WebMotors testou a novidade por um curto espaço de tempo. A convite da montadora, demos uma rápida volta de 21 km a bordo do utilitário esportivo que mantém todas as demais características já conhecidas, como a boa lista de equipamentos e o visual recentemente atualizado. E tem como difeerncial um item que fazia muita falta a ele, e também aos outros chineses com preço elevado no Brasil, como JAC J5 e Lifan X60: o câmbio automático.
Desempenho do câmbio
A única novidade tem um desempenho tão confuso quanto o seu nome: QR425AHA. O desenvolvimento coube à própria montadora chinesa e sua divisão de motores, a Acteco. O primeiro contato com o câmbio não agrada, visto que não é fácil de ler as posições D, R e P ao lado da alavanca. Esta também tem engate bastante ruidoso e áspero. É necessário força e não jeito para posicionar a alavanca na opção desejada.
Rodando, o conjunto se saí bem na largada em terreno plano aliado ao robusto motor 2.0 16V a gasolina de 138 cv de potência e 18,2 kgfm de torque. Mas basta aparecer uma subida ou a oportunidade de uma ultrapassagem, para o câmbio incomodar novamente. O modelo se mostra bastante lento e nem mesmo com o pé lá embaixo no acelerador, o Tiggo reage em primeira marcha. A escalada é lenta.
Basta jogar a alavanca para o lado direito para colocar o câmbio no modo de trocas manual, quando o Tiggo melhora um pouco o desempenho. Mas só para quem pisar bastante, o que eleva o giro e, por conta disso, o consumo de combustível, tornando as trocas mais interessantes. A marcha engatada aparece no painel, mas nem sempre de maneira muito clara. Não foram poucas as vezes que trocamos de marcha e o painel de instrumentos manteve por mais alguns segundos a marcha engatada anteriormente.
A montadora trará um lote inicial de 250 unidades vindo do Uruguai, mas espera vender até 2,5 mil unidades do Tiggo automático até o final de 2014. Quanto será o mix entre manual e automático? Com a palavra, o Gerente de Pós-Vendas da Chery, Mauricio Buzetto. “Vamos observar como o cliente se comporta, mas acreditamos que o volume do automático será bem superior ao manual”.
Virtudes e falhas
Afora o câmbio automático, o Chery mantém as mesmas virtudes e falhas da já conhecida versão manual. Os pontos positivos ficam por conta do visual bastante robusto e moderno, com direito a faróis de leds e um gigantesco estepe na tampa traseira envolvido em uma capa. O modelo também leva vantagem pelo bom espaço interno e, claro, a lista de equipamentos.
Há airbag duplo e freios ABS, travas e vidros elétricos, volante com controle de piloto automático, bancos de couro, sistema de som com entrada USB . Mas há também as falhas da aparência frágil típica dos modelos chineses, seja no acabamento interno, ou até mesmo na sensação transmitida pela suspensão, que é pouco firme, sobretudo nas curvas. Justiça seja feita, o Tiggo encara bem as imperfeições do asfalto brasileiro.
Com a evolução dos equipamentos oferecidos no mercado, onde até mesmo os modelos mais populares oferecem itens como central multimídia ou teto-solar, a Chery também espera elevar o patamar de seus equipamentos em breve. “A empresa tem todas estas tecnologias diisponíveis na China, mas ainda não acredita que seja necessária para o mercado brasileiro. Temos a vontade de oferecer mais equipamentos, mas estamos num processo de convencimento à matriz chinesa”, afirma Buzetto.
A Chery espera melhorar tudo isso com a inauguração de sua fábrica de Jacarei (SP) no segundo semestre. A linha de montagem deve começar operar até outubro, com a produção do compacto Celer, que passará por uma renovação em relação ao modelo atual vendido no país. As primeiras unidades produzidas aqui a serem homolohadas na China saírão da linha em agosto.