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Sóbrio, Honda City 2018 peca no custo-benefício

Com leve tapa no visual e lista de itens de série só 'ok', Honda City 2018 não tem controles de tração e estabilidade

por Marcelo Monegato

Volkswagen Virtus e Fiat Cronos roubaram a cena neste início de ano, protagonizando o principal duelo do mercado brasileiro da atualidade. No entanto, enquanto os dois sedãs compactos polarizavam a disputa, a Honda apresentou, sem muito alarde, a linha 2018 do City. Ao contrário de seus novos rivais, no entanto, o modelo da marca japonesa optou por dar um tapa no visual, ajustar alguns pontos em equipamentos de série e, claro, preços – partindo agora de R$ 60,9 mil, e chegando a R$ 83,4 mil, na versão topo de linha EXL, exatamente a que nós aceleramos...
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Tabela: Honda City 2018

POR FORA

Vamos começar falando do que mudou em termos de design, pois é capaz de você cruzar o City 2018 e achar que é o 2019. A dianteira ganhou novo conjunto óptico, que além da iluminação diurna também trazem, nesta versão top, faróis baixo e alto em LED. A barra cromada da grade frontal também foi redesenhada, deixando o City com uma cara mais de Civic – o que é bom!

A traseira também ganhou para-choque novo, e a lanterna traseira, além de redesenhada, tem grafismo inédito. Na lateral, a silhueta do City segue inabalada. É exatamente a mesma da linha anterior. Apenas as novas rodas de liga leve de 16 polegadas chamam a atenção – muito bonitas, por sinal.

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POR DENTRO

No interior, o acabamento continua sóbrio. Não chama a atenção pela ousadia, agradando o perfil do consumidor do City. Não decepciona pela qualidade dos materiais, mas chama a atenção pelo bom encaixe das peças. A nítida a preocupação da Honda com a construção dos seus carros.

Os bancos revestidos em couro são bem confortáveis. O volante tem excelente empunhadura e é multifuncional. Legal que o City permite desde uma posição de condução elevada, mais próxima à do Fit, como também mais ‘socada’ e esportiva, algo similar ao Civic.
Ponto negativo para a falta de uma chave presencial, que permitiria ligar o carro apertando apenas um botão, e para o controle do computador de bordo. Ainda usa o ‘botãozinho’ – que mais parece a tampa de uma caneta – integrado ao painel de instrumentos. Já passou da hora de a Honda permitir o acesse ao computador de bordo pelos botões do volante.

ESPAÇO INTERNO

Aproveitando o gancho, vamos falar de conforto. O espaço interno do City é bom, com 4,45 metros de comprimento e 2,60 metros de distância entre os eixos. Lembra dos dois protagonistas do início desta avaliação? Então, o Honda consegue ser 8 centímetros maior que o Cronos, mas 5 centímetros menor que o Virtus.
O ponto alto do City, no entanto, está na boa distribuição dos bancos, deixando bom espaço para os joelhos de quem viaja atrás. Os mais altos, porém, poderão ter problemas com a cabeça raspando no tento. O porta-malas é muito bom. Ideal para carregar a família – inclusive a sogra. Com 536 litros é um pouco maior que os 521 do Virtus e os 525 do Cronos.

EQUIPAMENTOS DE SÉRIE

A lista de equipamentos de série do City é completa dentro do básico. O sedã traz direção elétrica, ar-condicionado, vidros, travas e espelhos retrovisores externos elétricos, e câmera de ré. Ficou faltando um sensor de estacionamento traseiro. A central multimídia tem tela de 7 polegadas sensível ao toque e é compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Ponto de atenção é para a velocidade de funcionamento do sistema, que as vezes parece lento. Em algumas oportunidades é preciso tocar na tela com mais força para ter o comando aceito.

SEGURANÇA

Já com relação aos itens de segurança, a versão EXL vem de série com airbags frontais, laterais e tipo cortina, ISOFIX para fixação de cadeirinha infantil, cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes, e freios com ABS (antitravamento das rodas) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem).
O City só não tira nota 10, pois, acreditem, não oferece controles de tração e estabilidade, algo que o Fit já tem, por exemplo. Tudo bem, é um carro extremamente equilibrado, mas tais recursos eletrônicos podem evitar um acidente de grandes proporções em situações de pista molhada, por exemplo.

RODANDO
Mecanicamente, o City 2018 é igual ao anterior. O motor, por exemplo, continua o 1.5 16V Flex de quatro cilindros, aspiradão mesmo, de até 116 cv de potência a 6.000 rotações e torque de 15,3 kgf.m a 4.800 giros. Como forma de comparação, o Cronos topo de linha tem motor 1.8 de até 139 cv e 19,3 kgf.m de torque. Já o Virtus, com seu 1.0 TSI (três cilindros turbinado) gera 128 cv e mais de 20 kgf.m de torque. Ou seja, no quesito performance, o City fica devendo diante da concorrência.
No entanto, é preciso entender, que a proposta do City nunca foi entregar esportividade ou alto desempenho. E continua não sendo. É um carro que foca no conforto. Seu comportamento, aliás, está mais para Corolla do que para Civic. A preocupação é proporcionar um passeio confortável a uma viagem emocionante

E muito se deve ao câmbio automático CVT, que para o dia a dia é a tradução do conforto. Esta transmissão conversa muito bem com o motor, mas é completamente alijada de qualquer pegada esportiva – mesmo puxando a manopla para a posição ‘S’ (Sport) ou chamando as trocas para as aletas atrás do volante, o Honda segue sóbrio.
Os índices de consumo, de acordo com a própria Honda, ficam em 12,3 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada, quando abastecido com gasolina. Muito bons! O Cronos, na versão 1.8 com câmbio automático, faz 10,3 e 13,3 km/l na cidade e na estrada, respectivamente. Já o Vitrus vai de 11,2 km/l e 14,6 km/l.
A suspensão tem um ajuste mais para o firme, algo característico dos carros da Honda. Na frente a suspensão é independente tipo MCPherson e atrás eixo de torção. Que bom seria se fosse independente nas quatro como no Civic. Já os freios são a disco na dianteira e tamborzão na traseira.

VALE A COMPRA?

O City peca no preço mais elevado, e na ausência de itens importantes como, por exemplo, controles de tração e estabilidade. A repaginada nada profunda também o deixou atrás de Virtus e Cronos, que chegam querendo seduzir também pelo visual. Tem como ponto alto, talvez, o fato de ser Honda, assim se aproveitando de uma boa fama de serviços pós-venda e uma menor desvalorização. Não vai conseguir atrair novos compradores, mas, com certeza, vai fidelizar aqueles que já o colocaram na garagem.

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