Teste: Fiat Bravo Sporting empolga, mas esportividade esbarra no câmbio Dualogic

União do conforto a uma pegada esportiva só não é completa por causa do câmbio automatizado


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Daniel Magri
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Alguns hatches já nascem com uma cara mais marrenta e com um conjunto mais nervosinho. No caso deste modelo da Fiat, a característica é reforçada até no nome. O WebMotors avaliou o Bravo em sua versão Sporting, equipada com a nova geração do câmbio automatizado Dualogic Plus. Mas será que essa combinação faz com que o carro entregue o que vende com seu nome de batismo?


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O Bravo, por si só, já tem um estilo imponente, pomposo. E na versão Sporting ele ganha atributos que reforçam sua pegada esportiva. A variante que avaliamos se diferencia pelo spoiler e saias laterais, grade dianteira em preto brilhante com contorno externo vermelho, rodas de alumínio de 17 polegadas, faixa decorativa na tampa do porta-malas e nas portas dianteiras e emblema Sporting na tampa traseira e nas soleiras das portas dianteiras. Há ainda teto solar duplo (o de trás não abre).


A suspensão também recebeu ajustes. Ela é a mesma das outras versões do Bravo (do tipo McPherson na dianteira e por eixo de torção na traseira), mas nesta variante ela foi rebaixada e calibrada para aumentar a estabilidade. Ponto para a Fiat neste quesito.


A versão Sporting tem preços que partem dos R$ 60.660 e pode se aproximar da casa dos R$ 70 mil se equipada com bancos de couro, ar-condicionado digital, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva e crepuscular, sistema de som com navegador e rebatimento elétrico dos retrovisores externos. De série são oferecidos vidros e travas elétricos, alarme e direção assistida (elétrica).


Como anda


Um ponto extremamente positivo no Bravo Sporting é a junção do conforto do hatch com a esportividade. A posição de dirigir é exata. Os bancos de couro são bastante largos e confortáveis e proporcionam bom ótimo apoio para o motorista quando este opta por conduzir o carro de forma mais agressiva.


Já que o assunto é uma condução agressiva, não podemos falar sobre isso sem citar o câmbio Dualogic Plus. O câmbio automatizado da Fiat (produzido pela Magneti Marelli) é um fator que impede o Bravo de ficar mais divertido.


No entanto, sejamos justos: em sua segunda geração, a transmissão evoluiu bastante e ficou muito melhor em relação a que vimos estrear no Stilo. Entre as novidades, está a função “creeping”, que libera parte do torque (3,5 kgfm) assim que o motorista solta o freio. O carro movimenta-se sozinho em primeira marcha ou na ré – tal qual um câmbio automático convencional. Outra melhoria do sistema é a função Auto-Up Shift Abort. Ela é capaz de identificar o exato momento de uma retomada de velocidade e abortar a troca para uma marcha superior. Isso ajuda bastante em ladeiras, já que o câmbio passou a entender melhor quando o carro está numa subida e não sobe a marcha, para que o motor não perca o fôlego.


Os tão criticados trancos não sumiram, mas ficou notável como as trocas estão mais suaves. A questão é que enquanto o câmbio da Fiat trabalha com o auxílio de apenas uma embreagem, a concorrência já oferece sistemas que atuam com duas embreagens, reduzindo estes “soluços” e deixando a condução muito mais agradável e confortável.


Com o passar do tempo, ao acostumar-se com o carro e com o sistema de trocas (sem mudar para o modo manual), é possível aliviar os trancos. Para isso, é necessário soltar o pedal do acelerador no momento da troca, como em um carro mecânico.


Mas se a busca é por uma condução mais esportiva, mais animada, mude para o manual. A diversão fica ainda mais garantida com as trocas feitas pelas borboletas atrás do volante. O motor 1,8L 16V E-torq entrega 132 cv de potência máxima e torque de 18,9 kgfm quando abastecido com etanol. Já com gasolina os números caem para 130 cv e 18,4 kgfm. De acordo com a montadora, o Bravo faz de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos.


Embora o motor desenvolva boa força em baixas rotações, a opção pelas trocas manuais permite mantê-lo com os giros mais altos. A sensação é que ele trabalha melhor assim e ainda dá um bônus ao motorista com um agradável ronco mais acentuado. Já o consumo ficou dentro do esperado para a cidade: 7,6 km/l. Em compensação, na estrada, o modelo não fez mais do que 8,6 km/l.


Opinião do repórter


O Bravo é uma excelente opção entre a concorrida categoria dos hatches médios, que conta com VW Golf, Ford Focus, Peugeot 308 e o recém chegado Chevrolet Cruze. Trata-se de um carro confortável, com bom motor e estilo atraente. Se a busca é pela versão esportiva, vale um teste antes da compra com ambas versões: manual e com câmbio automatizado.


Respondendo à pergunta do início da matéria: Bravo, encapetado mesmo, é com o manual. Se a opção for por “Nervosinho”, a opção é o Dualogic.


FICHA TÉCNICA

Fiat Bravo Sporting 1.8 16V E.torQ - Dualogic

Motor: Transversal, Dianteiro, 4 cilindros em linha, flex

Cilindrada: 1.747,0 cm³

Potência: 130 cv / 5.250 rpm (gasolina) 132 cv / 5.250 rpm (etanol)

Torque: 18,4 Kgfm / 4.500 rpm (gasolina) 18,9 Kgfm / 4.500 rpm (etanol)

Transmissão: câmbio automatizado de cinco marchas (Dualogic Plus); tração dianteira

Suspensão: do tipo McPherson na dianteira e por eixo de torção na traseira

Freios: Discos ventilados na frente e na traseira

Pneus: 215/45 R17

Direção: Elétrica com pinhão e cremalheira

Dimensões: Comprimento 4,33 m, largura 1,79 m, altura 1,48 m e entre-eixos 2,60 m

Capacidades: Porta-malas 400 litros, 1.372 kg em ordem de marcha

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