Teste: Estiloso e espaçoso, JAC J5 merece motor maior

Sedã chinês tem mais atributos que defeitos, mas sofre com propulsor de 125 cv


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Rodrigo Ribeiro
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Beleza é uma questão subjetiva, mas sejamos honestos: à primeira vista o JAC J5 nem de longe representa o estereótipo de carro chinês, com aspecto barato e soluções de design copiadas inspiradas em modelos ocidentais. Muito pelo contrário: com lanternas de LEDs e desenho harmonioso, o J5 justifica o investimento da marca em um estúdio de design em Turim, Itália. A dúvida se concentra em outro investimento (no caso, R$ 49.990 seus) para tê-lo em sua garagem.

A resposta não é fácil. Apesar do porte de Chevrolet Cruze & Cia., o J5 não concorre diretamente com outros sedãs médios devido à seu modesto motor 1,5L 16V de 125 cv (somente à gasolina) e ausência de câmbio automático. Por outro lado, ele é mais caro que sedãs compactos “esticados”, caso de Fiat Grand Siena, Chevrolet Cobalt e Nissan Versa. Por isso é importante ver quais são suas prioridades.

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Espaço

Se você – ou melhor, seus passageiros – fazem questão de espaço, o J5 é um modelo a ser considerado. Além do enorme entre-eixos de 2,71 m, o sedã tem bancos traseiros com assento e encosto inclinados, o que aumenta o conforto e o espaço para os joelhos de quem vai atrás. Além disso há um difusores de ar-condicionado voltados para o banco traseiro, com regulagem individual para os dois passageiros com variação vertical e horizontal

O conforto contorna características comuns em carros populares, como os encostos de cabeça traseiros fixos e apenas para dois ocupantes. Outra curiosidade é a presença de tampas para os ganchos superiores do sistema Isofix no banco de trás (padrão europeu para encaixe de cadeirinhas de crianças), mesmo o sistema não estando presente no carro. Quem vai na frente não passa aperto, apesar do teto um pouco baixo (1,47 m de altura). O banco do motorista conta com regulagem de altura na parte posterior e anterior do assento.

O porta-malas leva moderados 460 litros, mas que só podem ser ampliados se você estiver apenas com uma carona, pois o banco traseiro rebatível não é bipartido. A abertura da tampa só é feita manualmente pela chave ou por uma alavanca no assoalho e fechá-la é uma tarefa que será repetida algumas vezes até você se acostumar com a força necessária para tal.

Batida seca

A dificuldade com o manuseio de tampas de compartimentos não fica restrita ao porta-malas do J5. Difíceis de fechar, as portas também fazem um ruído seco durante o processo, culpa das borrachas mais duras nas guarnições dos batentes. A dureza de ser continua na regulagem (só de altura) do volante, que exige um esforço exagerado para erguer a peça poucos centímetros para cima. Algo ruim para um sedã popular, péssimo para um modelo de quase R$ 50 mil.

O lado bom é que após ajustar-se para dirigir, o motorista se sentirá em um carro ocidental. Apesar da empunhadura fina, a direção com assistência hidráulica tem bom peso e resposta para o porte do carro – nem tão macia que impeça você de sentir o carro, nem tão firme como um esportivo. O câmbio seque na mesma toada, com bons engates, porém um pouco ruidosos. O escalonamento das marchas é adequado para os 15,5 kgfm de torque, mas, mesmo com o comando de válvulas variável, o J5 pede giros acima dos 3.000 rpm para manter o fôlego diante de sedãs 2,0L

Forcinha extra

E esse é um dos principais Calcanhares de Aquiles do J5. Por mais que o preço posicione-o perto de modelos com motores menores, é inevitável compará-lo com seus rivais mais potentes. Para piorar, há concorrentes perigosamente próximos na tabela, com destaque para o Sentra, que vem com os mesmos itens de série, mas com 18 cv e uma marcha a mais por módicos R$ 890 extras.

Tudo bem que o sedã nipo-mexicano já está com seu visual cansado, mas a força de seu motor 2,0L ajuda a compensar o design. Força essa que faz falta ao visualmente interessante J5, e que deve ser sanada com uma prometida versão turbo. Até lá ele segue como sendo como mais uma opção entre os sedãs, mas a única oriunda de uma fabricante sem tradição no País. E para combater isso ele precisará mais do que um visual bacana.

Ficha técnica: JAC J5

Motor Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, 16 válvulas, 1.499 cm³
Potência 125 cv (gasolina) a 6.000 rpm
Torque 152 Nm / 15,5 kgfm (gasolina) a 4.000 rpm
Câmbio Manual, com cinco marchas
Tração Dianteira
Direção Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
Rodas Dianteiras e traseiras em aro 16” de liga-leve (aro 17 opcional)
Pneus Dianteiros e traseiros 205/55 R16 (215/45 R17 opcional)
Comprimento 4,59 m
Altura 1.47 m
Largura 1,77 m
Entre-eixos 2,39 m
Porta-malas 460 l
Peso (em ordem de marcha) 1.315 kg
Tanque 57 l
Suspensão Dianteira independente, tipo McPherson; traseira independente, tipo multibraço
Freios Disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira
Preço R$ 49.990




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