Toyota Yaris Sedan XLS CVT

Teste: Toyota Yaris Sedan XLS CVT

Dinâmica é semelhante ao do Honda City, enquanto espaço e segurança são pontos fortes. Central multimídia decepciona


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Lukas Kenji
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É grande o número de compradores que gostariam de ter um Corolla zerinho na garagem, mas não têm como (ou não aceitam) pagar mais de R$ 90 mil na versão mais básica do consagrado sedã. Para este público, o sol brilhou com o surgimento do Yaris. O modelo traz tudo o que o consumidor espera de um Toyota – até o sonhado teto solar!

É verdade que a versão topo de linha, aqui testada, não tem preço muito mais em conta. A configuração chamada de XLS sai por R$ 79.990, portanto, R$ 10 mil a menos em relação ao Corolla mais barato. Por outro lado, qualquer desconto é ouro em tempos em que o bolso do brasileiro é surrupiado constantemente. Outro ponto relevante é que a versão topo de linha do rival Volkswagen Virtus também pede a mesma quantia.

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SEMELHANTE AO MAIOR RIVAL

Porém, o comportamento dinâmico do Yaris está mais próximo de outro concorrente direto, o Honda City. Ambos apostam em conjunto mecânico formado por motor 1.5 em parceria com câmbio automático CVT (continuamente variável).

O propulsor é o mesmo do Etios, porém recalibrado para entregar um pouco mais de potência. São 101 cv (gasolina)/110 cv (etanol) a 5.600 rpm, enquanto o torque é de 14,3 kgf.m (g)/14,9 kgf.m (e) a 4.000 giros. Como os números sugerem, o motor gosta de trabalhar em rotações mais altas. Aos 120 km/h, por exemplo, o ponteiro fica na casa dos 3.500 rpm.

 Acabamento interno usa materiais de qualidade, mas não chega a revolucionar em termos de design
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Legenda: Acabamento interno usa materiais de qualidade, mas não chega a revolucionar em termos de design
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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É perceptível que a transmissão, que simula sete velocidades, tenta privilegiar as rotações elevadas para vencer alguns obstáculos de viagem, como retomadas, ultrapassagens e subidas mais acentuadas. Como todo CVT, o câmbio acaba segurando o motor nestas situações, ocasionando em ruídos elevados que invadem o habitáculo com gosto.

A pior consequência, no entanto, é o aumento do consumo de combustível. O modelo obteve nota “B” do Inmetro com o índice de 13 km/l (g)/8,9 km/l (e) na cidade, e 14,4 km/l (g)/10,6 km/l (e) na estrada. Não é beberrão, mas poderia ser melhor. Ainda mais tendo em vista que uma caixa CVT costuma ser mais econômica do que um câmbio de quatro marchas, tipo de transmissão usada pelo Etios em conjunto com este mesmo motor do Yaris. No entanto, o que vemos é um trabalho pouco eficiente, embora mais desenvolto.

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Painel de instrumentos oferece computador de bordo com tela de 4,2 polegadas em TFT
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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Tal desenvoltura é o principal artifício do sedã para o cumprimento de uma viagem confortável. Este é o foco do carro e isso fica bem claro ao notar o comportamento da suspensão. Ela tem sistema McPherson na parte frontal, e com eixo de torção, na extremidade traseira. O resultado é um acerto macio, mas que corresponde bem a buraquerias e valetas.

PONTO ALTO

Porém, o ponto alto do Yaris é relativo a espaço. O sedã de 4,42 metros de comprimento é exatamente 20 centímetro menor do que o Corolla, mas isso não quer dizer que a galera viaja espremida. O entre-eixos de 2,55 metros permite bom espaço para as pernas de quem viaja atrás, e o túnel central plano ajuda ao passageiro do meio a ficar mais confortável.

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Transmissão é automática tipo CVT que simula 7 marchas; há opção de trocas manuais 
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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Ponto positivo também para o porta-malas de 473 litros, um pouquinho maior do que os 470 litros disponíveis no Corolla. Como nem tudo são flores, faltou o mínimo de capricho para compor a proteção do estepe. Há materiais muito simples e mal ajustados como uma fina camada de madeira. Pelo preço que a Toyota pede, o Yaris não pode apresentar tal desleixo.

