Testamos o Focus sedã Ghia

Ford investe em fartura de equipamentos e preço competitivo


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A Ford apostou em diferentes frentes para tentar alavancar as vendas do Focus com a chegada da segunda geração, em fins de 2008. Equipou a versão top Ghia com gadgets interessantes, como uma forma de diferenciação no segmento de sedãs médios. Depois, finalmente colocou a tecnologia flex no motor topo de linha, o 2.0 16V, em fevereiro deste ano. É verdade que não surtiu grandes efeitos comerciais, mas também ajudou o três volumes a manter sua média mensal de 600 unidades. Neste cenário, a versão Ghia mecânica tem uma espécie de posição privilegiada. Reúne o maior pacote de equipamentos e agrega uma imagem de requinte, tudo com uma pegada levemente mais esportiva garantida pelo câmbio manual e pelo propulsor de 148 cv. E ainda com um custo/benefício atraente, já que parte de R$ 69.910.

A configuração top do três volumes é mesmo bem equipada. O modelo é o único da linha a receber ar automático com dual zone, bancos de couro, assento do motorista com ajustes elétricos, rádio/CD/MP3 com Bluetooth, entradas USB e interface com iPod, volante multifuncional com comandos do som e do controle de cruzeiro, descansa-braço traseiro com porta-copos, iluminação do assoalho dianteiro e teto-solar elétrico. No visual, destacam-se os detalhes cromados nas maçanetas internas, na grade frontal e na régua do porta-malas. Na parte de segurança, o Ghia ainda oferece retrovisores externos aquecidos e com luz de aproximação e um sensor de obstáculos traseiros.

Ao mesmo tempo, a versão também oferece outros atributos vantajosos. Um deles é o sistema de proximidade na chave que permite dar a partida através de um botão no console central. O outro é o comando de voz, em que o ocupante controla verbalmente desde a equalização do som até a intensidade do ar e as chamadas pelo viva-voz Bluetooth. Aliado a isso, o modelo topo de linha do sedã médio da Ford recebe itens previsíveis. Na segurança, airbag duplo e freios com ABS, EBD e controle de frenagem em curvas. No conforto, trio com vidros com sistema um toque e antiesmagamento, regulagens de altura e de profundidade da coluna de direção, espelhos iluminados nos para-sóis, faróis de neblina e rodas de liga leve. A direção é eletro-hidráulica com três modos de condução: Normal, Conforto e Sport.

O Focus Ghia sedã usa sempre o motor 2.0 16V, que recebeu a tecnologia flex em fevereiro. São 143 cv de potência com gasolina e 148 cv com etanol a 6.250 rpm e torque máximo de 18 kgfm a 4.250 rpm com o combustível fóssil e 19 kgfm com etanol a 5.250 rpm. No conjunto, destaque para a sempre elogiada suspensão traseira multilink, que acompanha o modelo médio desde a primeira geração, de 2001. Com câmbio automático, a versão Ghia alcança R$ 74.520.

Desta forma, a versão manual por R$ 69.910 fica com “moral” para brigar com seus rivais de marcas japonesas. O Toyota Corolla XEi, líder do segmento, parte dos R$ 69.440, enquanto o Honda Civic LXL 1.8 com bancos de couro custa R$ 70.585. Já as versões “top” de Renault Mégane, Citroën C4 Pallas, Chevrolet Vectra e Nissan Sentra, que têm nível de equipamento similar, só são oferecidas atualmente com câmbio automático. E o Focus sedã Ghia ainda oferece itens que os outros não têm, como direção eletro-hidráulica com três modos de ajuste, teto-solar e comando de voz.

Instantâneas

# O Focus é fabricado na planta da Ford em Pacheco, na Argentina.
# A primeira geração do Focus surgiu no Brasil em 2001. Em setembro de 2008 foi lançada a segunda geração por aqui, quase quatro anos após estrear na Europa.
# O modelo usa a mesma plataforma do Mazda 3 e do Volvo C30.
# No Salão de Detroit, a Ford mostrou a terceira geração do Focus, que será lançada nos mercados europeu e norte-americano no ano que vem. Para o Mercosul, a expectativa é apenas para 2014.
# Em dezembro do ano passado, a Ford estreou na segunda geração do Focus o novo motor Sigma 1.6 16V, enquanto o motor 2.0 flex passou a ser diponibilizado em fevereiro.
# A outra versão do Focus sedã é a GLX 2.0, que começa em R$ 60.705.

