Terceira geração do Audi A4 mostra que gosta de asfalto

Mais bonito, maior e ainda assim mais leve, sedã médio alemão também chega mais caro


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Gustavo Ruffo
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- A Audi começou a apresentação da nova geração do A4 dizendo que quer a liderança do segmento dos sedãs médios de luxo. Também disse que espera essa liderança com o modelo mais barato, com motor 2-litros, mas apresentou aos jornalistas apenas a versão mais cara, com motor V6 3,2-litros FSI, que sai por R$ 229 mil. A mais barata só chega em outubro, por R$ 159 mil. Segundo a empresa, a ordem da apresentação foi essa porque modelos mais em conta são vendidos por causa do mais caro. Aspirando ao topo de linha, o cliente acaba comprando o que cabe no bolso. Se o raciocínio estiver certo, o A4 2-litros vai vender feito água, mesmo custando mais caro que o excelente Mercedes-Benz C 200 K Classic, que sai por R$ 151,9 mil e tem tração traseira a do A4 é dianteira. O A4 3.2 é um senhor automóvel.

Para começar, ele compensa uma deficiência do modelo mais barato ao trazer a tração integral quattro como item de série. Modelos luxuosos, por definição, utilizam tração traseira ou nas quatro rodas, a não ser no caso dos Volvo, que prezam pela segurança e optam por esse sistema por filosofia. Como a Audi se apóia na imagem de esportividade e luxo, a tração dianteira do modelo mais simples acaba deixando claro o parentesco da marca com a Volkswagen, que usa tração dianteira em seus carros por uma questão de custo.

A tração quattro confere vantagens tanto ao piloto disfarçado de motorista quanto ao que vê no carro apenas um meio de ir e vir. Para o primeiro, o comportamento impecável instiga a direção a ser mais atrevida. E o limite do A4 é tão difícil de encontrar que, ao fim da sessão de direção, será inevitável sair do carro e olhá-lo com admiração e gosto. No caso do segundo, a segurança que o sedã passa o ajudará nas situações difíceis que ele possa vir a enfrentar, como chuvas, pisos sujos e por aí afora.

Construído sobre a plataforma MLP Plataforma Modular Longitudinal, em inglês, que também serve ao A5 e ao Q5, o novo A4 não é a oitava geração deste modelo, como a marca apregoa, mas sim a terceira. Para chegar às oito gerações a empresa contou as quatro gerações do Audi 80, um erro, a nosso ver. Seria como se a GM contasse o Kadett como parte das gerações do Astra. Por sua vez, as “gerações” B6 e B7, dos A4 feitos de 2001 até este ano, são construídas sobre uma mesma plataforma, o que torna a B7 um mero facelift, por mais que tenha havido mudanças internas no carro.

Feitos os comentários pertinentes, vale apreciar as qualidades do modelo novo. E elas são muitas, especialmente com o carro em movimento.

Ao volante

A primeira visão do novo A4 remete a um veículo de estilo impecável, que denuncia o autor de suas linhas, Walter De Silva, o mesmo designer responsável pelo belíssimo Alfa Romeo 156. Com linha de cintura alta, o que favorece a rigidez da carroceria e dá uma sensação maior de solidez, o A4 se beneficia de uma característica de sua plataforma para oferecer mais espaço aos ocupantes. Ela permite uma montagem do conjunto motor que torna o balanço dianteiro menor. Em outras palavras, não se precisa de tanto espaço para o motor.

Quem se beneficia disso são os ocupantes do carro, que contam com 2,81 m de entreeixos. E cada centímetro de espaço é interessante, considerando que o desenho da traseira, à moda dos cupês, deixaria pouco espaço para a cabeça dos ocupantes do banco traseiro. Deixaria está no tempo correto. Os engenheiros da Audi resolveram o problema com uma concavidade no teto que abriga bem as cabeças dos mais altos. Não há aperto no novo A4, mesmo que todos os cinco ocupantes tenham mais de 1,80 m. A bem da verdade, o quinto passageiro não vai passar lá muito bem, mas isso é normal em qualquer automóvel que não as minivans. Em alguns casos, até nelas.

Com o conforto da família garantido, inclusive pelo bom porta-malas de 480 l, é hora de ver como o motorista se sente. Os bancos têm ajuste elétrico, mas o volante, não, outro problema diante do concorrente da Mercedes-Benz. Em compensação, todos os comandos estão à mão, com o volante multifuncional ajudando a não desviar os olhos do que interessa: a estrada.

O sistema de partida por botão, esportivo, só faz sentido com o sistema de Keyless Entry. Com ele, basta estar com a chave no bolso para abrir as portas e dar a partida no veículo. Com ele ligado, começamos a colocar à prova as qualidades dinâmicas do A4, lembrando, primeiro, de desativar o freio de mão eletrônico do veículo.

Equipado com uma transmissão automática ZF de seis marchas, o A4 tem bastante agilidade. A Audi vem alardeando o sistema Audi Drive como uma enorme vantagem do carro, mas ela só serve àqueles que querem um veículo mais mole e confortável. Quem preferir o modo dinâmico vai estar bem servido pelo A4 sem o Drive Select.

A suspensão, firme na medida certa, dá confiança em curvas fechadas, mesmo em pisos irregulares. Se for preciso um pouco mais de potência, basta chamar o carro no acelerador que ele responde, trocando de marchas muito rapidamente.

A direção também conversa sem pudores com o motorista. Melhor do que isso, ela obedece sem muitos questionamentos, enrijecendo visivelmente em velocidades mais altas. E bota alta nisso: o motor 3,2-litro empurra o A4 à máxima limitada de 250 km/h e aos 100 km/h em 6,4 s. Como já dissemos, ele adora a família de seu condutor, inclusive com a oferta de diversas fixações ISOFIX, para a cadeirinha do bebê, mas nutre um carinho especial por quem o dirige.

Resumindo bastante, o novo A4 3.2 FSI dará muitas alegrias a quem puder comprá-lo, e não por causa do motor, do câmbio, da tração quattro ou da tecnologia. É o conjunto que encanta. E o do A4 é coordenado como o de poucos modelos à venda atualmente.

FICHA TÉCNICA – Audi A4





















MOTORQuatro tempos, seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, injeção direta de combustível, refrigeração a água, a gasolina, 3.197 cm³
POTÊNCIA269 cv a 6.500 rpm
TORQUE330 Nm a 3.500 rpm
CÂMBIOAutomático de seis velocidades
TRAÇÃOIntegral permanente quattro
DIREÇÃO Por pinhão e cremalheira; hidráulica
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 17” 18”, com Audi Drive Select,de liga-leve
PNEUS Dianteiros e traseiros 245 / 45 R17 245/40 ZR18 com Audi Drive Select
COMPRIMENTO 4,70 m
ALTURA 1,43 m
LARGURA 1,83 m
ENTREEIXOS 2,81 m
PORTA-MALAS 480 l
PESO em ordem de marcha 1.610 kg
TANQUE64 l
SUSPENSÃO Dianteira Independente com cinco braços em alumínio e barra estabilizadora tubular; traseira Independente com braços articulados sobrepostos em alumínio e barra estabilizadora
FREIOS Discos ventilados na dianteira e na traseira com ABS, EBD, ESP e BA
CORESNão divulgadas
PREÇO R$ 229 mil


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