Já o acabamento interno é mais caprichado. Há couro nas portas e vários tipos diferentes de materiais para compor o console, como elementos cromados, em preto brilhante e foscos. Isso não quer dizer que o ambiente é harmônico e requintado. O design das peças foge da ousadia e promovem um aspecto antiquado.

O sopro de modernidade é o computador de bordo com tela de 4,2 polegadas de TFT que é personalizável, traz diversas informações sobre a viagem e tem uma animação simpática de boas-vindas.

 Nesta versão topo de linha XLS, o teto solar é item de série
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Legenda: Nesta versão topo de linha XLS, o teto solar é item de série
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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PODERIA SER MELHOR

Outra tela que ajuda a transmitir modernidade é a central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque. Ela traz rádio, MP3, conectividade bluetooth, e USB. Oferece também um aplicativo nativo que permite a exibição do Waze. Porém, fica devendo os já aclamados Android Auto e Apple CarPlay, sistemas que tornam a experiência mais próxima daquela promovida pelos smartphones. A central tem ainda câmera de ré, porém, o carro não vem com sensor de estacionamento.

No entanto, quem liga para isso quando lembramos que finalmente um Toyota tem teto solar? Ele é item de série na versão XLS, assim como sensor de chuva, maçanetas cromadas, faróis projetores com lâmpadas halógenas, lanternas em LED e sete airbags.

 Na dianteira, a suspensão é independente tipo McPherson e na traseira é eixo de torção; ajuste é firme, mas não compromete o conforto
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Legenda: Na dianteira, a suspensão é independente tipo McPherson e na traseira é eixo de torção; ajuste é firme, mas não compromete o conforto
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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Em termos de segurança, vale elogios ainda pelo fato de o Yaris trazer em todas as versões os controles de tração e estabilidade. Há ainda freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e assistente de frenagem (BAS), cinto de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, e ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis.

Outros equipamentos de série são direção elétrica, ar-condicionado digital, vidros dianteiros e traseiros com acionamento por um toque, travas e faróis com regulagem elétrica, rebatimento do banco traseiro, volante multifuncional, faróis com lanternas em LED.

Motor 1.5 16V Flex de quatro cilindros é o mesmo do Etios, mas retrabalhado para ser gerar até 111 cv
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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Este conjunto ótico é o único destaque na parte traseira. Já na parte frontal, existe ainda um detalhe em LED ao lado do logo da Toyota. A grade ocupa uma parte vasta entre os vários elementos dispostos na frente. Para quem está achando que o carro tem um aspecto até antiquado, o alento é que, ao vivo, ele até que não parece ser da década passada.

Agora, chegando perto da conclusão, vamos ao pós-venda. O maior trunfo do Yaris é o preço programado das revisões até 60 mil quilômetros. O valor de R$ 2.914,44 é o mais baixo da categoria. Já a garantia é de três anos.

Com 473 litros, porta-malas é um dos pontos altos do Toyota Yaris Sedan
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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FIM DE PAPO

Sendo assim, é possível dizer que o Toyota Yaris é um modelo sem surpresas. Se você já guiou algum modelo recente da marca japonesa, com certeza já tem uma noção de como ele se comporta. Em suma, oferece conjunto mecânico bom o suficiente para superar obstáculos diários do trânsito, mas passa longe de oferecer emoção.

Não há novidades também em termos de visual, acabamento e tecnologia. O sedã foca na racionalidade, funcionalidade e não importa-se muito com mimos estéticos ou de entretenimento. Dê-se por satisfeito pela entrega do teto-solar.

 A dianteira traz detalhes diferentes em relação ao próprio Yaris hatch
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Legenda: A dianteira traz detalhes diferentes em relação ao próprio Yaris hatch
Crédito: Mario Villaescusa/WM1
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Isso quer dizer que o lançamento é boa opção para quem precisa de espaço para a família com um nível de conforto superior ao oferecido por modelos com o Etios. É uma compra racional que traz como maior diferencial a entrega de itens avançados de segurança já nas versões iniciais.

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