Ponto a ponto

Desempenho – O sedã tem um desempenho bastante correto, sem arroubos de velocidade. Os 148 cv empurram de forma ágil os 1.300 kg do Focus com destreza e as respostas ao pedal do acelerador são bastante dinâmicas. Contribui para isso a muito bem escalonada transmissão manual de cinco marchas, com relações bem calculadas e mais curtas da primeira à terceira. As retomadas também são eficientes com o motor enchendo já a partir das 3 mil rotações. Com isso, o zero a 100 km/h é feito em 10,6 segundos, a máxima é de 195 km/h e as retomadas de 60 km/h a 100 km/h em quarta são cumpridas em 6,3 segundos. Nota 8.

Estabilidade – O Focus sedã se mostra muito equilibrado em diversas situações. Nas curvas, ele é quase neutro, sem fazer menção de sair de frente e com rigidez torcional elogiável. Ou seja, o condutor tem o carro na mão, mesmo em velocidades um pouco mais altas. Nas retas, a comunicação entre rodas e volante se preserva precisa até os 160 km/h. Nas freadas e arrancadas a suspensão mantém o modelo estável, sem levantar em demasia a frente ou mergulhar além do recomendável no momento das paradas. Nota 8.

Interatividade – A nova geração do Focus, lançada por aqui em 2008, trouxe um habitáculo melhor resolvido, com a maioria dos comandos bastante intuitivos e ao alcance das mãos do motorista. A versão Ghia ainda se beneficia do volante multifuncional, dos ajustes elétricos para o banco do motorista e do comando de voz para som, ar e Bluetooth. De quebra, a direção bastante precisa ainda conta com três modos de condução e uma ampla regulagem de altura e de profundidade. O câmbio tem engates curtos e macios, mas a segunda poderia ser mais precisa. O quadro de instrumentos é de fácil leitura e a visibilidade é ampla na parte frontal, mas as colunas centrais e traseiras atrapalhem um pouco a retrovisão. A versão conta com sensor de estacionamento traseiro. Nota 8.

Consumo – O modelo anotou a média de 6,5 km/l com etanol e uso 2/3 na cidade e 1/3 na estrada. Nota 6.

Tecnologia – A plataforma de 2004 da segunda geração já está com os dias contados na Europa, mas ainda é relativamente nova para o segmento. O modelo conta com o eficiente motor Duratec 2.0 16V, que recebeu tecnologia flex este ano, e uma consagrada suspensão traseira por braços múltiplos muito bem acertada. Os itens de conforto e entretenimento incluem detalhes interessantes, como a direção com três modos de ajuste e o comando de voz. Na segurança, porém, tem apenas os previsíveis airbag duplo e freios com ABS, não oferecendo nada mais, nem como opcional. Nota 8.

Conforto – Há um bom espaço para pernas, mas os passageiros de trás têm pouco vão para cabeças, principalmente devido ao forro do teto rebaixado para receber o teto-solar na versão Ghia. A suspensão filtra de forma eficaz os buracos da pista, embora o isolamento acústico falhe um pouco a partir dos 120 km/h. Nota 7.

Habitabilidade – Os porta-trecos das portas são pouco espaçosos e práticos, mas há dois bons porta-copos no console central e no descansa-braço traseiro. A iluminação é eficiente, com luzes de leitura na frente e atrás. O porta-malas oferece uma boa capacidade de 536 litros, interessante para o segmento. Os acessos aos bancos da frente são facilitados pelo bom vão das portas, mas atrás os ocupantes precisam fazer certo contorcionismo devido ao caimento da terceira coluna. Nota 7.

Acabamento – Para um sedã médio de quase R$ 70 mil, merecia um quê a mais de sofisticação no interior, apesar de os detalhes cromados emprestarem requinte. Os encaixes e fechamentos são precisos, mas há algumas rebarbas aparentes no forro do teto. Nota 6.

Design – A segunda geração do Focus adotou o estilo kinetic, com linhas angulosas e musculosas. A frente é arrojada, enquanto a traseira do sedã é mais clássica. Ela remete ao médio-grande Mondeo, e perde muito em estilo se comparado ao hatch. O interior é conservador e usa dois tons. A terceira geração do modelo já deu as caras lá fora e deve deixar o Focus atual defasado a partir do ano que vem. Nota 7.

