TESTE: Fiat Strada, a algoz do VW Gol

Testamos a picape que desbancou o eterno líder no ranking de março


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Daniel Magri
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Por essa nem a Fiat esperava. Ao lançar a linha 2014 da Strada, em outubro do ano passado, a fabricante afirmou ter expectativa de vender de 11 a 12 mil unidades da picape. No último mês de março a marca de 13 mil unidades foi ultrapassada. Não só isso, a Strada chegou ao topo do ranking, desbancou o VW Gol – líder há 27 anos – e ainda “trouxe na caçamba” outro Fiat, o Palio, que ficou em segundo com 12.856 unidades emplacadas.

 

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A grande novidade da Strada na linha 2014 foi a adição da terceira porta nas versões com cabine dupla. Mas será que esse foi o grande fator determinante para essa reviravolta do mercado? O que teria de tão especial nessa nova porta? Nós testamos a Strada Adventure, equipada com motor 1.8L e, claro, com a “porta mágica”. Confira como a picape se saiu.

 

Mudanças

Antes de detalharmos o desempenho do carro e como funciona a terceira porta, é importante ressaltar as pequenas mudanças que a Fiat efetuou no visual da Strada em sua nova linha. Detalhe é que a picape está no mercado há 15 anos e mantém a mesma plataforma. E já existe um Palio novo desde 2011.

 

As novidades mais significativas estão na traseira. As lanternas ganharam posição mais elevada e novo desenho. Por dentro, nas versões Trekking e Adventure, está um novo volante. Na versão que testamos também foram instalados quatro novos porta-copos. Toda linha agora tem abertura elétrica da tampa do combustível. Por fim, mudam os grafismos do quadro de instrumentos.

 

A terceira porta

Todos lembram do burburinho que a Hyundai criou quando lançou o Veloster e sua terceira porta. Acontece que no carro coreano, a ideia era justamente chamar atenção pela novidade. Na Strada, a terceira porta tem uma função bastante importante: dar melhor acesso ao banco traseiro.

 

E como isso é feito?

 

Para adicionar a porta, a Fiat modificou teto e assoalho. Com a ausência da coluna, eles receberam reforços para maior rigidez torcional do conjunto. Para abrir a porta traseira, é obrigatório que a dianteira também esteja aberta. Isso porque a maçaneta está na parte interna do vão da nova porta.

 

Com essa primeira tarefa cumprida, vem o grande problema: o cinto de segurança do banco dianteiro. Ele fica “solto” quando a porta se abre, já que está ligado ao assoalho e à própria porta.

 

Mesmo com este pequeno percalço, é fácil chegar a uma conclusão. A terceira porta elimina o contorcionismo necessário para entrar na Strada cabine dupla.  O acesso ao banco traseiro melhorou e, mesmo com o espaço ainda limitado (dificilmente dois adultos conseguem aguentar um viagem mais longo nos assentos traseiros), a porta cumpre seu trabalho.

 

Desempenho

A gama de motores para a linha 2014 da Strada permaneceu inalterada. Desta forma, segue linha o propulsor Fire 1.4 de 86 cv, e os E-torQ 1.6 16V de 117 cv e 1.8 16V de 132 cv. Este último que estava sob o capô da versão avaliada.

 

Dentro da cabine, a Strada entrega sua idade apresentando acabamento simples e desenho já ultrapassado. Outro ponto de atenção é o nível de ruído. Como dito anteriormente, testamos a versão topo de linha e, por isso, era esperado um isolamento acústico um pouco melhor. Mais do que o som do motor, o barulho do atrito dos pneus com o asfalto invade a cabine sem pedir licença.

 

Por outro lado, o tempo de “experiência” que a Strada tem faz com a picape possua um bom ajuste de suspensão, bastante firme, mas sem afetar o conforto. E isso vale para a caçamba vazia também.

 

O motor cumpre seu papel com sobras e as trocas de marcha no câmbio manual não comprometem, apesar do curso longo. Os pedais de freio e embreagem são relativamente próximos, o que exige um pouco de atenção até se acostumar. 

 

Qual a “mágica” para vender tanto?

Obivamente não temos como explicar, mas podemos analisar alguns fatos. Focando apenas no modelo que testamos, vemos que como concorrente mais próxima, a Strada Adventure tem a VW Saveiro Cross, que não possui opção com cabine dupla, apenas a versão estendida. Ou seja,  se alguém precisar levar algum passageiro extra durante algum tempo (mesmo que em um espaço reduzido, como dito acima), vai optar por uma Strada.

 

Outro ponto é a boa capacidade de carga. Na Linha 2014, são 120 litros a mais de volume para a versão com cabine simples, 110 litros adicionais para a cabine estendida e 100 litros extras para a cabine dupla.

 

Por fim, a ampla gama de versões. São seis ao todo: partindo da Working (cabine curta, estendida e dupla), Trekking (cabine dupla) e Adventure (cabine estendida e dupla).

 

 

 

 

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