Teste: Volkswagen Gol Seleção 1.6 I-Motion

Modelo parte de R$ 44.390 e traz detalhes alusivos à Seleção Brasileira


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Com uma mistura de pragmatismo, objetividade e muita eficiência, o Volkswagen Gol conquista títulos e mais títulos em solo brasileiro. Não por acaso é o carro mais vendido do País nos últimos 27 anos. E às vésperas da Copa do Mundo, o WebMotors avaliou a série Seleção 1.6 I-Motion (câmbio automatizado), que parte de R$ 44.390, em busca de descobrir com qual dos escretes que participarão do Mundial o modelo mais se parece.

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De cara, o Gol Seleção tenta conquistar pelo custo-benefício. Foca em itens de série e pacotes de opcionais competitivos para agradar o consumidor mais racional, que nas arquibancadas, no papel de torcedor, muitas vezes não se importa com a beleza do futebol mostrado pelo seu time, mas exige a vitória, mesmo que por ‘meio’ a zero.

De fábrica, o modelo entrega direção hidráulica, travas e vidros elétricos, rádio CD player com MP3, entrada USB, conexão bluetooth, tecnologia I-System e espelhos retrovisores externos elétricos com função ‘Tilt Down’, que ajusta o espelho do passageiro para o motorista visualizar o guia assim que o mesmo engata marcha ré para uma baliza, por exemplo. Freios ABS (antitravamento) e air bag duplo agora são obrigatórios.

Entre os opcionais estão ar-condicionado (R$ 3.020), sensor de estacionamento traseiro (Park Pilot – R$ 593), volante multifuncional (R$ 300), volante multifuncional com shift paddle (R$ 505), faróis de neblina (R$ 474) e rodas de liga leve de 15 polegadas (R$ 861).

Na hora da compra, o consumidor mais patriótico pode optar pelo Pacote Brasil, que sai por R$ 2.329 e traz detalhes internos (saídas de ar e arco da manopla do câmbio) e escritos do revestimento dos bancos em amarelo, além das rodas de liga leve de 15 polegadas. Importante destacar que este kit está disponível somente para o Gol Seleção na cor amarela (R$ 1.040). No caso do modelo avaliado pelo WebMotors, que era branco, este pacote não está à disposição. O mesmo acontece para o seleção prata.

Além de o acabamento sóbrio, com peças bem encaixadas e sem rebarbas, e materiais de qualidade, a Volks tomou o cuidado de levar elementos do campo para dentro do Gol. Os bancos, por exemplo, tem revestimento com o escrito ‘Seleção’ em azul no encosto e o formato na parte central de gomos de bola de futebol. Nada espalhafatoso, como acontece em algumas séries especiais – a cor do Voyage Los Angeles não nos deixa mentir…

Uniforme

O visual do Gol Seleção agrada. Sóbrio, traz a cor branca e pequenos detalhes em preto, como nos espelhos retrovisores. Lembra o belo uniforme da seleção alemã. No rodapé das portas, um adesivo traz escrito ‘Seleção’ e o número ‘10’. Ao lado da caixa dianteira está ‘tatuado’ o símbolo da CBF (Confcaptionação Brasileira de Futebol), e na tampa do porta-malas dois traços, um verde e outro amarelo, em alusão aos comandados do técnico Felipão. O destaque vai para as ‘chuteiras’ (rodas) pretas de desenho muito bonito. Nada de rosa, amarelo fluorescente ou verde limão, como está na moda. Aqui, a Volks foi tradicional.

O espaço é ‘ok’. Não é tamanho GG, mas não faz o estilo ‘baby look’ como as camisetas das seleções africanas. Com 3,89 metros de comprimento e 2,46 metros de distância entre os eixos, o hatch tem o espaço esperado para o modelo. Apenas o porta-malas de 285 litros poderia ser mais generoso.

Em campo

Rodando, o Gol Seleção 1.6 I-Motion desempenha o esperado. Não apresenta um futebol-arte, mas é extremamente competitivo. Diante da concorrência, é superior em muitos pontos. O motor 1.6 8V Totalflex de até 104 cv de potência agrada pelo excelente torque de 15,6 kgf.m a 2.500 rpm, que garante saídas vigorosas e retomadas saudáveis mesmo em baixas rotações. Na cidade, entrega muita agilidade. Com gasolina, percorremos mais de 500 quilômetros com o modelo e o computador de bordo cravou consumo de 9,3 km/l (nada mal).

A transmissão automatizada I-Motion não entrega a desenvoltura de alguns câmbios automáticos que começam a entrar em segmentos mais ‘populares’, mas não faz feio. Traz a comodidade de não ter que ficar trocando as marchas – vantagem realmente importante para os que vivem em grandes centros e encaram recordes de congestionamentos a cada dia -, porém vacila no desempenho. As trocas ainda têm solavancos, que em determinadas situações causam incômodo. Fazer as mudanças pela alavanca causa menos ‘soluços’. E as aletas atrás do volante (paddle shift) são relativamente dispensáveis, convenhamos.

A suspensão bem acertada, característica do Gol, agrada e estimula uma tocada mais esportiva, já que o carro respeita muito bem todos os comandos do condutor. Mas não abuse, pois controles de tração e estabilidade não estão disponíveis. Ponto positivo para a excelente empunhadura do volante e para a boa posição ao volante, mesmo o Gol Seleção não tendo ajuste de profundidade da coluna de direção, por exemplo.

Conclusão

Ficou claro. Apesar de homenagear a Seleção Brasileira, o Volkswagen não tem a irreverência e criatividade do futebol de Neymar e companhia. Também não prega a irresponsabilidade que os times africanos mostram, nem a total falta de brilho e talento das equipes asiáticas. Sensato, comedido, prático e racional, além de eficiente ao extremo, o Gol Seleção espelha o escrete do País de sua fabricante, a Alemanha. Aliás, quem é uma das favoritas a levar o título da Copa do Mundo? E o carro cotado a ser o mais vendido do Brasil pelo 28 ano consecutivo? Está ainda mais uma semelhança...

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