Custo/benefício – A versão Ghia mecânica custa R$ 69.910 e oferece itens interessantes e diferenciados em relação aos concorrentes do segmento de sedãs médios, que têm preços próximos. Mas também peca por não oferecer algo a mais a mais no que diz respeito a segurança. Nota 7.

Total – O Ford Focus sedã Ghia 2.0 16V flex somou 72 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir – Ponto de equilíbrio

O Ford Focus sedã é um daqueles carros bem certinhos. A começar pelo desempenho, com o motor 2.0 16V oferecendo arrancadas e retomadas competentes. Basta pisar no pedal do acelerador do três volumes para ter respostas eficientes. O câmbio com engates curtos e precisos, na maioria das vezes, beneficia a performance com relações curtas da primeira para a segunda e da segunda para a terceira. Graças a esse conjunto, o carro sai da inércia e alcança os 100 km/h em satisfatórios 10,6 segundos. Na hora das ultrapassagens e em trechos de subida, o três volumes também não decepciona. O motor enche bem com boa parte dos 19 kgfm de torque disponíveis aos 3 mil giros, o que beneficia as retomadas, sem a necessidade de constantes reduções de marcha.

Nas partes de serra, o Focus sedã também ratificou o seu ótimo comportamento dinâmico. O modelo não faz qualquer menção de desgarrar nas curvas e a carroceria torce o mínimo necessário. Nas frenagens bruscas, o modelo não mergulha muito a frente e o ABS e o EBD ajudam a manter o carro sob controle do motorista e na trajetória. Nas retas, a impressão que se tem é que se está a uma velocidade bem menor que a real, tamanho equilíbrio do modelo da Ford. Só a partir dos 160 km/h surge uma sensação de flutuação da carroceria. Mesmo assim, foi possível chegar sem grandes esforços à máxima de 195 km/h.Um aspecto interessante no Focus sedã Ghia é o controle da direção eletro-hidráulica. Na estrada e em velocidades superiores a 80 km/h o ideal é usar o modo Sport, que enrijece a direção e a deixa mais firme. Para estacionar, o modo Conforto deixa o volante bastante leve, beneficiando a manobrabilidade. Além disso, o motorista conta com bons aliados para o trânsito do dia a dia, como a visibilidade frontal abrangente, o sensor de obstáculos traseiro e a posição elevada de dirigir.

A ergonomia e o conforto estão dentro do previsto para um sedã médio. A versão Ghia oferece regulagens de altura e de profundidade do volante e do banco do motorista – este com ajustes elétricos –, um interior bem pensado com vários comandos acessíveis sem a necessidade de desviar a atenção ou o corpo para acioná-los. Além disso, o condutor ainda pode usar o comando de voz para controlar som, ar e Bluetooth. Basta dizer quantos graus de temperatura quer no ambiente que o sistema ajusta-se automaticamente. Ao mesmo tempo, há bom espaço para pernas e cabeça do motorista e carona e só mesmo os passageiros de trás tendem a rapar a cabeça no forro do teto. Já a suspensão multilink na traseira muito bem calibrada absorve bem as buraqueiras da pista, sem refletir em sacolejos no habitáculo e também sem ser molenga demais para as altas velocidades. Comportada, como o carro.

Ficha técnica –

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.999 cm³, quatro cilindros em linha, duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência máxima: 143 cv com gasolina e 148 cv com etanol a 6.250 rpm.
Torque máximo: 18 kgfm com gasolina a 4.250 rpm e 19 kgfm com etanol a 5.250 rpm.
Diâmetro e curso: 87,5 mm X 83,1 mm.
Taxa de compressão: 10,8:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Traseira independente em braços múltiplos, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. ABS, EBD e controle de frenagem em curvas.
Pneus: 205/55 R16 em rodas de liga leve.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. 4,48 metros de comprimento, 1,84 metro de largura, 1,50 metro de altura e 2,64 metros de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série.
Peso: 1.347 kg em ordem de marcha, com 400 kg de carga útil.
Capacidade do porta-malas: 526 litros.
Capacidade do tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Pacheco, Argentina.
Lançamento mundial: 2004, com face-lift em 2007. Lançamento no Brasil: 2008.

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