Teste: Kia Cadenza dá adeus ao passado

Sedã de luxo mantém bom recheio em uma embalagem renovada


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Rodrigo Ribeiro
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– Nem parece, mas há seis anos a Kia disputa no Brasil o luxuoso segmento de sedãs grandes acima de R$ 100 mil. O ostracismo da marca nesse período se deu porque seu representante era o Opirus, um modelo repleto de itens de série e de falta de personalidade. Com um quê de Mercedes-Benz Classe E, o três volumes nunca emplacou no mercado.

Cinco anos e um Peter Schreyer depois, a marca sul-coreana voltou ao segmento com o Cadenza, topo de linha da marca que parte de R$ 119.900. Revelado ao público durante o Salão do Automóvel de São Paulo, o modelo briga em casa com o Hyundai Sonata e com a dupla nipônica Honda Accord e Toyota Camry. Apesar de estarem na mesma faixa de preço, o trio alemão BMW Série 3, Mercedes Classe C e Audi A4 não disputam diretamente com o Cadenza, por terem porte menor.

Estilo alemão
Por fora não há nenhum vestígio do antecessor do Cadenza. As linhas genéricas do modelo foram substituídas pelo desenho agressivo que marca os carros de Schreyer. O estilo imponente criado pelo designer alemão consegue unir modernidade sem apelar para os exageros do Sonata. É mais sóbrio, seguindo a escola bávara de estilo.

De perto o Cadenza tem presença, mérito do desenho harmonioso e do porte avantajado – são quase cinco metros de comprimento por 1,85 m sem os espelhos de largura. Caso esteja pintado na cor branca, como a avaliada pelo WebMotors, o Cadenza chama ainda mais a atenção, mas sem o jeito espalhafatoso do concorrente da Hyundai.

Os mais atentos irão encontrar detalhes tipicamente alemães no maior dos Kia: as luzes de posição formam uma linha que contorna os faróis similar aos LEDs da Audi, mas mais barato, enquanto a saída dupla de escape embutida no para-choque impõe um discreto respeito ao logotipo “V6” do porta-malas.

Já ligou?
O Cadenza consegue ser luxuoso sem ser esnobe. Quando o motorista se aproxima do carro, luzes na maçaneta e no retrovisor acendem automaticamente, enquanto as portas se destravam após detectar a chave no bolso do proprietário. A discrição é brevemente interrompida pela polêmica soleira iluminada com o nome do carro, mas volta assim que o aciona-se o botão para ligar o motor no painel.

Produzido em alumínio, o V6 2,9L gera 290 cv, enviados às rodas dianteiras por um câmbio automático de seis marchas. Mas isso só é perceptível caso o motorista pise fundo no acelerador preso ao assoalho. Caso contrário, o trem de força faz seu trabalho em silêncio. Isso, associado à ótima isolação acústica da cabine, faz com que seja quase obrigatório olhar para o conta-giros para confirmar o funcionamento do motor.

Caso o proprietário do Cadenza opte por acompanhar seu colega em um sedã alemão, ele irá se surpreender. Independente nas quatro rodas, a suspensão absorve buracos e ondulações com a mesma facilidade com que sustenta a carroceria em curvas mais velozes. Quando solicitado, o motor esbanja torque 34,5 kgfm a 5.000 rpm emitindo um ronco grave pelo escapamento. Tanto a aceleração 0 a 100 km/h em 7,2 s quanto a velocidade máxima 230 cv são equivalentes ao seus concorrentes.

De cruzar as pernas
Mas é provavelmente no banco de trás que o dono do Cadenza irá ficar a maior parte do tempo. Não dá para negar que lá é um dos melhores lugares do sedã. Com 2,84 m de entre-eixos, o Cadenza supera até o generoso Accord. Cruzar as pernas é tão fácil quanto tirar um cochilo: a cortina elétrica escurece a cabine, enquanto os comandos do rádio no apoio de braço central permitem abaixar o som do rádio sem precisar pedir ao motorista.

Não é à toa, o Cadenza é o principal meio de transporte usado pelo presidente da Kia do Brasil. Mais discreto que uma Ferrari 599 GTB e mais barato que um helicóptero. Porém ainda deve demorar um pouco para que outros executivos façam a mesma escolha de José Luiz Gandini. Isso porque apesar de superar de longe o Opirus 428 unidades vendidas em 2011, contra 128 Opirus em 2010, segundo a Fenabrave, o Cadenza ainda não tem o status de um BMW ou Mercedes. Mas com visual à altura de seu conteúdo, é questão de tempo para que o Cadenza imponha o nome da Kia no segmento.

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Motor

Seis cilindros em "V", dianteiro, transversal, 24 válvulas, 3.470 cm³

Potência

290 cv gasolina a 6.600 rpm

Torque

338 Nm / 34,5 kgfm gasolina a 5.000 rpm

Câmbio

Automático, com seis marchas

Tração

Dianteira

Direção

Por pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

Rodas

Dianteiras e traseiras em aro 17” de liga-leve

Pneus

Dianteiros e traseiros 225/55 R17

Comprimento

4,96 m

Altura

1,47 m

Largura

1,85 m

Entre-eixos

2,84 m

Porta-malas

451 l

Peso em ordem de marcha

1.655 kg

Tanque

70 l

Suspensão

Dianteira independente, tipo McPherson; traseira independente, tipo multibraço

Freios

Disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira

Preço

R$ 119.900


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