Teste: novo Fiat Palio 1.0 agrada aos olhos, mas não aos pés

Mais pesado, modelo sofre com motor de baixa cilindrada


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Rodrigo Ribeiro
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O segmento de carros 1,0L pode ser dividido, grosseiramente, em dois segmentos. O primeiro, de entrada, reúne modelo espartanos com pouco ou nenhum item de série, destinados a brigar pelo consumidor até nos centavos. Aqui você encontra VW Gol G4, Fiat Mille, Ford Ka e Chevrolet Celta. Logo acima deles há os 1,0L mais “abastados”, com um desenho mais atual e alguns itens de conforto extras. E é aqui que se encaixa o novo Fiat Palio 1,0L, versão mais barata da nova geração do compacto mineiro.

Como de praxe na maioria das unidades destinadas a testes para a imprensa, o carro avaliado pelo WebMotors era equipado com todos os acessórios possíveis, incluindo airbag duplo e ABS. Porém como o consumidor desta versão dificilmente irá se dispor a pagar quase 40% do valor do carro somente em acessórios, vamos avaliar o Palio a partir de sua lista de itens de série.

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Conforto só para o motorista

Curta, a relação de equipamentos tem como principal destaque a presença da direção hidráulica, de série em todos os Palio. Além de facilitar a vida do motorista em manobras e durante o trânsito urbano, o acessório dá uma leve vantagem do Palio em relação ao novo Gol que, quando equipado com a direção hidráulica, fica cerca de R$ 500 mais caro

Se o consumidor – e seus passageiros – quiserem alguma comodidade extra, precisarão pagar por isso. E por “comodidade”, entenda como qualquer outro acessório, desde sistema de ar quente (R$ 319,00) até “alças de apoio para os passageiros do banco traseiro”, cujo nome popular é impublicável (R$ 226,00). Bem, ao menos os simpáticos adesivos de personalização são mais baratos: R$ 179,00. E felizmente a Fiat não entrou na onda de alguns fabricantes franceses ao oferece apenas como cor sólida o preto e o branco, além de ambas há a opção azul e vermelha.

De série o Palio também conta com um sistema de ajuste de inclinação do banco traseiro, permitindo ampliar o espaço do porta-malas sem rebater totalmente o encosto. Porém o mecanismo é mais útil para iludir o consumidor do que para facilitar na hora das compras.

Isso porque a Fiat considera o volume máximo do porta-malas do Palio com o encosto em sua posição mais vertical, obtendo 290 litros de volume no compartimento. Com o banco mais inclinado, o índice cai para 280 litros, menos do que no VW Gol (285 litros). E não se engane: esse é o valor que você deve considerar para arrumar as bagagens, a não ser que os ocupantes do banco traseiro sejam ex-passageiros da Ford Ranger Cabine Dupla, cuja (inexistente) inclinação é similar à do Palio com o banco avançado. Na prática, é melhor rebater o banco de uma vez.

Peso da imagem

Se no porta-malas o Palio precisa de artimanhas para superar a concorrência, o mesmo não ocorre na hora de guiá-lo. Completamente reformulado, o hatch ganhou uma suspensão menos molenga e câmbio acionado por cabos ao invés de varões. Para o motorista isso significa um rodar mais firme e trocas de marcha mais confortáveis, com uma maior sensação de precisão.

O acabamento também melhorou muito em relação ao Palio anterior, ficando próximo ao encontrado no Renault Sandero e Ford Fiesta RoCam, mas segue sendo inferior ao encontrado no Gol e March. Outro ponto fraco do Palio, o espaço interno aumentou significativamente – mais do que os 5 cm extras no entre-eixos indicam.

O motor 1,0L de até 75 cv, porém, segue o mesmo. Apesar de ter um desempenho razoável e com entrega de potência linear, o propulsor não consegue fazer milagres carregando uma tonelada de carga, exigindo um bom aproveitamento do câmbio e atenção em ultrapassagens. É o peso de levar consigo a nova carroceria, mais pesada do que a usada no ágil Palio Fire (920 kg). O consumo é bom, chegando 8,8 km/l na medição feita pelo WebMotors, com ar-condicionado usado em 50% do tempo.

Ponto fraco do rival Gol, o seguro do Palio também é mais barato, chegando a valores, em média, 10% menores segundo as cotações feitas pelo WebMotors Seguro Auto, usando o perfil de um homem na casa dos 40 anos, casado e residente em São Paulo.

No final das contas, o novo Palio 1,0L é um carro acertado perante a concorrência. Porém se você valoriza um compacto com desempenho um pouco melhor, vale dar uma olhada no Palio Fire, que será reestilizado em breve junto com o Siena EL. Mas se você não abre mão da nova geração, faça o test-drive da versão 1,4L – às vezes vale a pena economizar para ganhar preciosos cavalos a mais sob o capô.

FICHA TÉCNICA: Fiat Palio 1,0L

Motor Quatro cilindros em linha, dianteiro, transversal, 8 válvulas, 999 cm³
Potência 73 cv (gasolina) / 75 cv (etanol) a 6.250 rpm
Torque 93 Nm / 9,5 kgfm (gasolina) - 97 Nm / 9,9 kgfm (etanol) a 3.850 rpm
Câmbio Manual, com cinco marchas
Tração Dianteira
Direção Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
Rodas Dianteiras e traseiras em aro 14” de aço
Pneus Dianteiros e traseiros 175/65 R14
Comprimento 3,87 m
Altura 1.50 m
Largura 1,67 m
Entre-eixos 2,42 m
Porta-malas 280 l
Peso (em ordem de marcha) 999 kg
Tanque 48 l
Suspensão Dianteira independente, tipo McPherson; traseira dependente, tipo eixo de torção
Freios Disco sólido na dianteira e tambor na traseira
Preço R$ 28.440


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