Testamos o Land Rover Evoque Conversível

O Range Rover Evoque Conversível não deveria fazer nenhum sentido, mas faz. Levando os SUVs de luxo para um território desconhecido, o Land Rover é talentoso e ambicioso, conciliando o legendário poder off-road da marca de origem britânica com design elegante e acabamentos de qualidade. Um SUV conversível não poderia fazer muito sentido, mas o Evoque Conversível conduz a um questionamento sobre o que um SUV pode vir a ser...

É impossível dizer não a um convite para dirigir um novo conversível no sul da França. Diante da atração do sol, do mar e de pessoas belíssimas, fica difícil resistir. Imagine se você aceitaria aquele mesmo convite para Lyon a fim de dirigir o novo Range Rover Evoque Conversível, seguido de um briefing com instruções para levar roupa apropriada a aquecer o seu corpo e botas de neve.

Sim, o Range Rover escolheu um suntuoso resort de esqui para o lançamento do seu luxuoso SUV de teto escamoteável para motivar os participantes a deixarem de lado qualquer hipótese de que outra coisa senão um carro sério para motoristas abastados.

O Range Rover Evoque é um grande exemplo do que uma companhia automobilística pode fazer quando coloca todos os seus esforços para atingir um único objetivo. Os membros do conselho da Jaguar Land Rover (JLR) abraçaram a causa do Evoque conversível do conceito à produção, ainda que provavelmente seja um veículo de nicho – chegando a apenas 10% do total de 100 mil unidades global do Evoque por ano.

A JLR poderia muito facilmente ter optado por uma versão leve do Evoque ao introduzir o modelo conversível , mas o corpo de engenharia foi insistente em continuar incorporando todo o terreno de potencialidade do Ranger Rover. Com essa finalidade, o Evoque conversível mantém o mesmo ângulo de saída de 31° e ângulo de entrada de 19°, assim como seus amigos de teto rígido.

O lançamento do carro na neve é uma jogada inteligente da JLR. O que mostra que a companhia tem absoluta confiança em suas proezas off-road. E assim deve ser.

Um exercício para demonstrar o Controle Progressivo All Terrain (ATPC) em uma encosta de esqui mostrando o quão inteligente é este sistema. Escolha o programa ATPC e selecione a velocidade de até 20 km/h e o carro irá controlar sua própria aceleração e frenagem enquanto você fornece os dados de navegação. É um pouco desconcertante entregar o poder de decisão ao carro, mas acatamos diante da afirmação do nosso instrutor - "esta é uma opção perfeita para motoristas que não estão confiantes em navegar com off-roaders em terreno desconhecido".

Coloque o ATPC em ‘off’ e um motorista mais hábil pode começar a se divertir um pouco com o carro configurado para neve. Na terceira volta, o instrutor desligou o controle de tração e o carro obteve a sua independência, permitindo ser levado pelas curvas de neve com um largo sorriso.

Poucos motoristas de Evoque conversível poderiam ou estariam dispostos a exercer tais atividades na neve, mas não é este exatamente o ponto. O fato é, se você quer, você pode.

Enquanto os engenheiros da JLR não querem comprometer a condução ou capacidade do off-road, existem algumas concessões no Evoque conversível.

O reforço extra na estrutura da carroceria tem agregado peso ao carro – tornando-o mais lento e menos econômico, e os assentos traseiros perderam uma posição. O conversível é um carro 2+2. A capacidade do porta-malas está reduzida a 251 litros – certamente profunda o suficiente para transportar uma mala grande e bagagens complementares e casacos.

Na estrada, o conversível apresenta características ao volante muito familiares aos motoristas de cupê cinco portas. Seu rígido chassi mostra ser firme, mas não demasiado, e ele anda bem com rodas maiores. No entanto, nossos veículos de teste foram equipados com os pneus fora de série 'walled', próprios para neve, por esta razão não representou exatamente como os carros deveriam ser manuseados em condução normal.

A roda de 20 polegadas vem com um pneu de série, de baixo perfil, para estrada.  Vamos esperar para ver como será o desempenho na estrada.

Dirigimos ambas as versões, 2.0 turbo a gasolina e turbo diesel, e concluímos ser a variante a diesel a melhor opção para áreas montanhosas – o novo motopropulsor de 179 cv do Ingenium produz generosos 43,8 kgf.m de torque.

Ele é também agradavelmente silencioso tanto quanto os motores a diesel o são, de maneira que dirigir com o teto abaixado por longa estrada sem causar desconforto. No entanto, a JLR não abriu mão do famoso defletor de vento para reduzir sensivelmente o incômodo ‘nind noise’. É fácil manter um bate-papo na cabine com volume de fala normal. É fácil esquecer que se está dirigindo um conversível.

Parte disto é sem dúvida devido à alta linha de cintura do corpo e posição mais elevada de direção, o que significa estar melhor isolado do ruído da estrada do que em um conversível convencional.

A visibilidade em torno do carro com a capota aberta é boa e apenas os apoios de cabeça traseiros causam uma ligeira invasão no espelho retrovisor. Com a capota fechada, o ponto cego em ambos os ângulos traseiros é reduzido, mas os grandes retrovisores minimizam de certa forma a visão em todo o redor, quando em trânsito pesado. A janela traseira é também bastante estreita, indicando que há somente uma pequena área logo atrás do carro.

A marcha ré é muito segura e fácil graças à inclusão da câmera que exibe imagem clara na ampla tela colorida sensível ao toque. Aliás, a Range Rover equipou todos os seus modelos Evoque conversíveis com a nova InTouch Pro de 10.2 polegadas. É uma tela de formato amplo, semelhante à utilizada nos SUVs atuais da BMW. A Land Rover diz que o sistema é o primeiro em um veículo de produção para caracterizar um Solid State Drive (SSD), o que torna mais rápido e mais fácil de operar em relação aos sistemas que puxam os dados de um cartão SD ou mesmo HDD.

A reação para reduzir e ampliar mapa é instantânea, assegurando que não há momentos frustrantes ao esperar que o sistema de navegação alcance com o carro. O SSD também oferece 60 GB de armazenagem, permitindo que até 16.000 músicas sejam salvas.

O Evoque Conversível tem um bom nível de equipamento de série. No entanto, uma vez que você leva em conta as opções de preço para alguns dos recursos em seu veículo de teste, o preço aumenta significativamente.  O ‘sexy’ metálico laranja do nosso carro teste custa $ 3.640 (dólar australiano), cerca de R$ 9.400 e o pacote de Black Design, incluindo rodas pretas de 20 polegadas e um conjunto de acabamento exterior diferenciado, acrescenta $ 5,720 aproximadamente R$ 14.700. Os 14 modos ajustáveis para aquecer e refrigerar os assentos dianteiros mais a função de massagem e interior em couro Oxford elevam o custo em outros $ 6.175, aproximadamente R$ 16.000.

São os opcionais caros que elevam este carro para o nível das elites, um clube que muitos desejarão se incluir uma vez que o Evoque Conversível transporta os SUVs  à um patamar superior.

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