Teste: Fiat Bravo Essence é o hatch médio mais barato do Brasil

Por R$ 64.760 versão é a mais em conta do país, mesmo assim traz bons argumentos para convencer o comprador


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Se você gosta de hatch, mas não aguenta mais o aperto ou a falta de potência dos modelos de entrada, o Bravo Essence pode ser uma boa opção. É dele o título de hatchback médio mais barato à venda no mercado brasileiro. A Fiat cobra pela versão Essence R$ 64.760, não é nenhuma pechincha, mas é bem menos que os R$ 69.900 pedidos pelo Ford Focus SE 1.6L ou o Peugeot 308 Allure, que dividem a segunda posição entre os mais econômicos para o bolso do consumidor.

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Mesmo tendo este preço atrativo (frente a concorrência, vale dizer), o Bravo ocupa a última colocação entre os seus rivais diretos no ranking acumulado de vendas do ano. Foram comercializadas apenas 2.504 unidades entre janeiro e outubro. Como explicar tal discrepância? Tiramos a versão Essence para um teste de uma semana para entender um pouco mais sobre o assunto.

O Bravo é o mais velho da turma, que conta ainda com Ford Focus, Volkswagen Golf, Peugeot 308, Hyundai i30 e Chevrolet Cruze Sport 6. Seu projeto é de 2007, mas o hatch começou a ser vendido no Brasil apenas em 2010, já com uma atualização no design. Para a linha 2016, o modelo recebeu um pequeno facelift. São novos os desenhos do para-choques, as molduras de lanternas e faróis, spoilers e outras perfumarias. O “tapa” deixou o visual um pouco mais atual, mas não há como negar que o tempo cobra o seu preço.

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O Bravo Essence é discreto na estética, mas não faz feio. Nada de abusar de cromados, grandes rodas ou apetrechos para torná-lo mais esportivo. Na parte externa, apenas para-choques e retrovisores pintados na cor do carro, faróis de milha e rodas aro 16.

O projeto mais antigo deixou as dimensões um pouco acanhadas frente aos seus rivais mais novos. No comprimento, por exemplo, o Bravo tem 4,37 metros, contra 4,51 m do Cruze Sport 6. Na largura, são 1,79 m contra 1,81 m do 308. No entre-eixos, que costuma ser um bom indicativo de espaço para os ocupantes, o Bravo apresenta 2,60 metros contra 2,64 m do Focus. Por fim, o porta-malas comporta bons 400 litros de bagagens, melhor que alguns concorrentes, mas ainda assim pior que os 430 litros do modelo da Peugeot.

Engana-se quem pensar que por ser o mais barato do país, o Bravo Essence é também o mais pelado dos hatch médios. A versão reúne um bom custo-benefício para quem procura uma compra mais racional. São itens de série as rodas aro 16 calçadas em pneus 205/55, a central de multimídia sensível ao toque de cinco polegadas com comando de voz e bluetooth, o piloto automático, ar-condicionado com saída para o banco traseiro, apoio para o braço dianteiro, volante multifunção com couro e regulagem de altura e profundidade e computador de bordo.

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Por mais R$ 6.108, o comprador pode adquirir o Kit Creative Full que acrescenta ar-condicionado digital dualtemp, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, retrovisor interno fotocrómico, sensor crepuscular, sensor de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro, além de som hi-fi com subwoofer (que rouba um pouco do espaço do porta-malas). Se preferir gastar menos, é possível instalar o kit Uconnect Sport por R$ 3.106, que traz câmera de ré, minissaia na lateral do veículo, spoiler na tampa traseira, e GPS.

Foi justamente a variação mais equipada da versão Essence a disponibilizada pela Fiat para teste. O interior acomoda bem quatro adultos. O acabamento abusa do plástico, mas o material não é áspero ao toque. O interior escuro ajuda a ampliar a sensação de espaço, já o painel na cor grafite dá um toque de elegância ao modelo.

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Uma das novidades para a linha 2016, a adoção da central multimídia Uconnect, derivada dos modelos da Jeep, tem apenas cinco polegadas de tamanho e ficou pequena no console central do hatch, o jeito foi adaptar uma grande moldura preta. Já o funcionamento do equipamento poderia ser mais fácil e intuitivo.

O motor 1.8L 16v E.torQ flex é um velho conhecido da linha Fiat e entrega até 132 cavalos de potência máxima com um torque máximo de 18,9 kgf.m quando abastecido com etanol. O propulsor mostra que a passagem do tempo foi ingrata. Hoje, frente a uma concorrência com motores mais modernos, o E.torQ se apresenta com respostas lentas ao acelerador, com demora para subir de rotação e um câmbio não tão preciso.

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Além disso, não pode ser chamado de uma excelência na economia de combustível. Durante o teste, rodando na cidade com uma velocidade média de 20 km/h o computador de bordo apontou um consumo de 4,7 km/l com etanol. O VW Golf, por exemplo, traz um moderno propulsor 1.4L de 140 cavalos de potência e 25,5 kgf.m de torque.

 A suspensão por sua vez privilegia o conforto interno e se mostra bem adaptada para a realidade das vias esburacadas brasileiras. Rodar com o Bravo na cidade se por um lado não gera emoção por outro também não traz surpresas.

Com o final do ciclo de vida da atual geração se aproximando, dificilmente o Fiat Bravo terá fôlego para sair da lanterna entre os hatch médios, mesmo tendo em sua gama a versão mais barata à venda do país. Apesar disso, pode ser uma boa opção para um comprador mais racional, que privilegia o custo-benefício e que não se seduz facilmente pelo frescor da novidade. 

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