- A palavra da moda é sustentabilidade. Bonito de se dizer, mas difícil de ser aplicado, o termo define atitudes que tornem nossas ações menos nocivas ao planeta. É fato que a sustentabilidade de muitas empresas está restrita apenas à equipe de marketing, mas lentamente vemos atitudes rumo a um futuro mais verde. Até os carros, atuais vilões do meio-ambiente, estão ganhando versões mais “sustentáveis”. É o caso do Ford Fusion Hybrid, testado pelo WebMotors durante uma semana.
Baseado na versão 2,5L do sedã, o Fusion Hybrid é o primeiro híbrido pleno vendido no Brasil. Ou seja, ele é capaz de rodar apenas com a força do seu motor elétrico, a até 75 km/h. Pioneiro do segmento no País, o Mercedes-Benz S400 Hybrid é mais ecológico no nome do que na prática – seu pequeno motor elétrico de 20 cv só auxilia o motor a gasolina, que desliga durante paradas mais prolongadas
Som do silêncio
Já o quatro cilindros de 158 cv do Fusion Hybrid só entra em ação quando necessário. Leia-se: em subidas, acelerações, velocidades acima de 75 km/h ou sempre que se precisa carregar a bateria de alta tensão. Além disso, o motor foi remapeado para ficar mais econômico. A alteração fez com que ele perdesse 15 cv, mas isso é facilmente compensado com o motor elétrico de 107 cv.
Além da potência alta, o propulsor de 275 Volts tem mais torque do que o motor a combustão: são 22,9 kgm e 18,8 kgfm, respectivamente. Isso permite que o Fusion saia do zero até os 75 km/h sem gastar uma gota de gasolina. Para isso basta apenas o motorista maneirar no acelerador e seguir as informações do painel de instrumentos customizável. Com ele, é possível saber o quanto pode-se acelerar sem acionar o motor a combustão. Uma condução mais econômica é “premiada” com uma árvore digital que vai ganhando folhas conforme o carro poupa gasolina.
Pode parecer bobo querer acelerar menos apenas para não ligar o quatro-cilindros do Fusion. Mas a chance de um motorista mudar de postura ao guiar o Fusion Hybrid é grande. Além do silêncio proporcionado pela propulsão elétrica, o consumo do sedã convence qualquer pé de chumbo a aliviar: foram 14,7 km/l na cidade, com o ar-condicionado ligado a maior parte do tempo. Posto em perspectiva, isso é quase 60% menos do que o Fusion 2,5L gasta – nada mais justo, visto que ele é 60% mais caro do que seu “irmão” mais poluidor
Maneirando com o pé direito para aumentar o número de folhas no painel de instrumentos indicador de uma tocada mais econômica, o WebMotors atingiu o surpreendente índice de 17,8 km/l. Com o tanque de 66 litros, isso dá uma autonomia superior a 1.100 km.
Não tem preço
Porém todos esses índices surpreendentes não compensam os R$ 134 mil cobrados pelo Fusion Hybrid. Apesar de o modelo ser mais caro em todos os países em que é vendido, a versão sofre mais no Brasil, onde não há nenhum incentivo fiscal para carros híbridos ou elétricos. Por esse valor é possível comprar sedãs maiores e mais luxuosos, que fazem uma banana para um reles mexicano sustentável.
Porém a ideia da Ford é mostrar aos brasileiros que sim, é possível usar o transporte individual sem afrontar tanto os ecologistas que batalham por um mundo mais verde. Os carros verdes já deixaram de ser sonhos para viraram uma cara realidade. Mas lentamente a população irá perceber que algumas coisas não têm preço - como percorrer uma movimentada avenida sem gastar uma gota de gasolina.
Veja também a avaliação em vídeo do Ford Fusion Hybrid:
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FICHA TÉCNICA – Ford Fusion Hybrid