNEUS | Dianteiros e traseiros 215/50 R17 |
COMPRIMENTO | 4,25 m |
ALTURA | 1,54 m |
LARGURA | 1,75 m |
ENTREEIXOS | 2,60 m |
PORTA-MALAS | 380 l |
PESO em ordem de marcha | 1.230 kg |
TANQUE | 58 l |
SUSPENSÃO | Dianteira independente, tipo McPherson; traseira com eixo de torção |
FREIOS | Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira. Opcional: ABS e disco rígido de 251 mm com pinça flutuante |
CORES | Não informadas |
PREÇO | R$ 71 mil versão testada para frete em São Paulo |
Ao receber você aceita e concorda com o uso de seus dados para receber comunicações e outras finalidades descritas na nossa politica de privacidade