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Fiat Strada: Funcionária do ano, mais uma vez

Testamos a versão Hard Working cabine dupla da Fiat Strada, picape que será mais uma vez a mais vendida do ano!

por Marcelo Monegato

O que é o que é: trabalhadora exemplar, vende mais que Jeep Compass ou mesmo Toyota Corolla, e é há 18 anos campeã de emplacamentos em seu segmento. Difícil? Então se liga nessa dica: mesmo sendo best-seller está bastante ‘enrugada’, com design, tecnologias, acabamento e conjunto mecânico ultrapassados. Ficou mais fácil? Bom, então se você pensou Fiat Strada, meus parabéns! Aliás, parabéns para a marca italiana, que dentro de sua mineirisse – tem fábrica em Betim (MG) – comeu pelas beiradas e sem fazer alarde criou um dos maiores fenômenos da história da indústria automotiva brasileira.
E a receita do sucesso da Strada é simples: excelente custo-benefício. E o custo-benefício aqui é aquele focado na ‘labuta’, pois, convenhamos, trata-se de uma picape, de um comercial leve, e não de um carro de passeio. Quem pensa na workaholic da Fiat precisa na realidade de um ‘funcionário’ com preço inicial baixo, capacidade de carga na medida para o negócio e valores de manutenção – revisões periódicas e seguro – baixos. E consegue! Pelo menos em suas versões iniciais – aquelas que realmente pegam no pesado de segunda a segunda, sem reclamar de fazer hora-extra.

VÍDEO


Tive a oportunidade de testar por uma semana a versão Hard Working cabine dupla, que parte de R$ 68.960 – não deixe de conferir, no entanto, ofertas para microempresários e produtores rurais. E aqui é outra vantagem da Strada, sua face polivalente. Além da cabine dupla com terceira porta do lado direito, existem também configurações com cabine simples e cabine estendida. Os microempresários e os pequenos produtores rurais, por exemplo, conseguem moldar o veículo às suas necessidades.
No caso da unidade avaliada, o conjunto mecânico é representado pelo motor 1.4 8V Flex de quatro cilindros (aspirado) de até 86 cv de potência a 5.750 rpm e torque de 12,5 kgf.m a 3.500 giros, quando abastecido com etanol. O câmbio é manual de cinco marchas. Em termos de consumo, a picape da Fiat faz na cidade 7,4 km/l com etanol e 10,8 km/l com gasolina. Na estrada, os números pulam para 8,5 km/l com álcool e 12,3 km/l com derivado de petróleo – números que conferem à Strada nota ‘C’ entre seus concorrentes e no geral, de acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO.
Aqui é um ponto que a Fiat poderia pensar em evoluir a Strada. Um motor moderno poderia melhorar o consumo de combustível, representando economia no bolso dos empresários.
Em termos de performance, nada demais. Com um escalonamento mais curto nas primeiras marchas para que o motor trabalhe em rotações mais elevadas e o torque seja entregue em sua plenitude, a Strada não deixa a desejar. Um câmbio de seis marchas, no entanto, poderia ser interessante para melhorar o consumo em trechos rodoviárias, permitindo o propulsor trabalhar em rotações mais baixas.

A suspensão também faz bem seu papel. A Strada, carregada ou não, tem um comportamento muito similar. Na dianteira o esquema é independente McPherson e a traseira atua com eixo de torção. Construção clássica com objetivo de entregar robustez e durabilidade. É uma picape muito estável, com inclinação da carroceria leve, transmitindo segurança para o motorista quando a caçamba está no limite em termos de peso ou mesmo de objetos maiores que eventualmente atrapalhe o equilíbrio da picape. E se contente com um mínimo de conforto.
A atenção é com relação à frenagem. E isso não é apenas para a Strada, mas para todo veículo que transporta carga. Livre de peso, a Fiat tem desenvoltura de automóvel, com freios a disco na dianteira e tambor na traseira. Consegue ser eficiente e equilibrada no dia a dia. O ABS (sistema que evita o travamento das rodas em frenagens bruscas) está presente e ajuda. No entanto, quando carregada, todas as referências mudam e a eficiência é reduzida. Por isso, atenção é extremamente necessário. E não cabe aqui pedir freio a disco nas quatro rodas, pois o quesito preço começaria a subir demais e a existência da Strada passaria a ser questionada.

CAPACIDADE

Na versão com cabine dupla, a Strada Hard Working transporta até 650 kg e a caçamba tem capacidade para 680 litros. O acabamento é simples, mas já tem proteção. Também hã ganchos para amarrar cargas que não podem ficar soltas. A tampa é pesada e precisa ser manuseada com cuidado, pois ela é pesada, despenca de uma vez e pode realmente machucar. Ponto positivo para a posição mais baixa, diminuindo o esforço, por exemplo, para fechar.

INTERIOR

Simplicidade resume. As peças são plásticas – os materiais são exatamente os meses de anos atrás – e não estão muito bem encaixadas, apresentando algumas folgas. O volante, que é multifuncional, tem revestimento em um material sintético que remete ao couro e os bancos têm revestimento em tecido. Já o sistema de som permite parear o smartphone para receber e fazer ligações sem ter que tocar no aparelho.
Por ser cabine dupla, a Strada tem a terceira porta do lado direito. E como a abertura e feita ao contrário, o espaço para o passageiro entrar é muito bom. Até mesmo a tarefa de colocar uma cadeirinha infantil fica mais fácil do que em muitos carros maiores. Não há, no entanto, ISOFIX para fixação do assento infantil – apesar de não ser um veículo familiar, seria interessante per para, em uma eventualidade, o proprietário poder levar sua família dentro da picapinha.

E atenção: a Strada cabine dupla tem capacidade para apenas quatro pessoas, e não cinco. Tanto que no banco traseiro há apenas dois encostos de cabeça e dois cintos de segurança – ambos de três pontos. E o espaço, como esperado, é horrível mesmo para pessoas com mais de 1,70 metro de altura. Para deslocamentos curtos, a picape da Fiat está ‘ok’. Já para longas viagens, a coisa pega e as pernas possivelmente ficarão dormentes...

VALE A COMPRA

Se a ideia é contratar uma funcionária eficiente e barata para um micro ou pequeno negócio, seja na cidade ou no campo, a Strada é sim uma boa alternativa, principalmente pelo custo inicial. É preciso, no entanto, entender a necessidade do seu business para fazer a melhor escolha entre as configurações de cabine (simples, estendida ou dupla). E não exija dela conforto, pois seu objetivo é um só: ser uma trabalhadora exemplar!

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