- É normal recebermos no WebMotors perguntas de consumidores que estão na dúvida de qual carro comprar. Solucionar as questões nem sempre é fácil – afinal, diversos aspectos devem ser observados, levando em conta a proposta do carro. Um sedã deve ser espaçoso e ter amplo porta-malas, enquanto um popular precisa ter manutenção barata e consumo moderado.
Com isso em vista, o que esperar do Chevrolet Malibu? Custando R$ 89.900, o sedã representa a GM no segmento composto por Ford Fusion, Hyundai Azera e VW Jetta. Logo, luxo, espaço e requinte são preceitos básicos para o modelo, sendo, inclusive, destacados em seu lançamento. Mas será que é isso o que ocorre na prática?
Vectra Plus
Por fora, o Malibu chama a atenção. As linhas imponentes da dianteira, associadas ao contraste dos cromados com a cor preta, destacam o sedã, que inaugurou a nova identidade visual da GM. A lateral, sem grandes ousadias, faz o trabalho sujo de ligar o novo com o antigo. Fracamente inspirada nas lanternas redondas dos primeiros Chevelle Malibu, a traseira com ar retrô tem um estilo um tanto quanto “anos 2000”.
Por dentro, o conservadorismo continua. Com linhas retas contornando o rádio e o ar-condicionado, o console tenta criar dois ambientes distintos, como no Corvette. Porém, linhas curvas e os instrumentos redondos destoam do meio “quadradão” do painel.
Uma linha de plástico imitando madeira procura dar um ar de requinte ao Malibu, mas a única coisa que o acessório consegue é chamar a atenção para o desalinhamento das peças do painel e das portas. A falha pesa contra o modelo, ainda mais com concorrentes com o interior mais bem-cuidado, como Azera e Jetta. O acabamento apenas mediano chamou a atenção até de um executivo que viajou na carona do Malibu. “Parece um ‘Vectra Plus.’”
Bem, a comparação foi um exagero, pois o Malibu é muito superior ao Vectra – porém, essa diferença ocorre mais por causa dos defeitos do modelo brasileiro do que pelas virtudes do mexicano. Mas em alguns aspectos o Malibu faz por merecer. A tomada de 110V no console central-traseiro é uma ideia simples e prática, evitando aquele emaranhado de adaptadores para o soquete 12V padrão. E, se o alto túnel central prejudica o espaço para as pernas do quinto passageiro, os dois caronas traseiros irão viajar sem passar qualquer aperto.
Para o Tio Sam
Na hora de rodar com o Malibu, é preciso lembrar que o modelo foi feito por e para americanos. Isso significa um jeitão tranquilo de ser, com o trem de força e suspensão projetados para as autoestradas norte-americanas. Equipado com o mesmo motor de 2,4 litros de 171 cv do Captiva Ecotec, o Malibu se locomove sem pressa. Não que 0 a 100 km/h em 10,9 s segundo a fábrica seja pouco. Mas o câmbio automático de seis longas marchas não acompanha o motorista mais apressado. A suspensão segue no mesmo ritmo. Macia, ela absorve de maneira eficiente as inúmeras imperfeições no asfalto, mas permite que uma rolagem excessiva da carroceria em curvas mais rápidas.
Correr não é com o Malibu. O volante, de grande diâmetro, tem relações bem indiretas com as rodas, desencorajando mudanças rápidas de direção. O freio de estacionamento acionado a pedal torna a tarefa de acioná-lo mais fácil, mas perde a agilidade de acionamento do mecanismo em forma de alavanca.
Sauna seca
Calma, você não passará nervoso para subir uma ladeira ou acompanhar outros carros em uma saída de semáforo. É que o negócio do Malibu é rodar a velocidades constantes, curtindo a estrada e aproveitar o bom isolamento acústico para desfrutar do eficiente sistema de som Bose. Só torça para que não faça muito calor.
O problema é que os Malibu avaliados enfrentaram falhas em seu sistema de ar-condicionado. Sim, você leu certo, caro leitor. Os Malibu. A primeira unidade, prateada, foi trocada pela Chevrolet do Brasil após um dia de teste, quando a luz de advertência do airbag acendeu e o difusor elétrico do ar-condicionado ficou travado no modo desembaçador.
Da segunda vez, com o modelo preto que você vê nas fotos, foi hora do controle de temperatura dar pane. Mesmo com a temperatura mais baixa acionada, o ar-condicionado só liberava ar quente na cabine. Questionada do motivo das falhas das duas unidades, a Chevrolet do Brasil afirmou que “de acordo com a área técnica, foram problemas pontuais perfeitamente corrigíveis em nosso concessionário”.
Melhor esperar
No final da avaliação, ficou no ar uma sensação de frustração. Se seu desenho dá um quê de carrão de luxo, o Malibu acaba se mostrando um carro que não condiz com seu preço. Com R$ 90 mil, é possível adquirir um modelo mais equipado, bem acabado e até mais potente. A seu favor, o Malibu oferece status mérito de sua dianteira e farto espaço interno. Mas neste segmento de luxo, isso é o básico, não o diferencial. Para quem é fã da GM, o jeito é esperar. O novo Malibu será lançado em 2011, substituindo o modelo atual, lançado há dois ano. Com a nova geração, a GM pode se aproximar da concorrência.
Chevrolet Malibu 2011
| Motor | Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, 16 válvulas, 2.384 cm³ |
| Potência | 171 cv gasolina a 6.400 rpm |
| Torque | 217 Nm / 22,1 kgfm gasolina a 4.500 rpm |
| Câmbio | Automático, com seis marchas |
| Tração | Dianteira |
| Direção | Por pinhão e cremalheira, com assistência elétrica |
| Rodas | Dianteiras e traseiras em aro 18” de liga-leve |
| Pneus | Dianteiros e traseiros 225/50 R18 |
| Comprimento | 4,87 m |
| Altura | 1,45 m |
| Largura | 1,78 m |
| Entre-eixos | 2,85 m |
| Porta-malas | 428 l |
| Peso em ordem de marcha | 1.582 Kg |
| Tanque | 61,7 l |
| Suspensão | Dianteira independente, tipo McPherson; traseira independente, tipo multibraço |
| Freios | Disco ventilado na dianteira e traseira |
| Preço | R$ 89.900 |




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