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Uma Chevrolet S10 para quem quer ver e ser visto

Baseada na opção LT 2.8 Turbodisel 4x4 automática, Chevy S10 Midnight se veste de preto para seduzir olhares vaidosos

por Marcelo Monegato

Fato: as picapes deixaram de ser veículos 100% voltados para o trabalho para se tornarem SUVs (utilitários esportivos) com caçamba, buscando unir o conforto de um veículo de passeio com a capacidade de carga de um comercial leve. Agora, no entanto, as ‘grandalhonas’ querem seduzir também pelo visual, design e arrojo. E estão conseguindo. Prova disso é a Chevrolet S10 Midnight, que chega por R$ 166.690.

Baseada na versão LT, a Midnight tem no olhar as principais diferenças, e no preto sua cor dominante. E o trabalho foi muito bem feito. Sem exageros, o pessoal da Chevy conseguiu deixar a S10 ‘bandida’ – e ‘bandida’, aqui, é elogio. A gravatinha dourada – símbolo da marca – e os cromados da grade frontal foram substituídos pelo preto fosco e black piano, respectivamente. O preto fosco, aliás, também está nas rodas de liga leve de 18 polegadas, que poderiam ter um desenho mais moderno. O acabamento interno segue o visual externo. Preto em tudo: revestimento do teto e das colunas, plástico do painel das portas e do painel central. Os bancos em tecido – couro não é sequer opcional – também são preto com as costuras em tom mais claro. O cromado está apenas no contorno dos botões de controle do ar-condicionado e da central multimídia, e o cinza nas maçanetas das portas. Se a ordem era ser ‘dark’, a S10 Midnight obedeceu à risca.

RODANDO

O conjunto mecânico não tem nenhum diferencial em relação às demais versões turbodiesel com câmbio automático de seis marchas. Trata-se de um 2.8 de quatro cilindros em linha – injeção direta de combustível -, que desenvolve 200 cv de potência máxima a 3.600 rpm e torque de 51 kgf.m a partir de 2.000 giros.

Em comparação às concorrentes, a S10 é melhor ou igual à maioria no quesito ‘saúde’. Perde apenas para a Volkswagen Amarok, que recentemente, além do propulsor 2.0 Turbodiesel de quatro cilindros, ganhou uma opção 3.0 V6 – mesmo coração do Audi Q7 – com 225 cv e 56 kgf.m de força.
A relação transmissão-motor é muito boa na S10. Em velocidades constantes, a sexta marcha consegue exercer o papel de Overdrive, fazendo os cilindros trabalharem em rotações mais baixas – a 120 km/h o ponteiro do conta-giros dorme em 1.500 rpm –, privilegiando uma condução mais econômica. Basta, no entanto, pisar fundo no acelerador, que a redução acontece e Chevy despeja toda força para as rodas traseiras – lembrando que a Midnight é 4x2, com opções de 4x4 e Reduzida (a escolha do tipo de tração é feita de maneira eletrônica por meio de um seletor no console central).

Apesar de perceptíveis, as mudanças de marchas não chegam a incomodar. A eletrônica do câmbio também está bem acertada, revelando raros momentos de indecisão.
Controles de tração e estabilidade são de série e muito importantes. Com um torque de mais de 50 kgf.m, que em uma retomada, por exemplo, são depositados somente nas rodas traseiras, a S10 Midnight pode se transformar em um touro bravo e indomável. A eletrônica faz o papel de puxar as rédeas a impedir que a Chevy rode ou saia completamente do controle do motorista.
A S10, como manda a lei, tem freios com ABS (antitravamento). O EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) também está presente para tornar a parada mais eficiente. Importante salientar que na dianteira a Chevy usa freio a disco (ventilado) e na traseira, tambor – um ponto negativo em termo de segurança, já que estamos falando de um ‘ser’ de pouco mais de 2 toneladas (2.016 kg, mais precisamente). Somente a Amarok V6 adota, no segmento das picapes médias, freios a disco nas quatro rodas.

Com caçamba vazia, a Midnight, como toda S10, parece uma ‘cabrita louca’. Com suspensão independente na dianteira (braços sobrepostos) e eixo rígido na traseira, ela anda pipocando na buraqueira das ruas e avenidas de São Paulo. Em determinados momentos chega a incomodar, principalmente os passageiros. Com carga – a caçamba tem capacidade para 1.134 kg e um volume de 1.061 litros –, o comportamento dinâmico fica mais estável, transmitindo menos as imperfeições do asfalto para a cabine.

A posição ao volante é de um caminhãozinho. O banco tem regulagem de altura, mas não muito ampla. Já a coluna de direção também tem ajuste de altura, mas fica devendo o de profundidade. Não é a tarefa mais simples encontrar a melhor posição ao volante, especialmente para os mais altos – com mais de 1,80 de altura –, que podem acabar ficando com o volante próximo às pernas.
A empunhadura do volante é boa e o revestimento remete ao couro. Por ele é possível comandar o controlador e o limitador de velocidade. O ponto negativo fica pela impossibilidade de mexer na central multimídia – trocando estações de rádio ou simplesmente aumentando o volume – pela direção.

A central multimídia tem tela de 7 polegadas sensível ao toque e traz sistema MyLink II, compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Fica devendo, no entanto, navegação por GPS – algo que está à disposição somente nas centrais oferecidas a partir da versão LTZ.
Entre os itens de série, a S10 Midnight tem direção elétrica, que deixa o comando da ‘grandalhona’ bem confortável, principalmente em manobras em baixas velocidades. Acima de 80 km/h, ela fica mais dura e precisa. Não chega a ser uma direção extremamente direta, o que é bom por se tratar de um veículo grande, pois mudanças bruscas de direção em um veículo com mais de 5 metros de comprimento, 2 toneladas de peso e centro de gravidade elevado, pode provocar o descontrole e até mesmo um acidente (capotamento).

CUSTOS

Bom, custo de manutenção de picape é algo que o proprietário deve olhar com cuidado, especialmente se a distinta for pegar duro no batente de segunda a segunda. De acordo com o site da Chevrolet, as seis primeiras revisões – todas acontecem a cada 10 mil km ou 1 ano (aquele que chegar primeiro) – custam R$ 5.220. Apenas como base de comparação, as mesmas seis primeiras revisões periódicas da Ford Ranger com motor turbodiesel de 5 cilindros sai por R$ 5.968 e da Toyota Hilux, também como propulsor a diese, custa R$ 6.277,99.

VALE A COMPRA?

A S10 Midnight é uma compra muito mais emocional que racional. E a Chevrolet sabe disso, pois quem busca comodidade, conforto e espaço interno, pode, com R$ 166.690, comprar, por exemplo, um Peugeot 3008 completinho, com um pacote tecnológico muito bom, que custa R$ 154.990. Já se a preocupação é com o trabalho, a sugestão – sem sair da linha Chevrolet – é ir de S10 LT com o mesmo conjunto mecânico (motor 2.8 Turbodiesel, tração 4x4 e transmissão automática de seis marchas), que custa R$ 157.590 - quase R$ 10 mil menos.
E aí: o que você faria?

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